Perspectiva de egressos do sistema prisional em relação à vida em sociedade após o cumprimento da pena

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Silva, Carolina Maria Felipe dos Santos
Data de Publicação: 2019
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRRJ
Texto Completo: https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/14516
Resumo: Esta é uma pesquisa exploratória de caráter qualitativo. Pretendeu-se com isso investigar a perspectiva de egressos do Sistema Prisional em relação à vida em sociedade após o cumprimento da pena. Para isso, foi realizado uma linha do tempo trazendo a história das punições na Europa e no Brasil abordou-se a situação das políticas de atenção ao privado de liberdade do sistema penitenciário brasileiro buscando através dos conceitos da Psicologia Social dar mais ênfase nas questões de exclusão social, estigmas, preconceito e do processo de ressocialização. Os participantes desta pesquisa foram 108 egressos do sistema prisional, que estão em cumprimento do Livramento Condicional ou Programa Albergue Domiciliar, e são acompanhados pelo Patronato Magarino Torres Anexo Volta Redonda. Todos do sexo masculino e com idade superior a 18 anos. O instrumento para a coleta de dados foi um questionário misto com 19 perguntas elaborado pela autora desta dissertação e por sua orientadora. Foram respeitados os princípios éticos de pesquisa com seres humanos. Cada participante assinou o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, autorizando a sua participação na pesquisa. O comitê de Ética aprovou o questionário e a realização da pesquisa, dando o seu parecer favorável através do protocolo número 1330/19. Os dados foram analisados e categorizados de acordo com a análise de conteúdo segundo as teorias de Bardin. Como resultado, identificou-se que, dos egressos participantes da pesquisa, a maioria tem idades entre 21 e 30 anos, se autodeclararam pardos, ficaram presos entre 1 e 5 anos e estão fora do cárcere a menos de um ano. Também foi possível analisar que a maioria dos egressos estava cumprindo o Livramento Condicional e seu grau de escolaridade é o Ensino Fundamental incompleto, tendo abandonado a escola porque necessitavam trabalhar. Grande parte dos egressos participantes da pesquisa está respondendo por crime ligado a drogas. Em relação ao sentimento sobre a saída do cárcere, a maioria se colocou como estando bem e que sua vida voltou ao normal. No entanto, foi possível verificar, que a maioria está inserida no mercado de trabalho informal, relatando dificuldades sobre a inclusão em trabalhos formais. Em relação ao que pretendem fazer das suas vidas, agora que estão fora do cárcere, a maioria alegou que busca por trabalhos. Sobre a percepção dos egressos em relação às pessoas saberem que é um ex-presidiário, a maioria verbalizou que as pessoas não gostam/ têm medo/ preconceito. Quanto à vida futura, os egressos participantes da pesquisa afirmaram que pretendem estar ao lado da família. Em relação a fato de ser monitorado pela Justiça, muitos declararam que se sentem tranquilos e que não vêm problemas. A pesquisa é finalizada com reflexões sobre o sistema prisional brasileiro, necessidade de maior respeito aos direitos humanos, o quanto a sociedade precisa parar de olhar os sujeitos através do preconceito, incluindo-os em empregos formais sem ter juízos de valores, e o quanto o Governo, em todas as Instâncias, deve promover Políticas Públicas de prevenção para que um cidadão não chegue ao ponto de se tornar um encarcerado ou vir a reincidir no Sistema Prisional.
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Para isso, foi realizado uma linha do tempo trazendo a história das punições na Europa e no Brasil abordou-se a situação das políticas de atenção ao privado de liberdade do sistema penitenciário brasileiro buscando através dos conceitos da Psicologia Social dar mais ênfase nas questões de exclusão social, estigmas, preconceito e do processo de ressocialização. Os participantes desta pesquisa foram 108 egressos do sistema prisional, que estão em cumprimento do Livramento Condicional ou Programa Albergue Domiciliar, e são acompanhados pelo Patronato Magarino Torres Anexo Volta Redonda. Todos do sexo masculino e com idade superior a 18 anos. O instrumento para a coleta de dados foi um questionário misto com 19 perguntas elaborado pela autora desta dissertação e por sua orientadora. Foram respeitados os princípios éticos de pesquisa com seres humanos. Cada participante assinou o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, autorizando a sua participação na pesquisa. O comitê de Ética aprovou o questionário e a realização da pesquisa, dando o seu parecer favorável através do protocolo número 1330/19. Os dados foram analisados e categorizados de acordo com a análise de conteúdo segundo as teorias de Bardin. Como resultado, identificou-se que, dos egressos participantes da pesquisa, a maioria tem idades entre 21 e 30 anos, se autodeclararam pardos, ficaram presos entre 1 e 5 anos e estão fora do cárcere a menos de um ano. Também foi possível analisar que a maioria dos egressos estava cumprindo o Livramento Condicional e seu grau de escolaridade é o Ensino Fundamental incompleto, tendo abandonado a escola porque necessitavam trabalhar. Grande parte dos egressos participantes da pesquisa está respondendo por crime ligado a drogas. Em relação ao sentimento sobre a saída do cárcere, a maioria se colocou como estando bem e que sua vida voltou ao normal. No entanto, foi possível verificar, que a maioria está inserida no mercado de trabalho informal, relatando dificuldades sobre a inclusão em trabalhos formais. Em relação ao que pretendem fazer das suas vidas, agora que estão fora do cárcere, a maioria alegou que busca por trabalhos. Sobre a percepção dos egressos em relação às pessoas saberem que é um ex-presidiário, a maioria verbalizou que as pessoas não gostam/ têm medo/ preconceito. Quanto à vida futura, os egressos participantes da pesquisa afirmaram que pretendem estar ao lado da família. Em relação a fato de ser monitorado pela Justiça, muitos declararam que se sentem tranquilos e que não vêm problemas. A pesquisa é finalizada com reflexões sobre o sistema prisional brasileiro, necessidade de maior respeito aos direitos humanos, o quanto a sociedade precisa parar de olhar os sujeitos através do preconceito, incluindo-os em empregos formais sem ter juízos de valores, e o quanto o Governo, em todas as Instâncias, deve promover Políticas Públicas de prevenção para que um cidadão não chegue ao ponto de se tornar um encarcerado ou vir a reincidir no Sistema Prisional.CAPES - Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível SuperiorThis is an exploratory research of qualitative character. It was intended to investigate the perspective of ex-convicts from the prison system in relation to life in society after serving the sentence. Due this, a timeline was made presenting the history of punishments in Europe and Brazil, addressed the situation of policies of attention to the deprived of liberty of the Brazilian penitentiary system, looking for, through the concepts of the Social Psychology to emphasize the issues of social exclusion, stigmas, prejudice and the resocialization process. The participants in this research were 108 prison ex-convicts under Parole or Homestay Program assisted by Patronato Magarino Torres Annex Volta Redonda. All of them were adult males (above 18). The data collection were done through a mixed questionnaire with 19 questions prepared by the author of this dissertation and by her advisor. All the ethical principles of research with human beings were respected. Each participant signed the Informed Consent Form authorizing his participation in the research. The Ethics Committee approved the questionnaire and the research, by its favorable opinion with protocol number 1330/19. Data were analyzed and categorized according to content analysis according to Bardin's theories. As a result, it was found that most of the ex-convicts of the survey were mostly between the ages of 21 and 30, self-declared brown, were imprisoned between 1 and 5 years, and have been out of jail for less than a year. It was also possible to analyze that most of the ex-prisoners were under Parole and have incomplete elementary school education level, having been left school due to the need to work. Most of the ex-convicts were imprisoned due to drug-related crimes. Regarding the feeling about leaving the jail, most of them felt that they were well, and that life was back to normal. However, it was possible to verify that most are inserted in the informal labor market, reporting difficulties regarding the inclusion of regular jobs. Regarding what they intend to do with their lives now that they are out of prison, most claimed that they are looking for jobs. Regarding to their perception about other people knowing that they is a former convict, most said that most people do not like or become afraid or discriminate them. Regarding the life out of prison, the ex-convicts stated that they intend to be with their families. About being monitored by the Justice, many have stated that they feel calm and see no problem. Thus, the research ends with reflections on the Brazilian prison system that should have more respect to the human rights, the much the society needs to stop discriminating the ex-convicts and provide them formal jobs without value judgments, the much the Government in all its instances, should promote public policies of prevention to the citizens so that they do not become incarcerated or relapsing in the prison system.application/pdfporUniversidade Federal Rural do Rio de JaneiroPrograma de Pós-Graduação em PsicologiaUFRRJBrasilInstituto de EducaçãoSistema PrisionalEgressosExclusãoRessocializaçãoPrison SystemEx-convictsExclusionResocializationPsicologiaPerspectiva de egressos do sistema prisional em relação à vida em sociedade após o cumprimento da penaPerspective of egresses from the prison system in relation to life in society after serving the sentenceinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisALVES, M.; ARRUDA, R. A. 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Silva, Carolina Maria Felipe dos Santos
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description Esta é uma pesquisa exploratória de caráter qualitativo. Pretendeu-se com isso investigar a perspectiva de egressos do Sistema Prisional em relação à vida em sociedade após o cumprimento da pena. Para isso, foi realizado uma linha do tempo trazendo a história das punições na Europa e no Brasil abordou-se a situação das políticas de atenção ao privado de liberdade do sistema penitenciário brasileiro buscando através dos conceitos da Psicologia Social dar mais ênfase nas questões de exclusão social, estigmas, preconceito e do processo de ressocialização. Os participantes desta pesquisa foram 108 egressos do sistema prisional, que estão em cumprimento do Livramento Condicional ou Programa Albergue Domiciliar, e são acompanhados pelo Patronato Magarino Torres Anexo Volta Redonda. Todos do sexo masculino e com idade superior a 18 anos. O instrumento para a coleta de dados foi um questionário misto com 19 perguntas elaborado pela autora desta dissertação e por sua orientadora. Foram respeitados os princípios éticos de pesquisa com seres humanos. Cada participante assinou o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, autorizando a sua participação na pesquisa. O comitê de Ética aprovou o questionário e a realização da pesquisa, dando o seu parecer favorável através do protocolo número 1330/19. Os dados foram analisados e categorizados de acordo com a análise de conteúdo segundo as teorias de Bardin. Como resultado, identificou-se que, dos egressos participantes da pesquisa, a maioria tem idades entre 21 e 30 anos, se autodeclararam pardos, ficaram presos entre 1 e 5 anos e estão fora do cárcere a menos de um ano. Também foi possível analisar que a maioria dos egressos estava cumprindo o Livramento Condicional e seu grau de escolaridade é o Ensino Fundamental incompleto, tendo abandonado a escola porque necessitavam trabalhar. Grande parte dos egressos participantes da pesquisa está respondendo por crime ligado a drogas. Em relação ao sentimento sobre a saída do cárcere, a maioria se colocou como estando bem e que sua vida voltou ao normal. No entanto, foi possível verificar, que a maioria está inserida no mercado de trabalho informal, relatando dificuldades sobre a inclusão em trabalhos formais. Em relação ao que pretendem fazer das suas vidas, agora que estão fora do cárcere, a maioria alegou que busca por trabalhos. Sobre a percepção dos egressos em relação às pessoas saberem que é um ex-presidiário, a maioria verbalizou que as pessoas não gostam/ têm medo/ preconceito. Quanto à vida futura, os egressos participantes da pesquisa afirmaram que pretendem estar ao lado da família. Em relação a fato de ser monitorado pela Justiça, muitos declararam que se sentem tranquilos e que não vêm problemas. A pesquisa é finalizada com reflexões sobre o sistema prisional brasileiro, necessidade de maior respeito aos direitos humanos, o quanto a sociedade precisa parar de olhar os sujeitos através do preconceito, incluindo-os em empregos formais sem ter juízos de valores, e o quanto o Governo, em todas as Instâncias, deve promover Políticas Públicas de prevenção para que um cidadão não chegue ao ponto de se tornar um encarcerado ou vir a reincidir no Sistema Prisional.
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