Variação no emprego de orações relativas em textos de alunos do Ensino Fundamental: uma proposta pedagógica
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2020 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRRJ |
Texto Completo: | https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/15434 |
Resumo: | Com base nos pressupostos teóricos da Sociolinguística Variacionista (cf. WEINREICH; LABOV; HERZOG, 1968) e na aplicação dos contínuos de variação linguística propostos por Bortoni-Ricardo (2004), este trabalho constitui uma pesquisa-ação com o fenômeno da variação das estruturas de relativização, conhecidas como orações adjetivas, em uma turma de 9º ano do ensino fundamental de uma escola da rede municipal de Quatis-RJ. De acordo com estudos sociolinguísticos pregressos (cf. MOLLICA, 1977; TARALLO, 1983; SANTOS, 2015), no Português do Brasil, há três estratégias de relativização: padrão (Você tem uma opinião de que discordo), cortadora (Você tem uma opinião que eu discordo) e copiadora (Você tem uma opinião que eu discordo dela). Assim, esta pesquisa teve os seguintes objetivos: (i) verificar se a descrição da relativização em livros didáticos aborda a variação em atendimento às orientações nacionais para o ensino de Português; (ii) fazer um levantamento das estruturas de orações relativas nos textos dos alunos participantes da pesquisa, descrevendo seu comportamento linguístico em cada atividade de produção textual aplicada; (iii) levar esses mesmos alunos a reconhecer a relativa padrão em funções preposicionadas em alternância com a cortadora, a depender do ponto do contínuo oralidade-letramento em que se situa o texto, de modo a aproximá-los das práticas linguísticas típicas da cultura de letramento. Para alcançar esses objetivos, fez-se o levantamento de três coleções de livros didáticos e elaborou-se uma mediação pedagógica constituída por cinco etapas, com leitura e análise de textos de diferentes gêneros distribuídos num contínuo oralidade-letramento para observação das variantes, culminando com atividades de retextualização de um conto da fala para a escrita, segundo as operações descritas em Marcuschi (2010). Os resultados mostraram que os discentes capturaram o fenômeno variável, visto que, da atividade diagnóstica com inexpressivo emprego da variante padrão (7%), restrito à função de adjunto adverbial, e alta produtividade da variante cortadora (93%) em todas as funções, os alunos já conseguiram empregar a variante prestigiada (37%) em concorrência com a não padrão (63%) na retextualização do conto oral para a escrita situada no ponto intermediário do contínuo e manifestaram o predomínio da variante padrão (90%) sobre a cortadora (10%) na reescritura para o campo de mais letramento, à semelhança do que ocorre nas práticas de escrita da sociedade letrada. Dessa forma, ao abordar as orações adjetivas como fenômeno variável, a mediação didática alcançou o propósito de trazer uma proposta de trabalho sistemático com a variação linguística em sala de aula, conforme preconizam os documentos oficiais que trazem orientações para o ensino de Língua Portuguesa no país (cf. BRASIL, 1998, 2017). |
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Faria, Natália Pineschi MotaFreire, Gilson Costa041.418.537-47http://lattes.cnpq.br/0282148169546037Freire, Gilson CostaVieira, Silvia RodriguesTavares, Adriana093.127.287-412023-12-22T03:17:14Z2023-12-22T03:17:14Z2020-06-26FARIA, Natália Pineschi Mota. Variação no emprego de orações relativas em textos de alunos do Ensino Fundamental: uma proposta pedagógica. 2020. 124 f. Dissertação (Mestrado Profissional em Letras) - Instituto de Ciências Humanas e Sociais, Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, Seropédica, RJ, 2020.https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/15434Com base nos pressupostos teóricos da Sociolinguística Variacionista (cf. WEINREICH; LABOV; HERZOG, 1968) e na aplicação dos contínuos de variação linguística propostos por Bortoni-Ricardo (2004), este trabalho constitui uma pesquisa-ação com o fenômeno da variação das estruturas de relativização, conhecidas como orações adjetivas, em uma turma de 9º ano do ensino fundamental de uma escola da rede municipal de Quatis-RJ. De acordo com estudos sociolinguísticos pregressos (cf. MOLLICA, 1977; TARALLO, 1983; SANTOS, 2015), no Português do Brasil, há três estratégias de relativização: padrão (Você tem uma opinião de que discordo), cortadora (Você tem uma opinião que eu discordo) e copiadora (Você tem uma opinião que eu discordo dela). Assim, esta pesquisa teve os seguintes objetivos: (i) verificar se a descrição da relativização em livros didáticos aborda a variação em atendimento às orientações nacionais para o ensino de Português; (ii) fazer um levantamento das estruturas de orações relativas nos textos dos alunos participantes da pesquisa, descrevendo seu comportamento linguístico em cada atividade de produção textual aplicada; (iii) levar esses mesmos alunos a reconhecer a relativa padrão em funções preposicionadas em alternância com a cortadora, a depender do ponto do contínuo oralidade-letramento em que se situa o texto, de modo a aproximá-los das práticas linguísticas típicas da cultura de letramento. Para alcançar esses objetivos, fez-se o levantamento de três coleções de livros didáticos e elaborou-se uma mediação pedagógica constituída por cinco etapas, com leitura e análise de textos de diferentes gêneros distribuídos num contínuo oralidade-letramento para observação das variantes, culminando com atividades de retextualização de um conto da fala para a escrita, segundo as operações descritas em Marcuschi (2010). Os resultados mostraram que os discentes capturaram o fenômeno variável, visto que, da atividade diagnóstica com inexpressivo emprego da variante padrão (7%), restrito à função de adjunto adverbial, e alta produtividade da variante cortadora (93%) em todas as funções, os alunos já conseguiram empregar a variante prestigiada (37%) em concorrência com a não padrão (63%) na retextualização do conto oral para a escrita situada no ponto intermediário do contínuo e manifestaram o predomínio da variante padrão (90%) sobre a cortadora (10%) na reescritura para o campo de mais letramento, à semelhança do que ocorre nas práticas de escrita da sociedade letrada. Dessa forma, ao abordar as orações adjetivas como fenômeno variável, a mediação didática alcançou o propósito de trazer uma proposta de trabalho sistemático com a variação linguística em sala de aula, conforme preconizam os documentos oficiais que trazem orientações para o ensino de Língua Portuguesa no país (cf. BRASIL, 1998, 2017).CAPES - Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível SuperiorBased on theoretical assumptions of Variationist Sociolinguistics (WEINREICH; LABOV; HERZOG, 1968) and on the application of linguistic variation continuums proposed by Bortoni-Ricardo (2004), this study presents a research-action with the variation of relativization structures, known as adjectives clauses, in a 9th grade class of middle school from Quatis-RJ. According to previous linguistic studies (MOLLICA, 1977; TARALLO, 1983; SANTOS, 2015), in Brazilian Portuguese, there are three strategies of relativization: standard (Você tem uma opinião de que discordo), resumptive pronoun (Você tem uma opinião que eu discordo dela) and prepositional-phrase chopping (Você tem uma opinião que eu discordo). Therefore, this research had the following objectives: (i) to verify whether the description of relativization in textbooks addresses the variation in compliance with national guidelines for Portuguese teaching; (ii) to map the relative clauses structures from the students' texts, describing their linguistics behaviour on each textual production; (iii) to enable these same students to consciously use the variants of relative clauses, standard and the prepositional-phrase chopping, depending on the point of the orality-literacy continuum in which the communicative event is located, in order to bring them closer to the linguistic practices of educated individuals. To achieve these objectives, we surveyed three collections of textbooks and developed a pedagogical mediation consisting of five stages, with reading and analysis of texts of different genres distributed in a continuous orality-literacy to observe the variants, culminating in the retextualization of a short story from speech to writing, according to the operations described in Marcuschi (2010). The results have showed that the students have captured the variable phenomenon, since, from the diagnostic activity with inexpressive use of the standard variant (7%), restricted to the function of adverbial adjunct, and high productivity of the cutting variant (93%) in all cases, the students have already managed to use the prestigious variant (37%) in competition with the non-standard one (63%) in the retextualization from the oral story to the writing located in the intermediate point of the continuum and they have manifested the predominance of the standard variant (90% ) on the cutter (10%) in rewriting for the field of more literacy, similar to what occurs in the writing practices of the literate society.. Consequently, when addressing the adjective clauses as a variable phenomenon, the didactic mediation achieved the purpose of bringing a proposal for systematic work with linguistic variation in the classroom, as recommended by official documents that provide guidelines for the Portuguese teaching (BRASIL, 1998, 2017).application/pdfporUniversidade Federal Rural do Rio de JaneiroPrograma de Pós-Graduação em LetrasUFRRJBrasilInstituto de Ciências Humanas e SociaisMorfossintaxeVariaçãoOrações relativasEnsinoMorphosyntaxVariationRelative ClausesTeachingLetrasVariação no emprego de orações relativas em textos de alunos do Ensino Fundamental: uma proposta pedagógicaVariation in the use of relative clauses in middle school students texts: a pedagogical proposalinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisABREU, Ana Cristina Baptista de. Aquisição de orações relativas no Português Brasileiro. 2013. 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Com base nos pressupostos teóricos da Sociolinguística Variacionista (cf. WEINREICH; LABOV; HERZOG, 1968) e na aplicação dos contínuos de variação linguística propostos por Bortoni-Ricardo (2004), este trabalho constitui uma pesquisa-ação com o fenômeno da variação das estruturas de relativização, conhecidas como orações adjetivas, em uma turma de 9º ano do ensino fundamental de uma escola da rede municipal de Quatis-RJ. De acordo com estudos sociolinguísticos pregressos (cf. MOLLICA, 1977; TARALLO, 1983; SANTOS, 2015), no Português do Brasil, há três estratégias de relativização: padrão (Você tem uma opinião de que discordo), cortadora (Você tem uma opinião que eu discordo) e copiadora (Você tem uma opinião que eu discordo dela). Assim, esta pesquisa teve os seguintes objetivos: (i) verificar se a descrição da relativização em livros didáticos aborda a variação em atendimento às orientações nacionais para o ensino de Português; (ii) fazer um levantamento das estruturas de orações relativas nos textos dos alunos participantes da pesquisa, descrevendo seu comportamento linguístico em cada atividade de produção textual aplicada; (iii) levar esses mesmos alunos a reconhecer a relativa padrão em funções preposicionadas em alternância com a cortadora, a depender do ponto do contínuo oralidade-letramento em que se situa o texto, de modo a aproximá-los das práticas linguísticas típicas da cultura de letramento. Para alcançar esses objetivos, fez-se o levantamento de três coleções de livros didáticos e elaborou-se uma mediação pedagógica constituída por cinco etapas, com leitura e análise de textos de diferentes gêneros distribuídos num contínuo oralidade-letramento para observação das variantes, culminando com atividades de retextualização de um conto da fala para a escrita, segundo as operações descritas em Marcuschi (2010). Os resultados mostraram que os discentes capturaram o fenômeno variável, visto que, da atividade diagnóstica com inexpressivo emprego da variante padrão (7%), restrito à função de adjunto adverbial, e alta produtividade da variante cortadora (93%) em todas as funções, os alunos já conseguiram empregar a variante prestigiada (37%) em concorrência com a não padrão (63%) na retextualização do conto oral para a escrita situada no ponto intermediário do contínuo e manifestaram o predomínio da variante padrão (90%) sobre a cortadora (10%) na reescritura para o campo de mais letramento, à semelhança do que ocorre nas práticas de escrita da sociedade letrada. Dessa forma, ao abordar as orações adjetivas como fenômeno variável, a mediação didática alcançou o propósito de trazer uma proposta de trabalho sistemático com a variação linguística em sala de aula, conforme preconizam os documentos oficiais que trazem orientações para o ensino de Língua Portuguesa no país (cf. BRASIL, 1998, 2017). |
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FARIA, Natália Pineschi Mota. Variação no emprego de orações relativas em textos de alunos do Ensino Fundamental: uma proposta pedagógica. 2020. 124 f. Dissertação (Mestrado Profissional em Letras) - Instituto de Ciências Humanas e Sociais, Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, Seropédica, RJ, 2020. |
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FARIA, Natália Pineschi Mota. Variação no emprego de orações relativas em textos de alunos do Ensino Fundamental: uma proposta pedagógica. 2020. 124 f. Dissertação (Mestrado Profissional em Letras) - Instituto de Ciências Humanas e Sociais, Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, Seropédica, RJ, 2020. |
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