Medicalização da educação: o TDAH e sua produção diagnóstica
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2022 |
Tipo de documento: | Trabalho de conclusão de curso |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFRJ |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/11422/19156 |
Resumo: | O tema central desta monografia é o vínculo entre medicalização e educação, com foco específico no Transtorno de Déficit de Atenção com Hiperatividade. O problema apresentado procura compreender quais atitudes no ambiente escolar endossam o encaminhamento de crianças aos especialistas e a alimentar a proliferação do diagnóstico de TDAH. O objetivo é analisar o porquê do encaminhamento de crianças para diagnóstico de TDAH é realizado majoritariamente pela instituição escolar, buscando também explicitar o conceito de TDAH; compreender o aumento do TDAH na atualidade; evidenciar os meios que a escola tem para identificar o TDAH; investigar a relação entre encaminhamento para diagnóstico e a prática docente; e, por fim, compreender a relação entre o diagnóstico e a medicalização da educação e da infância. A metodologia deste trabalho se baseia em uma pesquisa bibliográfica, organizada em busca de referências com visões distintas do tema, aprofundando o campo das controvérsias. Esta revisão bibliográfica examina desde autores clássicos, defensores da existência do transtorno a autores donos de uma visão mais crítica e ampliada, incluindo também outras referências que estendem a discussão para o campo educacional. Como resultado, verifica-se a existência de uma íntima ligação entre a escola e a produção do diagnóstico do que passa a se chamar de comportamento fora dos padrões. O olhar do professor está sendo condicionado por meio de um processo de medicalização da educação e da vida a considerar essa criança como alguém que possui um “problema”. A desresponsabilização do sistema educação frente ao fracasso escolar é também uma das razões para que o corpo escolar oriente as famílias de alunos a buscarem auxílio médico para este “problema”. Observa-se, assim, que a criança que não corresponde a um ideal de educação é inserida em um ciclo de diferenciação em relação às demais, seguido de encaminhamento ao diagnóstico e, posteriormente, à medicação. Um ciclo marcado, ao final, pela culpabilização do aluno por um possível fracasso e pela desresponsabilização dos demais sujeitos envolvidos no processo de ensino e aprendizagem. Em conclusão, se a escola puder entender que o aluno real pode não corresponder a criança ideal, e que diferentes caminhos podem ser trilhados na busca da educação ideal, passará a amparar essa criança, compreendendo suas diferenças. |
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