Caracterização estrutural e da interação com DNA do domínio cold-shock da proteína AtGRP2 de Arabidopsis thaliana por ressonância magnética nuclear
Autor(a) principal: | |
---|---|
Data de Publicação: | 2021 |
Tipo de documento: | Trabalho de conclusão de curso |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFRJ |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/11422/20879 |
Resumo: | AtGRP2 (Arabidopsis thaliana glycine rich protein 2) é uma proteína rica em glicina e ligante de RNA que desempenha papéis chave na resposta a estresse abiótico e na regulação do tempo de floração em Arabidopsis thaliana. Esta proteína contém um domínio N-terminal coldshock (CSD) e dois domínios C-terminais zinc finger do tipo CCHC retrovirais intercalados com regiões ricas em glicinas. Domínios cold-shock são conhecidos por se ligarem a ácidos nucleicos. Dada a função de AtGRP2 na tolerância a estresses abióticos em A. thaliana, o conhecimento de seu mecanismo de ação se faz interessante dentro do contexto de poluição ambiental e aquecimento global. Assim, o presente projeto teve como objetivo a caracterização estrutural e análise da interação com o oligonucleotídeo T7 do CSD de AtGRP2 de modo a se iniciar o processo de elucidação do mecanismo de ação da proteína a nível atômico. Uma construção do CSD de AtGRP2 (aminoácidos 1-79) foi expressa de forma recombinante em cepas de E. coli, BL21 (DE3), e purificada através de uma combinação de técnicas cromatográficas (cromatografia por afinidade a níquel e cromatografia por exclusão molecular). No espectro 2D [ 1H,15N] HSQC de AtGRP2-CSD foi constatada a presença de mais do que o dobro da quantidade de sinais esperados; estes sinais extras são caracterizados por uma baixa dispersão na dimensão do 1H, encontrados aglomerados em torno de 8,2 ppm, e maior intensidade. Foi concluído que há uma conformação desenovelada em equilíbrio com o estado enovelado da proteína em solução. A partir dos experimentos de RMN multidimensional adquiridos, foi possível assinalar 95% das ressonâncias da forma enovelada de AtGRP2-CSD, com exceção dos 2 artifícios de clonagem e dos resíduos M1 e S41, e 68% da forma desenovelada, sendo os seguintes aminoácidos não identificados: G-1, H0, M1, S2, N5, R10, S14, V15, K16, W17, F18, D19, T20, Q21, K22, G23, F24, D30, D31, H39, Q40, S41, L51, A52 e N65. Este equilíbrio conformacional já foi observado na literatura para as proteínas drkN SH3 e YB-1 CSD. O propósito desta instabilidade parcial e sua função no mecanismo de ação destas proteínas e de AtGRP2-CSD ainda deve ser mais investigado. A análise da interação de AtGRP2-CSD com o oligonucleotídeo T7 foi realizada através de experimentos de titulação por RMN em razões molares crescentes de ligante e a Perturbação do Deslocamento Químico (CSP) foi calculada a partir destes. A superfície de interação proteína-DNA foi identificada a partir de resíduos com valores de CSP maiores que 2 e 3σ: G25, F26, L36 e V38 (3σ) e G23, T28, F37, H39, Q40, R49 e L51 (2σ). Estes fazem parte dos motivos ligantes de ácidos nucleicos RNP-1 e RNP-2 de AtGRP2-CSD e da região de loop β3β4, a qual é conhecida na literatura por auxiliar na interação entre CSDs e ácidos nucleicos. |
id |
UFRJ_cb35a0de9c92df305bb0b8179581eaea |
---|---|
oai_identifier_str |
oai:pantheon.ufrj.br:11422/20879 |
network_acronym_str |
UFRJ |
network_name_str |
Repositório Institucional da UFRJ |
repository_id_str |
|
spelling |
Caracterização estrutural e da interação com DNA do domínio cold-shock da proteína AtGRP2 de Arabidopsis thaliana por ressonância magnética nuclearAtGRP2ProteínasDNARessonância Magnética NuclearCNPQ::CIENCIAS EXATAS E DA TERRA::QUIMICAAtGRP2 (Arabidopsis thaliana glycine rich protein 2) é uma proteína rica em glicina e ligante de RNA que desempenha papéis chave na resposta a estresse abiótico e na regulação do tempo de floração em Arabidopsis thaliana. Esta proteína contém um domínio N-terminal coldshock (CSD) e dois domínios C-terminais zinc finger do tipo CCHC retrovirais intercalados com regiões ricas em glicinas. Domínios cold-shock são conhecidos por se ligarem a ácidos nucleicos. Dada a função de AtGRP2 na tolerância a estresses abióticos em A. thaliana, o conhecimento de seu mecanismo de ação se faz interessante dentro do contexto de poluição ambiental e aquecimento global. Assim, o presente projeto teve como objetivo a caracterização estrutural e análise da interação com o oligonucleotídeo T7 do CSD de AtGRP2 de modo a se iniciar o processo de elucidação do mecanismo de ação da proteína a nível atômico. Uma construção do CSD de AtGRP2 (aminoácidos 1-79) foi expressa de forma recombinante em cepas de E. coli, BL21 (DE3), e purificada através de uma combinação de técnicas cromatográficas (cromatografia por afinidade a níquel e cromatografia por exclusão molecular). No espectro 2D [ 1H,15N] HSQC de AtGRP2-CSD foi constatada a presença de mais do que o dobro da quantidade de sinais esperados; estes sinais extras são caracterizados por uma baixa dispersão na dimensão do 1H, encontrados aglomerados em torno de 8,2 ppm, e maior intensidade. Foi concluído que há uma conformação desenovelada em equilíbrio com o estado enovelado da proteína em solução. A partir dos experimentos de RMN multidimensional adquiridos, foi possível assinalar 95% das ressonâncias da forma enovelada de AtGRP2-CSD, com exceção dos 2 artifícios de clonagem e dos resíduos M1 e S41, e 68% da forma desenovelada, sendo os seguintes aminoácidos não identificados: G-1, H0, M1, S2, N5, R10, S14, V15, K16, W17, F18, D19, T20, Q21, K22, G23, F24, D30, D31, H39, Q40, S41, L51, A52 e N65. Este equilíbrio conformacional já foi observado na literatura para as proteínas drkN SH3 e YB-1 CSD. O propósito desta instabilidade parcial e sua função no mecanismo de ação destas proteínas e de AtGRP2-CSD ainda deve ser mais investigado. A análise da interação de AtGRP2-CSD com o oligonucleotídeo T7 foi realizada através de experimentos de titulação por RMN em razões molares crescentes de ligante e a Perturbação do Deslocamento Químico (CSP) foi calculada a partir destes. A superfície de interação proteína-DNA foi identificada a partir de resíduos com valores de CSP maiores que 2 e 3σ: G25, F26, L36 e V38 (3σ) e G23, T28, F37, H39, Q40, R49 e L51 (2σ). Estes fazem parte dos motivos ligantes de ácidos nucleicos RNP-1 e RNP-2 de AtGRP2-CSD e da região de loop β3β4, a qual é conhecida na literatura por auxiliar na interação entre CSDs e ácidos nucleicos.Universidade Federal do Rio de JaneiroBrasilInstituto de QuímicaUFRJPinheiro, Anderson de Sáhttp://lattes.cnpq.br/3773354236475553http://lattes.cnpq.br/6210125679596818Neves, Bianca Cruzhttp://lattes.cnpq.br/2924634223083790Nogueira, Fábio César Sousahttp://lattes.cnpq.br/9246430154720067Pougy, Karina de Carvalho2023-06-20T18:21:44Z2023-12-21T03:09:54Z2021-06info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/bachelorThesishttp://hdl.handle.net/11422/20879porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UFRJinstname:Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)instacron:UFRJ2023-12-21T03:09:54Zoai:pantheon.ufrj.br:11422/20879Repositório InstitucionalPUBhttp://www.pantheon.ufrj.br/oai/requestpantheon@sibi.ufrj.bropendoar:2023-12-21T03:09:54Repositório Institucional da UFRJ - Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)false |
dc.title.none.fl_str_mv |
Caracterização estrutural e da interação com DNA do domínio cold-shock da proteína AtGRP2 de Arabidopsis thaliana por ressonância magnética nuclear |
title |
Caracterização estrutural e da interação com DNA do domínio cold-shock da proteína AtGRP2 de Arabidopsis thaliana por ressonância magnética nuclear |
spellingShingle |
Caracterização estrutural e da interação com DNA do domínio cold-shock da proteína AtGRP2 de Arabidopsis thaliana por ressonância magnética nuclear Pougy, Karina de Carvalho AtGRP2 Proteínas DNA Ressonância Magnética Nuclear CNPQ::CIENCIAS EXATAS E DA TERRA::QUIMICA |
title_short |
Caracterização estrutural e da interação com DNA do domínio cold-shock da proteína AtGRP2 de Arabidopsis thaliana por ressonância magnética nuclear |
title_full |
Caracterização estrutural e da interação com DNA do domínio cold-shock da proteína AtGRP2 de Arabidopsis thaliana por ressonância magnética nuclear |
title_fullStr |
Caracterização estrutural e da interação com DNA do domínio cold-shock da proteína AtGRP2 de Arabidopsis thaliana por ressonância magnética nuclear |
title_full_unstemmed |
Caracterização estrutural e da interação com DNA do domínio cold-shock da proteína AtGRP2 de Arabidopsis thaliana por ressonância magnética nuclear |
title_sort |
Caracterização estrutural e da interação com DNA do domínio cold-shock da proteína AtGRP2 de Arabidopsis thaliana por ressonância magnética nuclear |
author |
Pougy, Karina de Carvalho |
author_facet |
Pougy, Karina de Carvalho |
author_role |
author |
dc.contributor.none.fl_str_mv |
Pinheiro, Anderson de Sá http://lattes.cnpq.br/3773354236475553 http://lattes.cnpq.br/6210125679596818 Neves, Bianca Cruz http://lattes.cnpq.br/2924634223083790 Nogueira, Fábio César Sousa http://lattes.cnpq.br/9246430154720067 |
dc.contributor.author.fl_str_mv |
Pougy, Karina de Carvalho |
dc.subject.por.fl_str_mv |
AtGRP2 Proteínas DNA Ressonância Magnética Nuclear CNPQ::CIENCIAS EXATAS E DA TERRA::QUIMICA |
topic |
AtGRP2 Proteínas DNA Ressonância Magnética Nuclear CNPQ::CIENCIAS EXATAS E DA TERRA::QUIMICA |
description |
AtGRP2 (Arabidopsis thaliana glycine rich protein 2) é uma proteína rica em glicina e ligante de RNA que desempenha papéis chave na resposta a estresse abiótico e na regulação do tempo de floração em Arabidopsis thaliana. Esta proteína contém um domínio N-terminal coldshock (CSD) e dois domínios C-terminais zinc finger do tipo CCHC retrovirais intercalados com regiões ricas em glicinas. Domínios cold-shock são conhecidos por se ligarem a ácidos nucleicos. Dada a função de AtGRP2 na tolerância a estresses abióticos em A. thaliana, o conhecimento de seu mecanismo de ação se faz interessante dentro do contexto de poluição ambiental e aquecimento global. Assim, o presente projeto teve como objetivo a caracterização estrutural e análise da interação com o oligonucleotídeo T7 do CSD de AtGRP2 de modo a se iniciar o processo de elucidação do mecanismo de ação da proteína a nível atômico. Uma construção do CSD de AtGRP2 (aminoácidos 1-79) foi expressa de forma recombinante em cepas de E. coli, BL21 (DE3), e purificada através de uma combinação de técnicas cromatográficas (cromatografia por afinidade a níquel e cromatografia por exclusão molecular). No espectro 2D [ 1H,15N] HSQC de AtGRP2-CSD foi constatada a presença de mais do que o dobro da quantidade de sinais esperados; estes sinais extras são caracterizados por uma baixa dispersão na dimensão do 1H, encontrados aglomerados em torno de 8,2 ppm, e maior intensidade. Foi concluído que há uma conformação desenovelada em equilíbrio com o estado enovelado da proteína em solução. A partir dos experimentos de RMN multidimensional adquiridos, foi possível assinalar 95% das ressonâncias da forma enovelada de AtGRP2-CSD, com exceção dos 2 artifícios de clonagem e dos resíduos M1 e S41, e 68% da forma desenovelada, sendo os seguintes aminoácidos não identificados: G-1, H0, M1, S2, N5, R10, S14, V15, K16, W17, F18, D19, T20, Q21, K22, G23, F24, D30, D31, H39, Q40, S41, L51, A52 e N65. Este equilíbrio conformacional já foi observado na literatura para as proteínas drkN SH3 e YB-1 CSD. O propósito desta instabilidade parcial e sua função no mecanismo de ação destas proteínas e de AtGRP2-CSD ainda deve ser mais investigado. A análise da interação de AtGRP2-CSD com o oligonucleotídeo T7 foi realizada através de experimentos de titulação por RMN em razões molares crescentes de ligante e a Perturbação do Deslocamento Químico (CSP) foi calculada a partir destes. A superfície de interação proteína-DNA foi identificada a partir de resíduos com valores de CSP maiores que 2 e 3σ: G25, F26, L36 e V38 (3σ) e G23, T28, F37, H39, Q40, R49 e L51 (2σ). Estes fazem parte dos motivos ligantes de ácidos nucleicos RNP-1 e RNP-2 de AtGRP2-CSD e da região de loop β3β4, a qual é conhecida na literatura por auxiliar na interação entre CSDs e ácidos nucleicos. |
publishDate |
2021 |
dc.date.none.fl_str_mv |
2021-06 2023-06-20T18:21:44Z 2023-12-21T03:09:54Z |
dc.type.status.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/publishedVersion |
dc.type.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/bachelorThesis |
format |
bachelorThesis |
status_str |
publishedVersion |
dc.identifier.uri.fl_str_mv |
http://hdl.handle.net/11422/20879 |
url |
http://hdl.handle.net/11422/20879 |
dc.language.iso.fl_str_mv |
por |
language |
por |
dc.rights.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/openAccess |
eu_rights_str_mv |
openAccess |
dc.publisher.none.fl_str_mv |
Universidade Federal do Rio de Janeiro Brasil Instituto de Química UFRJ |
publisher.none.fl_str_mv |
Universidade Federal do Rio de Janeiro Brasil Instituto de Química UFRJ |
dc.source.none.fl_str_mv |
reponame:Repositório Institucional da UFRJ instname:Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) instacron:UFRJ |
instname_str |
Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) |
instacron_str |
UFRJ |
institution |
UFRJ |
reponame_str |
Repositório Institucional da UFRJ |
collection |
Repositório Institucional da UFRJ |
repository.name.fl_str_mv |
Repositório Institucional da UFRJ - Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) |
repository.mail.fl_str_mv |
pantheon@sibi.ufrj.br |
_version_ |
1815456048066068480 |