Psicanálise e Revolução Russa : notas para um debate
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Data de Publicação: | 2021 |
Outros Autores: | |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFRGS |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10183/253035 |
Resumo: | Este artigo recupera alguns momentos importantes dos encontros e desencontros entre a psicanálise e a Revo-lução Russa. Não é casualidade o fato de a psicanálise ter um papel crucial nos primeiros anos da revolução, abrindo espaço para reflexões sobre o novo homem soviético. E é por essa via que Wilhelm Reich visita a urss, em 1929, afirmando que muitas das mudanças introduzidas pela revolução iam ao encontro de suas teorias. No entanto, pouco depois critica o retrocesso no campo da sexualidade, ocorrido a partir dos anos 1930, ao qual atribui importante papel na burocratização da revolução. Nesse sentido, Reich não difere muito de Freud que, em diversos momentos de seu percurso intelectual, faz menção à experiência soviética, mos-trando-se cético no que concerne à univocidade das visões de mundo e ao caráter ilusório das promessas de extinção do mal-estar. Se consideramos relevante retomar esse debate, é porque ele coloca, para a psica-nálise, a questão de sua possibilidade de escutar vozes historicamente proletarizadas e, para os revolucionários sociais, o problema de sustentar um discurso que não se deixe seduzir pela tentação totalizante. |
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Macari, Maria LuciaWeinmann, Amadeu de Oliveira2022-12-21T04:53:23Z20212145-4515http://hdl.handle.net/10183/253035001137199Este artigo recupera alguns momentos importantes dos encontros e desencontros entre a psicanálise e a Revo-lução Russa. Não é casualidade o fato de a psicanálise ter um papel crucial nos primeiros anos da revolução, abrindo espaço para reflexões sobre o novo homem soviético. E é por essa via que Wilhelm Reich visita a urss, em 1929, afirmando que muitas das mudanças introduzidas pela revolução iam ao encontro de suas teorias. No entanto, pouco depois critica o retrocesso no campo da sexualidade, ocorrido a partir dos anos 1930, ao qual atribui importante papel na burocratização da revolução. Nesse sentido, Reich não difere muito de Freud que, em diversos momentos de seu percurso intelectual, faz menção à experiência soviética, mos-trando-se cético no que concerne à univocidade das visões de mundo e ao caráter ilusório das promessas de extinção do mal-estar. Se consideramos relevante retomar esse debate, é porque ele coloca, para a psica-nálise, a questão de sua possibilidade de escutar vozes historicamente proletarizadas e, para os revolucionários sociais, o problema de sustentar um discurso que não se deixe seduzir pela tentação totalizante.This article recovers some important moments of the encounters and mismatches between psychoanalysis and the Russian Revolution. It is no coincidence that psychoanalysis played a crucial role in the revolution’s early years, making room for reflecting on the new Soviet man. So much so that Wilhelm Reich stated, when he visited the ussr in 1929, that many of the changes introduced by the revolution met his theories. Shortly afterwards, however, he criticized the setback in the field of sexuality, which occurred in the 1930s, to which he attributed an important role in the bureau-cratization of the revolution. In this sense, Reich does not differ much from Freud, who, at various points in his intellectual career, referred to the Soviet experience and was skeptical of the world views’ univocity and the illusory character of the promises of extinction of unease. We consider it relevant to resume this de-bate because it raises the question for psychoanalysis of its possibility to listen to historically proletarianized voices, and for social revolutionaries, the problem of sustaining a discourse that is not seduced by the totalizing temptation.Este artículo recupera algunos momentos importantes de los encuentros y desajustes entre el psicoanálisis y la Revolución rusa. No es casualidad que el psicoanálisis haya jugado un papel crucial en los primeros años de la Revolución, haciendo espacio para la reflexión sobre el nuevo hombre soviético. De esta manera es que Wilhelm Reich visita la urss en 1929, afirmando que muchos de los cambios introducidos por la Revolución estaban en línea con sus teorías. Sin embargo, poco después critica el retroceso en el campo de la sexualidad, que ocurrió desde la década de 1930, al que le atribuye un papel importante en la burocratización de la Revolución. En este sentido, Reich no difiere mucho de Freud, quien en varios puntos de su carrera intelectual hace referencia a la experiencia soviética y es escéptico sobre la univocidad de las cosmovisiones y el carác-ter ilusorio de las promesas de extinción del malestar. Si consideramos relevante reanudar este debate, es porque plantea para el psicoanálisis la cuestión de su posibilidad de escuchar voces históricamente prole-tarizadas y, para los revolucionarios sociales, el pro-blema de mantener un discurso que no sea seducido por la tentación totalizante.application/pdfporAvances en Psicología Latinoamericana. Bogotá. Vol. 39, n. 2 (2021), p. 1-15Psicanálise e políticaMarxismoPsychoanalysis;MarxismRevolutionPsicoanálisisMarxismoRevoluciónReichFreudPsicanálise e Revolução Russa : notas para um debatePsicoanálisis y Revolución rusa : notas para un debatePsychoanalysis and Russian Revolution : Notes for a DebateEstrangeiroinfo:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSTEXT001137199.pdf.txt001137199.pdf.txtExtracted Texttext/plain59591http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/253035/2/001137199.pdf.txt510af07663ebfa5d134e7183c582dee1MD52ORIGINAL001137199.pdfTexto completoapplication/pdf406569http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/253035/1/001137199.pdf20efe20083a36a7ccd15449f997ec4d0MD5110183/2530352022-12-23 05:54:27.513708oai:www.lume.ufrgs.br:10183/253035Repositório de PublicaçõesPUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestopendoar:2022-12-23T07:54:27Repositório Institucional da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false |
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