Educação Infantil do campo e currículo: que atividades são oportunizadas às crianças
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Data de Publicação: | 2019 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFRN |
Texto Completo: | https://repositorio.ufrn.br/jspui/handle/123456789/28250 |
Resumo: | O presente trabalho objetivou analisar, no contexto da Educação Infantil do Campo, o currículo vivido por meio de atividades oportunizadas às crianças, buscando responder à questão: que atividades são propiciadas às crianças e que compõem o currículo que elas vivenciam em um contexto de Educação Infantil do Campo? A pesquisa partiu da consideração de que: a) a Educação Infantil do Campo precisa respeitar, em suas propostas pedagógicas e currículos, as crianças em seus contextos e especificidades, considerando seus modos próprios de vida, ao mesmo tempo que oportunizar a apropriação de outras práticas da cultura, propiciando seu desenvolvimento integral; b) o currículo compreende as situaçõesações-relações que são vivenciadas por crianças e professores nos espaços e tempos das instituições. As atividades propostas e vivenciadas diariamente são representativas dos currículos; c) as práticas desenvolvidas junto às crianças na Educação Infantil do Campo, as quais constituem os currículos por elas vividos nas instituições, são, ainda, pouco conhecidas e discutidas, o que aponta a necessidade de estudos que busquem ampliar esse conhecimento; d) o desenvolvimento metodológico do estudo orientou-se por princípios da investigação qualitativa e proposições da abordagem histórico cultural de L. S. Vigotski, bem como pelo dialogismo de M. Bakhtin para a pesquisa sobre processos humanos e sociais. Segundo esses princípios e proposições, tanto os objetos de estudo quanto os procedimentos de investigação têm centralidade nas interações e na linguagem – produção de sentidos; envolvem práticas de descrição e interpretação, responsabilidade e responsividade na construção de respostas às questões de partida.Como procedimentos de construção de dados,foram desenvolvidas observações de tipo semiparticipativo com registro em Diário de Campo, entrevistas semiestruturadas e análise de documentos. A pesquisa foi desenvolvida em uma escola situada na zona rural de um município do Rio Grande do Norte, em uma turma multi-idade com 18 crianças de três a cinco anos e duas professoras – titular e auxiliar. A análise dos dados construídos possibilitou constatar que, no dia a dia, é oportunizado às crianças, pelas professoras, um conjunto de atividades com pouca variação e próprias a instituições de Educação Infantil de contextos urbanos: 1.(Não) atividade – espera entre atividades fixas; 2. Atividades de higiene; 3. Atividades de alimentação; 4. Conversas na Roda e em outros tempos-espaços; 5. Canto de canções infantis; 6. Atividades com a língua escrita; 7. Atividades de desenho e pintura (colorir); 8. Modelagem com massinha; 9. Brincadeiras dentro e fora da sala; 10. Atividades com quantidades e números; 11. Atividades de recorte e colagem; 12. Contação e “leitura” de histórias; 13. Apresentação de vídeos; e 14. Atividades/tarefas de casa. Essas atividades se apresentam, no dia a dia, de maneira pouco diversificada, com forte caráter mecânico e descontextualizado, sem articulação com as vivências reais das crianças, com seus interesses e necessidades. Desse modo, as interações, brincadeiras, participação, exploração e expressão por parte das crianças – embora existam – mostram-se pouco enriquecidas, em função dos modos como as atividades são encaminhadas. De forma especial, as atividades não se articulam com as especificidades do contexto de vida das crianças, não contribuindo, consequentemente, para o conhecimento e a valorização de suas especificidades e para a afirmação de suas identidades como sujeitos do campo. Ressaltamos, ainda, a presença, no cotidiano da turma, de objetos e práticas próprios de contextos urbanos, o que aponta para uma reconfiguração das vidas e dos sujeitos “do campo”, o que pode se refletir nas práticas da escola e vice-versa. O estudo indica a necessidade de processos formativos junto aos docentes e gestores desse contexto na perspectiva de ressignificação de suas próprias práticas, tendo em vista a melhoria da qualidade da educação das crianças. |
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Pimentel, Edileide RibeiroDantas, Elaine Luciana SobralLeal, Fernanda de Lourdes AlmeidaPaiva, Maria Cristina Leandro deMomo, MariangelaLopes, Denise Maria de Carvalho2020-01-15T21:20:36Z2020-01-15T21:20:36Z2019-08-29PIMENTEL, Edileide Ribeiro. Educação Infantil do campo e currículo: que atividades são oportunizadas às crianças. 2019. 151f. Dissertação (Mestrado em Educação) - Centro de Educação, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, 2019.https://repositorio.ufrn.br/jspui/handle/123456789/28250O presente trabalho objetivou analisar, no contexto da Educação Infantil do Campo, o currículo vivido por meio de atividades oportunizadas às crianças, buscando responder à questão: que atividades são propiciadas às crianças e que compõem o currículo que elas vivenciam em um contexto de Educação Infantil do Campo? A pesquisa partiu da consideração de que: a) a Educação Infantil do Campo precisa respeitar, em suas propostas pedagógicas e currículos, as crianças em seus contextos e especificidades, considerando seus modos próprios de vida, ao mesmo tempo que oportunizar a apropriação de outras práticas da cultura, propiciando seu desenvolvimento integral; b) o currículo compreende as situaçõesações-relações que são vivenciadas por crianças e professores nos espaços e tempos das instituições. As atividades propostas e vivenciadas diariamente são representativas dos currículos; c) as práticas desenvolvidas junto às crianças na Educação Infantil do Campo, as quais constituem os currículos por elas vividos nas instituições, são, ainda, pouco conhecidas e discutidas, o que aponta a necessidade de estudos que busquem ampliar esse conhecimento; d) o desenvolvimento metodológico do estudo orientou-se por princípios da investigação qualitativa e proposições da abordagem histórico cultural de L. S. Vigotski, bem como pelo dialogismo de M. Bakhtin para a pesquisa sobre processos humanos e sociais. Segundo esses princípios e proposições, tanto os objetos de estudo quanto os procedimentos de investigação têm centralidade nas interações e na linguagem – produção de sentidos; envolvem práticas de descrição e interpretação, responsabilidade e responsividade na construção de respostas às questões de partida.Como procedimentos de construção de dados,foram desenvolvidas observações de tipo semiparticipativo com registro em Diário de Campo, entrevistas semiestruturadas e análise de documentos. A pesquisa foi desenvolvida em uma escola situada na zona rural de um município do Rio Grande do Norte, em uma turma multi-idade com 18 crianças de três a cinco anos e duas professoras – titular e auxiliar. A análise dos dados construídos possibilitou constatar que, no dia a dia, é oportunizado às crianças, pelas professoras, um conjunto de atividades com pouca variação e próprias a instituições de Educação Infantil de contextos urbanos: 1.(Não) atividade – espera entre atividades fixas; 2. Atividades de higiene; 3. Atividades de alimentação; 4. Conversas na Roda e em outros tempos-espaços; 5. Canto de canções infantis; 6. Atividades com a língua escrita; 7. Atividades de desenho e pintura (colorir); 8. Modelagem com massinha; 9. Brincadeiras dentro e fora da sala; 10. Atividades com quantidades e números; 11. Atividades de recorte e colagem; 12. Contação e “leitura” de histórias; 13. Apresentação de vídeos; e 14. Atividades/tarefas de casa. Essas atividades se apresentam, no dia a dia, de maneira pouco diversificada, com forte caráter mecânico e descontextualizado, sem articulação com as vivências reais das crianças, com seus interesses e necessidades. Desse modo, as interações, brincadeiras, participação, exploração e expressão por parte das crianças – embora existam – mostram-se pouco enriquecidas, em função dos modos como as atividades são encaminhadas. De forma especial, as atividades não se articulam com as especificidades do contexto de vida das crianças, não contribuindo, consequentemente, para o conhecimento e a valorização de suas especificidades e para a afirmação de suas identidades como sujeitos do campo. Ressaltamos, ainda, a presença, no cotidiano da turma, de objetos e práticas próprios de contextos urbanos, o que aponta para uma reconfiguração das vidas e dos sujeitos “do campo”, o que pode se refletir nas práticas da escola e vice-versa. O estudo indica a necessidade de processos formativos junto aos docentes e gestores desse contexto na perspectiva de ressignificação de suas próprias práticas, tendo em vista a melhoria da qualidade da educação das crianças.This paper sought to analyze, in the context of countryside childhood education, the curriculum as perceived through child-oriented activities, seeking to answer the following question: which countryside child education curriculum activities are provided to children? The starting points for the research were: a) countryside childhood education must respect, within its pedagogical proposals and curricula, kids in their contexts and specificities, considering their own living means, at the same time as giving opportunity to appropriation of other cultural practices enabling their full development; b) the curriculum comprehends the situations-actions-relationships experienced by kids and teachers alike, within the confines and hours of the institutions. The proposed and daily performed activities represent the curriculum; c) the practices developed alongside the kids, that constitute the curriculum, are as of yet fairly unknown and under discussed, evidencing the need for studies to broaden such knowledge. The methodological development towards the human and social processes research was guided by the principles of qualitative investigation and the historical-cultural approach by L. S. Vigotski and M. Bakhtin`s dialogism. According to said principles and propositions, in researches of this nature, both study objects and investigation procedures are centered on the interactions and language, because they involve portrayal and interpretation practices – shared meaning production – in the elaboration of answers to the instigating questions. Semi-participative observations recorded on field logs, semi-structured interviews and documental analysis were developed as data gathering procedures. The research occurred in a countryside school of a Rio Grande do Norte municipality, in a multi-age kindergarten class, comprising eighteen children aged three to five, and two female teachers – primary and auxiliary. Data analysis made it possible to verify that, in daily interactions, the teachers gave their students a set of unvarying and urban environment-appropriate tasks: 1. Lack of waitactivity between fixed activities; 2. Hygiene activities; 3. Feeding activities; 4. Talking – in the circle and other times-spaces; 5. Singing kid songs; 6. Writing activities; 7. Painting and coloring activities; 8. Plasticine modeling; 9. Playtime both in and out of class; 10. Quantification and number activities; 11. Cut and paste activities; 12. Storytelling; 13. Video playback; 14. Homework. These activities are presented in a undiversified daily basis, with a strong mechanical and un contextualized character, with no articulation with the real life experiences of the children, their interesses and needs. Thereby, the student’s interactions, playtimes, participations, explorations and expressions, though present, are poorly enriched by the method of their handling. Furthermore, the activities are not articulated with the specificities of the children’s life context, consequently not contributing to the recognition and appreciation of their specificities and assertion of their country subject identity. We point out the presence, in the class’ daily routine, of objects and practices pertinent to urban environments, pointing to an overhaul of farm lives and subjects, possibly reflecting in school practices and vice-versa. The study points to the need of teacher and manager training in this context, in the perspective of resignification of their own practices, aiming to improve the quality of child education.CNPQ::CIENCIAS HUMANAS::EDUCACAOEducação infantil do campoCurrículoAtividades pedagógicasEducação Infantil do campo e currículo: que atividades são oportunizadas às criançasinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisPROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃOUFRNBrasilinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da UFRNinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)instacron:UFRNTEXTEducacaoInfantilcampo_Pimentel_2019.pdf.txtEducacaoInfantilcampo_Pimentel_2019.pdf.txtExtracted texttext/plain365630https://repositorio.ufrn.br/bitstream/123456789/28250/2/EducacaoInfantilcampo_Pimentel_2019.pdf.txt4731373826a88e27f6aa4822288b2bbcMD52THUMBNAILEducacaoInfantilcampo_Pimentel_2019.pdf.jpgEducacaoInfantilcampo_Pimentel_2019.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg1186https://repositorio.ufrn.br/bitstream/123456789/28250/3/EducacaoInfantilcampo_Pimentel_2019.pdf.jpg4c9fe6145531191c93ee22f61819361bMD53ORIGINALEducacaoInfantilcampo_Pimentel_2019.pdfapplication/pdf3321405https://repositorio.ufrn.br/bitstream/123456789/28250/1/EducacaoInfantilcampo_Pimentel_2019.pdf003f59e39170695e580fe6a663bf590aMD51123456789/282502020-01-19 04:50:13.816oai:https://repositorio.ufrn.br:123456789/28250Repositório de PublicaçõesPUBhttp://repositorio.ufrn.br/oai/opendoar:2020-01-19T07:50:13Repositório Institucional da UFRN - Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)false |
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