'Niece' ou 'knees'? : produção da duração das vogais antecedentes a [s] e [z] finais no inglês de aprendizes de Porto Alegre

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Batista, Patrick Santos
Data de Publicação: 2018
Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFRGS
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10183/242018
Resumo: Através desta pesquisa, ao partirmos de uma visão de Língua como Sistema Adaptativo Complexo (LARSEN-FREEMAN & CAMERON, 2008; LARSEN-FREEMAN, 2015), pretendemos investigar como aprendizes porto-alegrenses de língua inglesa estão produzindo, em termos de duração vocálica que precede a consoante final, pares mínimos encerrados pelas fricativas finais [s] e [z], tais como ‘niece’ [s] vs. ‘knees’ [z] e ‘piece’ [s] vs. ‘peas’ [z]. Os pares investigados apresentam um dos membros do par com a fricativa sonora correspondente ao morfema de terceira pessoa do singular/morfema de plural ‘-s’. Nessa investigação, tomamos como base estudos anteriores (ECKMAN, 1981; MAJOR, 1987; SMITH, 1997; ZIMMER; ALVES, 2008,2012; ALBUQUERQUE, 2012) que evidenciam o processo chamado “dessonorização terminal” (terminal devoicing), que ocorre em plosivas e fricativas sonoras finais na língua inglesa. De acordo com tais trabalhos, os próprios falantes nativos de inglês tendem a dessonorizar a fricativa, de modo que a distinção entre os membros de tais pares tenha de ocorrer através de outra pista acústica: a duração vocálica antecedente a essas consoantes finais, uma vez que a vogal nuclear em palavras como ‘knees’ e ‘peas’ tende a ser mais longa do que a que antecede ‘niece’ e ‘piece’. Dado o status funcional fundamental desta pista acústica entre falantes nativos do idioma, mostra-se importante investigar as possíveis dificuldades pelas quais passam os aprendizes brasileiros ao diferenciar a duração vocálica dos membros destes pares mínimos. Os dados da pesquisa foram obtidos a partir da leitura em voz alta de 60 frases-veículo, realizada por 20 participantes porto-alegrenses, alunos de Letras da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, que foram nivelados através do teste C-Test (KEIJZER, 2007; KUPSKE, 2016) em dois grupos de proficiência: intermediário e intermediário-avançado. Após coletados os dados, as gravações passaram por uma análise acústica através do software Praat - versão 6.0.35 (BOERSMA; WEENINK, 2017), em que obtivemos os valores absolutos, em milissegundos, da duração vocálica precedendo as fricativas [s] e [z] de cada participante. A partir dos valores absolutos, obtivemos, também, os valores relativos da duração vocálica das produções. Ambos os valores revelam que os falantes porto-alegrense de inglês como L2 estão produzindo vogais mais longas quando precedentes à fricativa final sonora [z], sendo que todos os participantes fazem isso independentemente de seu grupo de proficiência. Espera-se, com o presente trabalho e seus resultados, contribuir para um maior entendimento referente ao processo de aprendizado de uma pista acústica com importante papel funcional na língua-alvo.
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Nessa investigação, tomamos como base estudos anteriores (ECKMAN, 1981; MAJOR, 1987; SMITH, 1997; ZIMMER; ALVES, 2008,2012; ALBUQUERQUE, 2012) que evidenciam o processo chamado “dessonorização terminal” (terminal devoicing), que ocorre em plosivas e fricativas sonoras finais na língua inglesa. De acordo com tais trabalhos, os próprios falantes nativos de inglês tendem a dessonorizar a fricativa, de modo que a distinção entre os membros de tais pares tenha de ocorrer através de outra pista acústica: a duração vocálica antecedente a essas consoantes finais, uma vez que a vogal nuclear em palavras como ‘knees’ e ‘peas’ tende a ser mais longa do que a que antecede ‘niece’ e ‘piece’. Dado o status funcional fundamental desta pista acústica entre falantes nativos do idioma, mostra-se importante investigar as possíveis dificuldades pelas quais passam os aprendizes brasileiros ao diferenciar a duração vocálica dos membros destes pares mínimos. Os dados da pesquisa foram obtidos a partir da leitura em voz alta de 60 frases-veículo, realizada por 20 participantes porto-alegrenses, alunos de Letras da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, que foram nivelados através do teste C-Test (KEIJZER, 2007; KUPSKE, 2016) em dois grupos de proficiência: intermediário e intermediário-avançado. Após coletados os dados, as gravações passaram por uma análise acústica através do software Praat - versão 6.0.35 (BOERSMA; WEENINK, 2017), em que obtivemos os valores absolutos, em milissegundos, da duração vocálica precedendo as fricativas [s] e [z] de cada participante. A partir dos valores absolutos, obtivemos, também, os valores relativos da duração vocálica das produções. Ambos os valores revelam que os falantes porto-alegrense de inglês como L2 estão produzindo vogais mais longas quando precedentes à fricativa final sonora [z], sendo que todos os participantes fazem isso independentemente de seu grupo de proficiência. Espera-se, com o presente trabalho e seus resultados, contribuir para um maior entendimento referente ao processo de aprendizado de uma pista acústica com importante papel funcional na língua-alvo.In this study, we intend to investigate how L2 learners of English from Porto Alegre produce an opposition in the vowel duration preceding the final consonant of minimal pairs ending in [s] and [z], such as ‘niece’ [s]’ versus ‘knees’ [z] and ‘piece’ [s] versus ‘peas’ [z]. The voiced counterpart of the fricative corresponds to the third person singular/plural morpheme ‘-s’ (‘dies’ or ‘peas’). In this investigation, we follow previous studies (ECKMAN, 1981; MAJOR, 1987; SMITH, 1997; ZIMMER; ALVES, 2008, 2012; ALBUQUERQUE, 2012) that address the process of “terminal devoicing”, which occurs in final voiced plosives and fricatives in English. According to these studies, native speakers of English tend to devoice the final fricative, so that the distinction between the members of these pairs takes place through another acoustic cue: the vowel duration preceding these final consonants, since the preceding vowel in words such as ‘knees’ and ‘peas’ tends to be longer than those in words such as ‘niece’ and ‘piece’. Given the fundamental functional status of this acoustic cue among native speakers of English, it is important to investigate the possible difficulties Brazilian leaners go through in differentiating the vocalic duration of the members of these minimal pairs. The data were obtained through a reading task of 60 target-sentences, with 20 participants from Porto Alegre, students from Letras at Universidade Federal do Rio Grande do Sul, who had been leveled in two proficiency groups: intermediate and upper-intermediate. After the data had been collected, the recordings were analyzed acoustically with the software Praat – version 6.0.35 (BOERSMA; WEENINK, 2017). With this acoustic analysis, we obtained absolute values (in milliseconds) of the vowel durations preceding the fricatives [s] and [z]. From the absolute values, the relative duration values were also obtained. Both values show that the L2 learners are producing longer vowels preceding [z], regardless of their proficiency group. With this study, we aim to contribute to a wider knowledge of the learning process of an acoustic cue with an important functional role in the target language.application/pdfporSonoridadeDessonorização terminalFonéticaFonologiaSistema adaptativo complexoVoicing distinctionTerminal devoicingL2 phonetic-phonological developmentProduction of vowel duration'Niece' ou 'knees'? : produção da duração das vogais antecedentes a [s] e [z] finais no inglês de aprendizes de Porto Alegreinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/bachelorThesisUniversidade Federal do Rio Grande do SulInstituto de LetrasPorto Alegre, BR-RS2018Letras: Licenciaturagraduaçãoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSTEXT001143617.pdf.txt001143617.pdf.txtExtracted Texttext/plain114677http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/242018/2/001143617.pdf.txtdf56f2fd44bedd1dcf25660cb5923a6fMD52ORIGINAL001143617.pdfTexto completoapplication/pdf1116631http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/242018/1/001143617.pdfe30e83b00cc29fd1b3f2ecf5abfc834fMD5110183/2420182022-08-06 04:56:05.234528oai:www.lume.ufrgs.br:10183/242018Repositório de PublicaçõesPUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestopendoar:2022-08-06T07:56:05Repositório Institucional da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false
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