Concepções de estudantes de pedagogia acerca do ambiente quando em relação com ciência e tecnologia

• Autor(a) principal: Ferreira, Nilson dos Santos
• Data de Publicação: 2014
• Outros Autores: Cardoso, Lívia de Rezende
• Tipo de documento: Artigo
• Idioma: por
• Título da fonte: Revista Sergipana de Educação Ambiental
• Texto Completo: https://periodicos.ufs.br/revisea/article/view/3218

A ideia de que ciência e tecnologia afetam a humanidade inteira, presente no discurso Ciência, Tecnologia, Sociedade e Ambiente, produziria a necessidade de um constante debate em torno dos malefícios e benefícios socioambientais advindos da enunciação de que haveria um progresso utilitário pela ciência. Atentos/ as a tais indicativos, realizamos uma pesquisa com estudantes que cursam graduação em pedagogia na Universidade Federal de Sergipe para entender como percebem a dimensão ambiental quando se discutem os métodos e as descobertas científicas, bem como os produtos das inovações tecnológicas. Ao todo, participaram 76 alunos/as, respondendo questionários em dupla – com um total de 38 questionários respondidos – e argumentando seus posicionamentos em grupo. A partir dos dados coletados, pudemos observar a necessidade de uma intensificação em torno da problematização das relações entre ciências, tecnologia e ambiente. Afinal, para a maioria dos/as graduandos/as pesquisados/as, o trabalho dos cientistas consiste em uma prática neutra e autorizada a dizer “a verdade” sobre aquilo que descrevem. Além disso, há uma perspectiva de salvacionismo em relação às descobertas científicas e às inovações tecnológicas. Por conseguinte, não há, efetivamente, uma crítica direta aos impactos causados por ambas no meio socioambiental. Nos momentos em que há algum nível de criticidade, os/as estudantes pesquisados/as concebem a natureza separada do humano. A educação científica, seja ela nos anos iniciais do ensino fundamental ou no ensino superior, vem recebendo atenção das políticas públicas brasileiras. Tal investimento deve-se também às fortes pressões atuais de se construir uma consciência global voltada ao cuidado com o ambiente. Por isso, novas pesquisas e práticas de intervenção devem continuar a surgir nos próximos anos de modo a formar profissionais que problematizam as relações existentes entre os conhecimentos científicos produzidos, as inovações tecnológicas e as questões socioambientais.