Sentidos e representações do trabalho docente em sites de professores particulares : entre precarização e liberdade

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Schaefer, Bruno Marques
Data de Publicação: 2020
Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFRGS
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10183/215492
Resumo: Neste trabalho, trato do mercado de aulas particulares no Brasil, a partir do estudo de duas plataformas de E-learning: Profes e Superprof. Como outras empresas da economia do compartilhamento, esses sites se caracterizam pela comercialização de bens intangíveis, relações entre clientes (alunos) e fornecedores (professores). Meu problema de pesquisa se desdobra em uma série de questões, com o objetivo de entender: quais são as representações que essas plataformas produzem sobre os professores? Como são as experiências e os regimes de trabalho dos docentes nestas plataformas? Como esse tipo de trabalho se relaciona com transformações mais gerais da precarização do trabalho, em geral, e do trabalho docente, em particular? Para responder estas perguntas, utilizo três fontes de dados empíricos: (1) textos produzidos pelas próprias plataformas em seus sites que dão dicas aos professores cadastrados; (2) questionário estruturado com uma amostra da população de professores particulares; e (3) entrevistas em profundidade. A análise destas informações foi realizada através da Análise de Conteúdo e Análise Crítica do Discurso (ACD). Os achados, apesar de serem parciais, indicam que a produção de representações sociais dos professores nestas plataformas tende a focar em aspectos discursivos do que Boltansky & Chiapello (1999) chamam de “novo espírito do capitalismo” e suas formas de legitimação: a necessidade de um trabalhador criativo, flexível e adaptável, em um contexto geral de precarização do trabalho. Os professores cadastrados nestas plataformas tendem a ter alta escolarização formal e utilizam-nas como forma de complementar renda. Por fim, a diferença de status formal das disciplinas tende a ter impacto sobre a procura e o formato das aulas particulares.
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