Antagonismo in vitro à bactéria fitopatogênica Ralstonia solanacearum

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Esteves, Isabela Nelvo
Data de Publicação: 2022
Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFRJ
Texto Completo: http://hdl.handle.net/11422/20620
Resumo: A bactéria fitopatogênica Ralstonia solanacearum causa uma doença popularmente conhecida como murcha-bacteriana. A fitopatologia manifesta-se nas plantas infectadas através de sintomas como a murcha das folhas e o apodrecimento das raízes da planta. Diversos métodos são utilizados na tentativa de controlar a disseminação da doença, como por exemplo a aplicação do agrotóxico hidróxido de cobre; entretanto, nenhum deles se mostra suficientemente eficaz. Portanto, o desenvolvimento de um bioinoculante a partir de um consórcio de estirpes bacterianas promotoras de crescimento de plantas (PGPB - Plant Growth Promoting Bacteria) é uma possível alternativa para o controle da doença, já que as PGPB podem dar proteção contra fitopatógenos por meio da produção de compostos bioativos, como substâncias antimicrobianas (SAMs). Em um estudo realizado anteriormente no nosso laboratório, foram isoladas das raízes da planta Tropaeolum majus L. (capuchinha) 245 PGPB produtoras de SAMs. Além disso, foi observada a presença de sintomas característicos da fitopatologia causada por R. solanacearum nas plantas de capuchinha utilizadas no estudo. Dando continuidade ao estudo, os objetivos desse trabalho foram: (i) isolar possíveis estirpes de R. solanacearum das plantas de capuchinha e (ii) realizar testes de antagonismo in vitro utilizando as PGPB previamente isoladas. Para isso, foram coletadas e processadas aproximadamente 10g de raízes de capuchinha que apresentavam sintomas característicos da doença causada por R. solanacearum. O lavado e o macerado das raízes foram diluídos sucessivamente, semeados em meio seletivo para Ralstonia (meio SMSA-E) e incubados por até 5 dias. As estirpes isoladas foram selecionadas através de sua morfologia colonial (colônias brancas, leitosas, irregulares e avermelhadas no centro) e observadas ao microscópio óptico após coloração de Gram. As estirpes provavelmente pertencentes à espécie R. solanacearum foram então submetidas a testes de antagonismo in vitro com as PGPB previamente isoladas da capuchinha em meio de cultura sólido CPG (Casamino acid Peptone-Glucose), tanto por meio da técnica de cultura cruzada quanto pela técnica de inóculo direto em placa (spot on lawn). Dezesseis estirpes de PGPB apresentaram capacidade de inibir o crescimento das possíveis estirpes de R. solanacearum. Dessas 16 estirpes, 9 estirpes apresentaram padrões de bandas diferentes após a amplificação por PCR utilizando-se o iniciador BOXA1R. Dessa forma, essas 9 estirpes foram identificadas molecularmente através do gene rrs que codifica o 16S rRNA. Estas estirpes foram identificadas como pertencentes aos gêneros Pseudomonas, Serratia e Enterobacter. Assim, as PGPB com atividade contra R. solanacearum poderão ser utilizadas para futuros testes in vivo e para um possível desenvolvimento de um bioinoculante para a capuchinha.
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