Chefs que sustentam a Agricultura - Pesquisa participativa sobre a construção de uma Comunidade que Sustenta Agricultura (CSA) entre chefs de cozinha e agricultores agroecológicos

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Xavier, Francine Teixeira
Data de Publicação: 2019
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRRJ
Texto Completo: https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/15717
Resumo: O sistema alimentar dominante, globalizado, com produção nos modelos da Revolução Verde, apoiados pela economia de mercado e a indústria alimentícia, produzem alimentos baratos e em larga escala, entretanto, este preço se baseia apenas nos custos econômicos, sem contemplar os custos sociais e ambientais. Apesar de produzir comida suficiente, não alcança o objetivo anunciado de acabar com a fome. A industrialização da agricultura, com utilização de latifúndios e monoculturas consorciadas com agrotóxicos, agrava problemas sociais e ambientais. Na busca de modelos que apoiem a construção de alternativas ao sistema alimentar dominante, o presente trabalho apresenta, por meio de uma pesquisa participativa, a articulação, construção e operação de uma Comunidade que Sustenta a Agricultura (CSA), entre chefs de cozinha e agricultores agroecológicos, mediados pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro e por uma gestão profissional, a fim de verificar se é possível construí-la e, se construída, quais são seus impactos sociais, ambientais e econômicos. Nesta CSA, os chefs financiaram e assumiram os riscos financeiros de uma pesquisa produtiva de oito variedades pouco conhecidas de tomates do banco de germoplasma da UFRRJ, produzidos por três famílias de agricultores agroecológicos de Seropédica, assistidos tecnicamente pela universidade. O projeto foi desenhado e gerido em parceria com a universidade, agricultores e chefs, com planilha de custos aberta e gestão participativa conduzida pela pesquisadora e sua sócia. A pesquisa está autorizada pelo parecer da Comissão de Ética na Pesquisa (COMEP) da UFRRJ, dentro do Projeto de Pesquisa intitulado “Chefs que sustentam a agricultura – pesquisa participativa de comércio justo entre chefs de cozinha e agricultores agroecológicos” (Protocolo Nº 1.168/18), atende aos princípios éticos e está de acordo com a Resolução 466/12 que regulamenta os procedimentos de pesquisa envolvendo seres humanos. Durou vinte meses, de setembro de 2017 a abril de 2019, desde a primeira reunião de articulação da CSA até a aferição da percepção de seus impactos sociais, ambientais e econômicos. O convívio e as trocas foram intensos, quinze reuniões presenciais de planejamento e acompanhamento em Seropédica com agricultores e assistência técnica, apresentações do projeto para engajamento dos chefs, quatro visitas de integração com todos os participantes nas propriedades e restaurante, relatórios periódicos de produção e finanças, somados às entrevistas semiestruturadas no início e depois do fechamento do projeto. Além da vivência e percepção dos participantes, o projeto alcançou visibilidade e impacto em diversos espaços qualificados de formação de opinião, frutos que estão sendo colhidos continuamente. Foram quatro matérias em sites, dez palestras e participação em dois livros. A pesquisa indica que esta CSA horizontalizou a relação entre diferentes atores do sistema alimentar e divulgou narrativas em favor da agroecologia. E, na medida de seu tamanho, promoveu impactos sociais, econômicos e ambientais. Financiou e mitigou os riscos de produção de agricultores familiares, forneceu assistência técnica, deu visibilidade para agricultura agroecológica, fomentou a distribuição de renda e a pesquisa em agroecologia, aumentou a biodiversidade alimentar e desenvolveu produtos com maior valor agregado para a agricultura familiar. No entanto, indica que o projeto precisa de maior escala para gerar segurança econômica para todas as partes.
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Dissertação (Mestrado em Práticas em Desenvolvimento Sustentável) - Instituto de Florestas, Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, Seropédica, RJ, 2019.https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/15717O sistema alimentar dominante, globalizado, com produção nos modelos da Revolução Verde, apoiados pela economia de mercado e a indústria alimentícia, produzem alimentos baratos e em larga escala, entretanto, este preço se baseia apenas nos custos econômicos, sem contemplar os custos sociais e ambientais. Apesar de produzir comida suficiente, não alcança o objetivo anunciado de acabar com a fome. A industrialização da agricultura, com utilização de latifúndios e monoculturas consorciadas com agrotóxicos, agrava problemas sociais e ambientais. Na busca de modelos que apoiem a construção de alternativas ao sistema alimentar dominante, o presente trabalho apresenta, por meio de uma pesquisa participativa, a articulação, construção e operação de uma Comunidade que Sustenta a Agricultura (CSA), entre chefs de cozinha e agricultores agroecológicos, mediados pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro e por uma gestão profissional, a fim de verificar se é possível construí-la e, se construída, quais são seus impactos sociais, ambientais e econômicos. Nesta CSA, os chefs financiaram e assumiram os riscos financeiros de uma pesquisa produtiva de oito variedades pouco conhecidas de tomates do banco de germoplasma da UFRRJ, produzidos por três famílias de agricultores agroecológicos de Seropédica, assistidos tecnicamente pela universidade. O projeto foi desenhado e gerido em parceria com a universidade, agricultores e chefs, com planilha de custos aberta e gestão participativa conduzida pela pesquisadora e sua sócia. A pesquisa está autorizada pelo parecer da Comissão de Ética na Pesquisa (COMEP) da UFRRJ, dentro do Projeto de Pesquisa intitulado “Chefs que sustentam a agricultura – pesquisa participativa de comércio justo entre chefs de cozinha e agricultores agroecológicos” (Protocolo Nº 1.168/18), atende aos princípios éticos e está de acordo com a Resolução 466/12 que regulamenta os procedimentos de pesquisa envolvendo seres humanos. Durou vinte meses, de setembro de 2017 a abril de 2019, desde a primeira reunião de articulação da CSA até a aferição da percepção de seus impactos sociais, ambientais e econômicos. O convívio e as trocas foram intensos, quinze reuniões presenciais de planejamento e acompanhamento em Seropédica com agricultores e assistência técnica, apresentações do projeto para engajamento dos chefs, quatro visitas de integração com todos os participantes nas propriedades e restaurante, relatórios periódicos de produção e finanças, somados às entrevistas semiestruturadas no início e depois do fechamento do projeto. Além da vivência e percepção dos participantes, o projeto alcançou visibilidade e impacto em diversos espaços qualificados de formação de opinião, frutos que estão sendo colhidos continuamente. Foram quatro matérias em sites, dez palestras e participação em dois livros. A pesquisa indica que esta CSA horizontalizou a relação entre diferentes atores do sistema alimentar e divulgou narrativas em favor da agroecologia. E, na medida de seu tamanho, promoveu impactos sociais, econômicos e ambientais. Financiou e mitigou os riscos de produção de agricultores familiares, forneceu assistência técnica, deu visibilidade para agricultura agroecológica, fomentou a distribuição de renda e a pesquisa em agroecologia, aumentou a biodiversidade alimentar e desenvolveu produtos com maior valor agregado para a agricultura familiar. No entanto, indica que o projeto precisa de maior escala para gerar segurança econômica para todas as partes.CAPES - Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível SuperiorThe dominant globalized food system, produced in the green revolution models, supported by the market economy and the food industry, produces cheap and large-scale food, however, this price is based only on economic costs, without considering social and environmental costs. Despite producing enough food, it does not reach the announced goal of ending hunger. The industrialization of agriculture, using large estates and monocultures intercropped with pesticides, aggravates social and environmental problems. In the search for models that support the construction of alternatives to the dominant food system, this paper presents, through participatory research, the articulation, construction and operation of a Community Supported Agriculture (CSA), between chefs and agroecological farmers, mediated by the Federal Rural University of Rio de Janeiro (UFRRJ) and professional management, in order to verify if it can be built and, if built, what are its social, environmental and economic impacts. At this CSA, the chefs funded and took the financial risks of a productive survey of eight little-known tomato varieties from the UFRRJ germplasm bank, produced by three technically assisted families of agroecological farmers from Seropédica. The project was designed and managed in partnership with the university, farmers and chefs, with an open cost spreadsheet and participatory management conducted by the researcher and her partner. The survey is authorized by the opinion of the UFRRJ Research Ethics Committee (COMEP), within the Research Project entitled “Chefs who support agriculture - participatory fair trade research between chefs and agroecological farmers” (Protocol No. 1,168 / 18), complies with ethical principles and complies with Resolution 466/12 that regulates research procedures involving human beings. Lasted twenty months, from September 2017 to April 2019, from the first CSA meeting to the perception of its social, environmental and economic impacts. The interaction and exchanges were intense, fifteen meetings attended by Seropédica planning and monitoring with farmers and technical assistance, presentations of the project for chefs engagement, four integration visits with all participants in the properties and restaurant, periodic reports of production and finances, added to semi-structured interviews at the beginning and after project closure. In addition to the participants' experience and perception, the project achieved visibility and impact in several qualified opinion spaces, fruits that are continuously being reaped. There were four articles on websites, ten lectures and participation in two books. Research indicates that this CSA has horizontalized the relationship between different actors in the food system and has released narratives in favor of agroecology. And, to the extent of its size, it has promoted social, economic and environmental impacts. It financed and mitigated the risks of family farmers' production, provided technical assistance, gave visibility to agroecological agriculture, fostered income distribution and agroecology research, increased food biodiversity, and developed higher value-added products for family agriculture. However, it indicates that the project needs larger scale to generate economic security for all parties.application/pdfporUniversidade Federal Rural do Rio de JaneiroPrograma de Pós-Graduação em Práticas em Desenvolvimento SustentávelUFRRJBrasilInstituto de FlorestasChefsComunidade que Sustenta a AgriculturaAgricultoresCommunity Supported AgricultureFarmersRecursos Florestais e Engenharia FlorestalChefs que sustentam a Agricultura - Pesquisa participativa sobre a construção de uma Comunidade que Sustenta Agricultura (CSA) entre chefs de cozinha e agricultores agroecológicosChefs Supported Agriculture – Participatory research on building a Community Supported Agriculture among chefs and agroecological farmersinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisBADGLEY, C., MOGHTADER, J., QUINTERO, E., ZAKEM, E., CHAPELL, M.J., VÁZQUEZ, K.A., SAMULON, A., PERFECTO, I. Organic agriculture and global food supply. 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Regulamenta os incisos II, IV e V do § 1º do art. 225 da Constituição Federal, estabelece normas de segurança e mecanismos de fiscalização de atividades que envolvam organismos geneticamente modificados – OGM e seus derivados, cria o Conselho Nacional de Biossegurança – CNBS, reestrutura a Comissão Técnica Nacional de Biossegurança – CTNBio, dispõe sobre a Política Nacional de Biossegurança – PNB, revoga a Lei nº 8.974, de 5 de janeiro de 1995, e a Medida Provisória nº 2.191-9, de 23 de agosto de 2001, e os arts. 5º, 6º, 7º, 8º, 9º, 10 e 16 da Lei nº 10.814, de 15 de dezembro de 2003, e dá outras providências. Brasília, DF, 2005. Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2005/Lei/L11105.htm>, acesso em 05 set de 2019. BRASIL. Congresso Nacional. Lei nº 11.346, de 15 de setembro de 2006. Cria o Sistema Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional – SISAN com vistas em assegurar o direito humano à alimentação adequada e dá outras providências. 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description O sistema alimentar dominante, globalizado, com produção nos modelos da Revolução Verde, apoiados pela economia de mercado e a indústria alimentícia, produzem alimentos baratos e em larga escala, entretanto, este preço se baseia apenas nos custos econômicos, sem contemplar os custos sociais e ambientais. Apesar de produzir comida suficiente, não alcança o objetivo anunciado de acabar com a fome. A industrialização da agricultura, com utilização de latifúndios e monoculturas consorciadas com agrotóxicos, agrava problemas sociais e ambientais. Na busca de modelos que apoiem a construção de alternativas ao sistema alimentar dominante, o presente trabalho apresenta, por meio de uma pesquisa participativa, a articulação, construção e operação de uma Comunidade que Sustenta a Agricultura (CSA), entre chefs de cozinha e agricultores agroecológicos, mediados pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro e por uma gestão profissional, a fim de verificar se é possível construí-la e, se construída, quais são seus impactos sociais, ambientais e econômicos. Nesta CSA, os chefs financiaram e assumiram os riscos financeiros de uma pesquisa produtiva de oito variedades pouco conhecidas de tomates do banco de germoplasma da UFRRJ, produzidos por três famílias de agricultores agroecológicos de Seropédica, assistidos tecnicamente pela universidade. O projeto foi desenhado e gerido em parceria com a universidade, agricultores e chefs, com planilha de custos aberta e gestão participativa conduzida pela pesquisadora e sua sócia. A pesquisa está autorizada pelo parecer da Comissão de Ética na Pesquisa (COMEP) da UFRRJ, dentro do Projeto de Pesquisa intitulado “Chefs que sustentam a agricultura – pesquisa participativa de comércio justo entre chefs de cozinha e agricultores agroecológicos” (Protocolo Nº 1.168/18), atende aos princípios éticos e está de acordo com a Resolução 466/12 que regulamenta os procedimentos de pesquisa envolvendo seres humanos. Durou vinte meses, de setembro de 2017 a abril de 2019, desde a primeira reunião de articulação da CSA até a aferição da percepção de seus impactos sociais, ambientais e econômicos. O convívio e as trocas foram intensos, quinze reuniões presenciais de planejamento e acompanhamento em Seropédica com agricultores e assistência técnica, apresentações do projeto para engajamento dos chefs, quatro visitas de integração com todos os participantes nas propriedades e restaurante, relatórios periódicos de produção e finanças, somados às entrevistas semiestruturadas no início e depois do fechamento do projeto. Além da vivência e percepção dos participantes, o projeto alcançou visibilidade e impacto em diversos espaços qualificados de formação de opinião, frutos que estão sendo colhidos continuamente. Foram quatro matérias em sites, dez palestras e participação em dois livros. A pesquisa indica que esta CSA horizontalizou a relação entre diferentes atores do sistema alimentar e divulgou narrativas em favor da agroecologia. E, na medida de seu tamanho, promoveu impactos sociais, econômicos e ambientais. Financiou e mitigou os riscos de produção de agricultores familiares, forneceu assistência técnica, deu visibilidade para agricultura agroecológica, fomentou a distribuição de renda e a pesquisa em agroecologia, aumentou a biodiversidade alimentar e desenvolveu produtos com maior valor agregado para a agricultura familiar. No entanto, indica que o projeto precisa de maior escala para gerar segurança econômica para todas as partes.
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