A (in)visibilidade do tradutor na tradução : a diferença entre a marcação no enunciado e na enunciação

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Ceconi, Thiane
Data de Publicação: 2022
Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFRGS
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10183/242300
Resumo: Este trabalho propõe uma releitura do conceito de invisibilidade e visibilidade do tradutor (Venuti, 1995), à luz da teoria da enunciação (Benveniste, 1989 e 1995). A invisibilidade do tradutor é, de acordo com Venuti (1995, p. 1), “[...]efeito de uma estratégia de tradução fluente, do esforço do tradutor de garantir uma leitura fácil por meio da utilização de uso corrente da língua, manutenção de sintaxe contínua, fixação de um significado preciso”. O autor sugere que tradutores adotem estratégias estrangeirizadoras em seus textos para evitar uma autoaniquilação, a partir da utilização de recursos como arcaísmos, gírias, alusões literárias, fazendo com que o texto soe como uma tradução. Apresenta-se a crítica à teoria venutiana no nível nacional (Arrojo, 1992, 1996, 1997 e 1999), e no nível internacional (Pym, 1995 e 1996), buscando os contrapontos contextuais do mercado brasileiro de tradução, com pesquisas, entrevistas e paratextos, a fim de entender a recepção da obra de Venuti e inserir suas sugestões em nosso contexto. A partir da apresentação do quadro figurativo da enunciação estabelecido por Benveniste (cf. op. cit.), pode-se visualizar a posição interpretativa do tradutor-autor, que procura constituir novamente os sentidos do texto, mas em um lugar, tempo e língua diferentes do texto de partida (cf. Nunes, 2008). Venuti propõe uma marcação no enunciado para evitar que o significado do texto pareça transparente, o que ocasiona em um texto mais truncado e inacessível, mas a teoria enunciativa apresenta a enunciação como um local de marcação inevitável do tradutor, que é completamente visível quando cotejados o texto de partida junto ao original. A não percepção de sua marcação em um enunciado não significa que o tradutor está se autoaniquilando, e sim que está buscando o que é melhor para aquele alocutário naquele momento.
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Apresenta-se a crítica à teoria venutiana no nível nacional (Arrojo, 1992, 1996, 1997 e 1999), e no nível internacional (Pym, 1995 e 1996), buscando os contrapontos contextuais do mercado brasileiro de tradução, com pesquisas, entrevistas e paratextos, a fim de entender a recepção da obra de Venuti e inserir suas sugestões em nosso contexto. A partir da apresentação do quadro figurativo da enunciação estabelecido por Benveniste (cf. op. cit.), pode-se visualizar a posição interpretativa do tradutor-autor, que procura constituir novamente os sentidos do texto, mas em um lugar, tempo e língua diferentes do texto de partida (cf. Nunes, 2008). Venuti propõe uma marcação no enunciado para evitar que o significado do texto pareça transparente, o que ocasiona em um texto mais truncado e inacessível, mas a teoria enunciativa apresenta a enunciação como um local de marcação inevitável do tradutor, que é completamente visível quando cotejados o texto de partida junto ao original. A não percepção de sua marcação em um enunciado não significa que o tradutor está se autoaniquilando, e sim que está buscando o que é melhor para aquele alocutário naquele momento.This work proposes a re-reading of the concept of translator’s invisibility and visibility (Venuti, 1995) in the light the enunciation theory (Benveniste, 1989 and 1995). The invisibility of the translator is, according to Venuti (1995, p. 1), “[...] an effect of fluent discourse, of the translator’s effort to insure easy readability by adhering to current usage, maintaining continuous syntax, fixing a precise meaning”. The author suggests translators adopt foreignizing strategies in their texts to avoid self-annihilation, using resources such as archaisms, slang and literary allusions, making the text sound like a translation. Venuti’s critique is presented at the national level (Arrojo, 1992, 1996, 1997 e 1999), and at the international level (Pym, 1995 and 1996), seeking the contextual counterpoints of the Brazilian translation market, through researches, interviews and paratexts, in order to understand the reception of the work and insert his suggestions in our context. By taking advantage of enunciation’s figurative framework established by Émile Benveniste (cf. op. cit.), it is possible to visualize the interpretive position of the translator-author, who seeks to constitute once again the meanings of the text, but in a different place, time and language from the source text (cf. Nunes, 2008). Venuti proposes translators mark themselves in the utterance to prevent the meaning of the text from appearing transparent, which leads to a more truncated and inaccessible text, but the enunciative theory presents the enunciation as an unavoidable place for the translator to leave its mark, such presence can be fully perceived when both source and target texts are analyzed. When a translator’s mark in an utterance isn’t perceived, it does not mean that the translator is self-annihilating, but that it is looking for what is best for that addressee at that moment.application/pdfporTeoria da enunciaçãoEstudos de traduçãoTradutoresEnunciation theoryTranslation.Translator's invisibilityA (in)visibilidade do tradutor na tradução : a diferença entre a marcação no enunciado e na enunciaçãoinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/bachelorThesisUniversidade Federal do Rio Grande do SulInstituto de LetrasPorto Alegre, BR-RS2022Letras: Habilitação em Tradutor Português e Inglês: Bachareladograduaçãoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSTEXT001145025.pdf.txt001145025.pdf.txtExtracted Texttext/plain126671http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/242300/2/001145025.pdf.txtf176092b512d4c77c84b3a978d5de8d3MD52ORIGINAL001145025.pdfTexto completoapplication/pdf686813http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/242300/1/001145025.pdfe62c17f06cfd29bee258265996569432MD5110183/2423002022-08-06 04:56:06.423846oai:www.lume.ufrgs.br:10183/242300Repositório de PublicaçõesPUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestopendoar:2022-08-06T07:56:06Repositório Institucional da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false
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