Projeto de uma clínica para crianças com autismo tendo como base as neurociências

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Ferrari, Anne Caroline Silva
Data de Publicação: 2022
Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFRJ
Texto Completo: http://hdl.handle.net/11422/19517
Resumo: Esse trabalho tem como objetivo projetar uma clínica exclusivamente para crianças com autismo, usando princípios baseados em estudos científicos cognitivos comportamentais das crianças que possuem esta deficiência aplicados ao design de arquitetura, atendendo às suas necessidades especiais. O autismo não é uma doença, mas um distúrbio neuronal. Na maioria dos casos sua origem é genética, no entanto influências ambientais e comportamentais também atuam como estímulos para o início de seu desenvolvimento. Muitos médicos não acreditam em uma cura total, mas existem bons resultados em tratamentos feitos até os sete anos, época em que o cérebro ainda está em fase de crescimento. Moldar este importante órgão, ao ativar sinapses em outras áreas não danificadas, amenizaria confusões perceptivas em pequenos autistas. O comportamento dos seres humanos tem relação com as suas experiências e sensações provocadas pelo ambiente que o abriga. Neste TFG usaremos a metodologia da neuroarquitetura, um campo interdisciplinar baseado na neurociência que, aplicado aos espaços arquitetônicos, obtêm-se maior compreensão dos efeitos que o espaço construído pode gerar nos indivíduos. A ciência fornece os dados e o arquiteto traduz esses dados para as decisões arquitetônicas mais adequadas e precisas. A intenção é que este projeto impacte positivamente no bem estar físico e emocional e consequentemente em benefícios para a saúde, tanto para crianças com TEA, quanto para os funcionários envolvidos, já que para quem trabalha na área da saúde, o dia a dia pode tornar-se desgastante. A neuroarquitetura estuda os fenômenos físico-químicos produzidos pelo cérebro dos usuários enquanto experenciam determinado ambiente. Esses efeitos podem ser medidos por meio de análises, sendo elas: 1. Neurofeedback (mapear as áreas do cérebro que estão em atividade durante o período no qual o usuário está naquele ambiente); 2. As substâncias que são produzidas pelo cérebro a partir dos estímulos daquele ambiente; 3. Sinais vitais que se modificam no ambiente (como por exemplo o ritmo cardíaco). Desta forma, percebe-se que este trabalho se refere ao processo de desenvolvimento de um projeto arquitetônico baseado em aspectos sensoriais das crianças com autismo, levando em conta também o conceito de humanização. Quando falamos sobre humanização, estamos dando ênfase na qualidade do ambiente de saúde evitando desta forma o aspecto hostil, institucional e “distante”, que ainda predomina nestes equipamentos remanescentes do conceito de ambiente hospitalar aproximadamente até meados do séc XX. Até então, esses ambientes eram vistos por uma ótica predominantemente funcionalista. Somente a partir dessa época começaram a perceber o equipamento hospitalar como componente integrante do processo de cura, levando a um progressivo desenvolvimento e especialização dos espaços através de discussões que incluíam sociologia e antropologia no campo da arquitetura. A importância desse assunto foi tamanha, que em 2013 o Ministério da Saúde criou uma Política Nacional de Humanização (PNH), também chamado de HumanizaSUS, contendo cinco diretrizes. Uma delas é dedicada à ambiência - junção das palavras ambiente e vivência - dedicada ao processo de construção de ambientes saudáveis, acolhedores e confortáveis. A humanização qualifica o espaço construído através de atributos projetuais que provocam estímulos benéficos às pessoas e, consequentemente, aproximando esses ambientes dos valores humanos, tornando o homem o foco principal do projeto. Não há rígidas diretrizes associadas à humanização dos espaços pois as materializações da aplicação deste conceito ainda são híbridas. Como exemplo podemos citar algumas diretrizes que parecem ser comuns para a humanização dos ambientes de saúde: redução da escala de edifícios, orientação e domínio espacial, relação dos ambientes internos com o exterior e a natureza, condições naturais e conforto ambiental, referência residencial, privacidade e redução do stress, adequação ao usuário, acessibilidade e desenho universal, acolhimento e convívio social e participação dos acompanhantes. No Rio de Janeiro temos o Centro Internacional de Neuroreabilitação e Neurociências Sarah (também chamado Rede Sarah Kubitschek) destinado à crianças e adultos. Foi projetado pelo arquiteto João Figueiras de Lima (o “Lelé”) no ano de 2002, usando aspectos da humanização no projeto. A humanização proposta pelo arquiteto foi materializada através do contato com a natureza e a arte. O edifício é horizontal com dimensões reduzidas de cada unidade, e cada uma delas articula-se com o hospital como um elemento autônomo, o que permite ao paciente a compreensão de sua escala e seus limites com o espaço exterior. Além disso, a construção é toda envolta por jardins, aproximando os pacientes com a natureza, e a exploração da luz e da ventilação natural em todos os ambientes, pensando mais uma vez em um ponto de contato com a natureza e na qualidade do ar – opondo-se com a iluminação e ventilação artificiais comumente usada em espaços de saúde. Lelé também utiliza painéis coloridos do artista plástico Athos Bulcão com a intenção de sensibilizar e estimular com as diferentes cores e formas os pacientes. Nas paredes, há trabalhos produzidos pelas próprias crianças do Centro de Reabilitação nas Oficinas de artes, reforçando a humanização dos espaços, aproximando a um ambiente familiar. Hoje a maioria dos locais onde há tratamento para o autismo não foram projetadas pensando nesta especialidade e, sim, adaptada posteriormente à construção. Por lei, o tratamento deve ser integral, especializado e multidisciplinar. Desde 2005, a DPRJ (Defensoria Pública do Estado do Rio de Janeiro) tem intenção de criar um centro especializado, mas até hoje nada foi feito. O número de crianças com autismo vem tendo um aumento significativo e não há números oficiais e exatos fornecidos pelos órgãos governamentais nacionais, como por exemplo o Ministério da Saúde. Apesar de haver números estimados, sabe-se que não é um número exato, tendo em vista que o autismo ainda é considerado um tabu. Com isso, alguns pais têm resistência a aceitar a possibilidade de diagnóstico, bem como os adultos têm dificuldade para reconhecer seus sintomas e caracterizar o transtorno. Isso inclui os pais das crianças com autismo que, por ordem genética, muitas vezes estão dentro do espectro, mas não foram diagnosticados. Um espaço destinado ao diagnóstico, tratamento e pesquisa com qualidades ambientais pode favorecer o acompanhamento e tratamento de mais crianças com autismo. Neste trabalho abordaremos as fundamentações teóricas e conceituais, passando pelas diretrizes projetuais e chegando até o projeto final.
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