Midiativismo e participação política em redes sociotécnicas: estratégias discursivas de coletivos brasileiros no processo eleitoral de 2018
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Data de Publicação: | 2020 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFRN |
Texto Completo: | https://repositorio.ufrn.br/jspui/handle/123456789/29702 |
Resumo: | O contexto tecnológico atual possibilita que atores diversos, em grupo ou de forma individual, produzam e distribuam conteúdos, com potencial de se tornarem relevantes, devido à popularização das tecnologias da informação e comunicação (TICs), principalmente a internet e os sites de redes sociais digitais (mídias sociais). Esta situação reconfigura as maneiras de empreender ações de contestação social por meio do ativismo, conformado pela permanente atualização dos dispositivos midiáticos, possibilitando a emergência de coletivos midiativistas que produzem discursos contra-hegemônicos, ou não hegemônicos, dando novos contornos às formas de participação política, esta entendida no sentido amplo, além dos processos relativos a tomadas de decisão em âmbitos institucionais. Neste contexto, esta investigação tem o objetivo de delinear a relação entre midiativismo e participação no sentido de entender se a citada prática ativista por meio da mídia representa uma ampliação das possibilidades de participação. A pesquisa toma como exemplo as estratégias discursivas de dois coletivos midiáticos, a Mídia Ninja (MN) e os Jornalistas Livres (JLs), durante o processo eleitoral brasileiro de 2018. Para realizar a análise foram selecionadas 30 postagens com maior engajamento de cada grupo (60 ao todo), nas suas respectivas páginas no Facebook. A Análise de Discurso Textualmente Orientada, baseada na concepção tridimensional do discurso (texto, produção discursiva e prática social), e a Análise Crítica do Discurso (ACD) foram utilizadas como metodologia. A rede teórica que embasa o estudo trata de questões referentes à reticularização sociotécnica da sociedade, midiatização e o que isso significa para os processos de participação política; os aspectos relativos a mídia alternativa, ciberativismo, net-ativismo, midiativismo e midialivrismo (mídia livre) e ao entrelaçamento destes com o jornalismo. Como resultados, a investigação revela que a relação entre midiativismo e participação política é profícua e substantiva, sendo positiva para democracia, quando busca a justiça social e a defesa dos direitos humanos. Assuntos, movimentos e grupos, por vezes marginalizados nos debates públicos (a eleição é um deles), encontram vias de representatividade por meio do midiativismo, algo percebido na materialidade enunciativa da MN e dos JLs, configurando uma ampliação das possibilidades de participação. A partir da interpretação dos enunciados dos coletivos considerando oito categorias (formatos, intertextualidade e interdiscursividade, gêneros textuais, ethos, caracterização dos candidatos, tematização, participação e midiativismo), a pesquisa mostra que os discursos da MN e dos JLs foram organizados de modo a apoiar candidatos de esquerda (principalmente o presidenciável Fernando Haddad, do PT), atrelando a este apoio vários temas ligados a causas progressistas (feminismo – o movimento #EleNão principalmente -, antirracismo, defesa da democracia, LGBT etc.), constituindo, mesmo com as contingências (superficialidade e silenciamentos) importantes esferas de contraponto em face ao avanço de discursos de ódio nas redes digitais. Nota-se ainda que o midiativismo dos grupos não é puro, é apenas umas das formas de se expressar. Valendo-se das possibilidades das ações midialivristas, a MN e os JLs apresentaram uma linguagem híbrida, misturando marcadores das práticas jornalística e propagandística (com predominância da última) e transitando entre os ativismos digital e de mídia social (sem ir às ruas para fazer o registro midiático), para participar politicamente do processo eleitoral brasileiro de 2018. |
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Ramalho, RaulAlves, Anabela Maria GradimSuzina, Ana CristinaVeloso, Maria do Socorro FurtadoPaulino, Roseli Aparecida FigaroMaia, Kênia Beatriz Ferreira2020-07-22T18:07:59Z2020-07-22T18:07:59Z2020-05-21RAMALHO, Raul. Midiativismo e participação política em redes sociotécnicas: estratégias discursivas de coletivos brasileiros no processo eleitoral de 2018. 2020. 257f. Tese (Doutorado em Estudos da Mídia) - Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, 2020.https://repositorio.ufrn.br/jspui/handle/123456789/29702O contexto tecnológico atual possibilita que atores diversos, em grupo ou de forma individual, produzam e distribuam conteúdos, com potencial de se tornarem relevantes, devido à popularização das tecnologias da informação e comunicação (TICs), principalmente a internet e os sites de redes sociais digitais (mídias sociais). Esta situação reconfigura as maneiras de empreender ações de contestação social por meio do ativismo, conformado pela permanente atualização dos dispositivos midiáticos, possibilitando a emergência de coletivos midiativistas que produzem discursos contra-hegemônicos, ou não hegemônicos, dando novos contornos às formas de participação política, esta entendida no sentido amplo, além dos processos relativos a tomadas de decisão em âmbitos institucionais. Neste contexto, esta investigação tem o objetivo de delinear a relação entre midiativismo e participação no sentido de entender se a citada prática ativista por meio da mídia representa uma ampliação das possibilidades de participação. A pesquisa toma como exemplo as estratégias discursivas de dois coletivos midiáticos, a Mídia Ninja (MN) e os Jornalistas Livres (JLs), durante o processo eleitoral brasileiro de 2018. Para realizar a análise foram selecionadas 30 postagens com maior engajamento de cada grupo (60 ao todo), nas suas respectivas páginas no Facebook. A Análise de Discurso Textualmente Orientada, baseada na concepção tridimensional do discurso (texto, produção discursiva e prática social), e a Análise Crítica do Discurso (ACD) foram utilizadas como metodologia. A rede teórica que embasa o estudo trata de questões referentes à reticularização sociotécnica da sociedade, midiatização e o que isso significa para os processos de participação política; os aspectos relativos a mídia alternativa, ciberativismo, net-ativismo, midiativismo e midialivrismo (mídia livre) e ao entrelaçamento destes com o jornalismo. Como resultados, a investigação revela que a relação entre midiativismo e participação política é profícua e substantiva, sendo positiva para democracia, quando busca a justiça social e a defesa dos direitos humanos. Assuntos, movimentos e grupos, por vezes marginalizados nos debates públicos (a eleição é um deles), encontram vias de representatividade por meio do midiativismo, algo percebido na materialidade enunciativa da MN e dos JLs, configurando uma ampliação das possibilidades de participação. A partir da interpretação dos enunciados dos coletivos considerando oito categorias (formatos, intertextualidade e interdiscursividade, gêneros textuais, ethos, caracterização dos candidatos, tematização, participação e midiativismo), a pesquisa mostra que os discursos da MN e dos JLs foram organizados de modo a apoiar candidatos de esquerda (principalmente o presidenciável Fernando Haddad, do PT), atrelando a este apoio vários temas ligados a causas progressistas (feminismo – o movimento #EleNão principalmente -, antirracismo, defesa da democracia, LGBT etc.), constituindo, mesmo com as contingências (superficialidade e silenciamentos) importantes esferas de contraponto em face ao avanço de discursos de ódio nas redes digitais. Nota-se ainda que o midiativismo dos grupos não é puro, é apenas umas das formas de se expressar. Valendo-se das possibilidades das ações midialivristas, a MN e os JLs apresentaram uma linguagem híbrida, misturando marcadores das práticas jornalística e propagandística (com predominância da última) e transitando entre os ativismos digital e de mídia social (sem ir às ruas para fazer o registro midiático), para participar politicamente do processo eleitoral brasileiro de 2018.The current technological context enables diverse subjects, in groups or individually, to produce and distribute content, with the potential to become relevant, due to the popularization of information and communication technologies (ICTs), especially the internet and social networks’ websites (social media). This situation reconfigures the ways to undertake actions of social contestation through activism, conformed by the permanent updating of media devices, enabling the emergence of mediactivists colectives that produce counter hegemonic, or no hegemonic, discourses, giving new outlines to the forms of political participation, here understood in a broad sense, in addition to the processes related to decision making in institutional spheres. In this context, this investigation aims to outline the relationship between media activism and participation in order to understand whether the aforementioned activist practice through the media represents an expansion of the possibilities for participation. The research takes as example the discursive strategies of two media colletives, Mídia Ninja (MN) and Jornalistas Livres (JLs), during the 2018 brazilian electoral process. To perform the analysis, 30 posts with the highest engagement from each group were selected (totaling 60), on their respective Facebook pages. Textually Oriented Discourse Analysis, based on the three-dimensional concept of discourse (text, discursive production and social practice), and Critical Discourse Analysis (ACD) were used as methodology. The theoretical network that supports the study deals with issues related to the sociotechnical reticularization of society, mediatization and what this means for the processes of political participation; the aspects related to alternative media, cyberactivism, net-activism, mediactivism and free media and their intertwining with journalism. As results, the investigation reveals that the relationship between mediactivism and political participation is fruitful and substantive, being positive for democracy, when it seeks social justice and the defense of human rights. Subjects, movements and groups sometimes marginalized from public debates (the election is one of them) find ways of representation through mediactivism, wich was perceived in the enunciative materiality of the MN and the JLs, configuring an expansion of the possibilities of participation. From the interpretation of the enunciatitions of the collectives considering eight categories (formats, intertextuality and interdiscursivity, textual genres, ethos, characterization of the candidates, thematization, participation and mediactivism), the research shows that the discourses of the MN and the JLs were organized in order to support leftist candidates (mainly the presidential candidate Fernando Haddad, from PT), linking to this support several themes linked to progressive causes (feminism – mainly the #EleNão movement, anti-racism, defense of democracy, LGBT etc.), constituting, even with the contingencies (superficiality and silences), important counterpoint spheres in the face of the advance of hate speech in digital networks. It is also noted that the mediactivism of the groups is not pure, it is just one of the ways for self- expression. Taking advantage of the possibilities of free media action, the MN and the JLs presented a hybrid language, mixing markers of journalistic and propagandistic practices (with predominance of the latter) and moving between digital activism and social media activism (without going to the streets to do the mediatic register), to participate politically in the 2018 brazilian electoral process.Universidade Federal do Rio Grande do NortePROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ESTUDOS DA MÍDIAUFRNBrasilCNPQ::CIENCIAS SOCIAIS APLICADAS::COMUNICACAOMidiativismoParticipação políticaAnálise de discursoMídia NinjaJornalistas LivresMidiativismo e participação política em redes sociotécnicas: estratégias discursivas de coletivos brasileiros no processo eleitoral de 2018info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da UFRNinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)instacron:UFRNORIGINALMidiativismoparticipacaopolitica_Ramalho_2020.pdfapplication/pdf5082361https://repositorio.ufrn.br/bitstream/123456789/29702/1/Midiativismoparticipacaopolitica_Ramalho_2020.pdf966b42b8fab645c86f6530ebc150494cMD51TEXTMidiativismoparticipacaopolitica_Ramalho_2020.pdf.txtMidiativismoparticipacaopolitica_Ramalho_2020.pdf.txtExtracted texttext/plain697371https://repositorio.ufrn.br/bitstream/123456789/29702/2/Midiativismoparticipacaopolitica_Ramalho_2020.pdf.txt63f6a6c5b965fa235356b988ca20580eMD52THUMBNAILMidiativismoparticipacaopolitica_Ramalho_2020.pdf.jpgMidiativismoparticipacaopolitica_Ramalho_2020.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg1402https://repositorio.ufrn.br/bitstream/123456789/29702/3/Midiativismoparticipacaopolitica_Ramalho_2020.pdf.jpg8e4874af4a4c0dcd18f8c197f9b8fb45MD53123456789/297022020-07-26 04:52:36.107oai:https://repositorio.ufrn.br:123456789/29702Repositório de PublicaçõesPUBhttp://repositorio.ufrn.br/oai/opendoar:2020-07-26T07:52:36Repositório Institucional da UFRN - Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)false |
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