Extração de compostos fenólicos da torta de girassol assistida MEF e aplicação do extrato como antifúngico em morangos

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Collet, Marina Amanda
Data de Publicação: 2018
Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFRGS
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10183/193148
Resumo: A torta de semente de girassol é um subproduto da indústria de extração de óleo intensamente explorado para alimentação animal devido ao elevado teor proteico. No entanto, a presença de compostos fenólicos reduz a digestibilidade das proteínas. Dessa forma, a extração desses compostos da torta de girassol é bastante relevante, melhorando a qualidade nutricional do concentrado proteico e recuperando compostos químicos de alto valor agregado. Tais compostos fenólicos, por sua vez, apresentam conhecido potencial antifúngico e podem auxiliar no combate de patógenos. No cenário agroindustrial brasileiro, a cultura do morango é uma atividade de grande relevância econômica e social, sendo o país o maior produtor do fruto na América Latina. As características físico-químicas do morango são favoráveis ao desenvolvimento de fungos, o que acarreta elevadas perdas na pós-colheita. Devido à crescente rejeição da população ao uso de agrotóxicos sintéticos, há real interesse pela obtenção de defensivos atóxicos de fontes naturais. Nesse contexto, o presente trabalho objetivou estudar a extração de compostos fenólicos da torta de girassol assistida por campo elétrico moderado e caracterizar o potencial antifúngico dos extratos fenólicos aplicando-os sobre morangos na pós-colheita. A aplicação do campo elétrico de 100 V não apresentou efeito significativo sobre a cinética da extração, e a quantidade de compostos fenólicos totais extraída ao final do experimento foi estatisticamente igual ao experimento sem tensão aplicada (teste de Tukey com p < 0.05). Para os testes com morangos, foram obtidos extratos fenólicos a partir de torta industrial e de torta preparada em laboratório. As concentrações fenólicas utilizadas para os extratos da torta industrial foram de 1 e 7 g/L, e para os da torta de laboratório foram de 0.5, 1, 2, 5, 7, 10 e 15 g/L. Também foi testada solução de ácido clorogênico puro a 1 g/L. Os morangos foram submersos individualmente nos extratos, na solução do ácido e em água destilada (controle), mantidos sob secagem forçada por 90 minutos, embalados e monitorados diariamente. Os testes em morangos utilizando extratos da torta industrial revelaram tendência positiva na ação antifúngica com a elevação da concentração, sendo os resultados do concentrado de 7 g/L visivelmente melhores que os obtidos para o grupo de controle. Entretanto, o oposto foi observado para os extratos da torta de laboratório. Para esses, um aumento de concentração, no geral, acarretou um maior desenvolvimento fúngico; apenas para o extrato de concentração 1 g/L houve melhora sutil quando comparado ao grupo de controle. O experimento com ácido clorogênico a 1 g/L apresentou resultado similar ao obtido com extratos de mesma concentração. A fim de caracterizar as tortas, foram realizadas análises gravimétricas para determinação da umidade, e cinéticas de extração exaustiva para quantificação fenólica. Ao observar comportamentos conflitantes entre os extratos das tortas, análises de grau Brix para determinação dos sólidos solúveis totais também foram realizadas. A torta industrial apresentou 2,06% de umidade e 27,7% de sólidos solúveis totais, enquanto a torta de laboratório apresentou 7,68% e 5,2% respectivamente. Para a extração exaustiva, a quantidade de compostos fenólicos totais obtida a partir da torta de laboratório foi 65% superior àquela obtida a partir da torta industrial. A torta de semente de girassol apresentou potencial como fonte para extração de compostos fenólicos, mas a sua aplicação como agente antifúngico foi contraditória. É indicado um estudo aprofundado de caracterização dos compostos do extrato, assim como um maior controle nas condições dos testes de potencial antifúngico, como a eliminação de patógenos aleatórios e introdução controlada de cepas selecionadas.
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As características físico-químicas do morango são favoráveis ao desenvolvimento de fungos, o que acarreta elevadas perdas na pós-colheita. Devido à crescente rejeição da população ao uso de agrotóxicos sintéticos, há real interesse pela obtenção de defensivos atóxicos de fontes naturais. Nesse contexto, o presente trabalho objetivou estudar a extração de compostos fenólicos da torta de girassol assistida por campo elétrico moderado e caracterizar o potencial antifúngico dos extratos fenólicos aplicando-os sobre morangos na pós-colheita. A aplicação do campo elétrico de 100 V não apresentou efeito significativo sobre a cinética da extração, e a quantidade de compostos fenólicos totais extraída ao final do experimento foi estatisticamente igual ao experimento sem tensão aplicada (teste de Tukey com p < 0.05). Para os testes com morangos, foram obtidos extratos fenólicos a partir de torta industrial e de torta preparada em laboratório. 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