Parir na cadeia: a violação do corpo feminino na assistência obstétrica de mulheres em privação de liberdade no Brasil

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Dornelles, Gabriela Zoti
Data de Publicação: 2023
Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFSC
Texto Completo: https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/248603
Resumo: TCC (graduação) - Universidade Federal de Santa Catarina, Campus Araranguá, Medicina.
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spelling Parir na cadeia: a violação do corpo feminino na assistência obstétrica de mulheres em privação de liberdade no BrasilViolência obstétricaMulheres encarceradasTCC (graduação) - Universidade Federal de Santa Catarina, Campus Araranguá, Medicina.Introdução: Nascer no Brasil é um ato violento. Quando as agressões obstétricas, que perpassam o atendimento de mulheres gestantes livres, atinge o recorte de parição vinculada ao cárcere brasileiro, outras inúmeras brutalidades são expostas. A conformação social das prisões, a ordem de encarceramento em massa, o processo de despersonalização e estigmatização social das cadeias, além da invisibilidade da mulher presa fazem do sistema penal brasileiro um espaço falho e inóspito à geração da vida. Objetivo: Analisar criticamente as condições de violência obstétrica em unidades prisionais brasileiras. Objetiva-se investigar essa realidade partindo da compreensão histórica e sociodemográfica das prisões femininas, da revisão de legislações específicas à garantia de direitos da mulher presa e gestante, além da maneira com a qual a instituição social do cárcere intervêm no ato de nascer. Metodologia: Trata-se de uma revisão narrativa da literatura, de caráter qualitativo e cunhos dedutivo, descritivo e interpretativo. O estudo utilizou a produção científica indexada nas seguintes bases de dados eletrônicas: LILACS (Literatura Latino Americana e do Caribe em Ciências da Saúde), SCIELO (Scientific Electronic Library Online) e BDTD (Biblioteca Digital Brasileira de Teses e Dissertações), além da integração de produções subjetivas da literatura, pesquisas e bancos de dados nacionais que objetivavam demonstrar a relação entre violência obstétrica e encarceramento feminino no Brasil. Resultados: Constatou-se que o processo histórico do nascimento é atravessado por percepções sociais de patologização, medicalização e mecanização do parto, sendo esses, movimentos contribuintes à surgência das violações no campo obstétrico. Também pode-se identificar como esse tipo de violência é perpetrada dentro e fora das unidades prisionais brasileiras, levando em consideração a análise dos sistemas de estigmatização do corpo preso e as interseccionalidades que transpõe a determinação do punir. Conclusão: Conclui-se que a transposição do saber científico ocidental sobre o conhecimento empírico popular firmou o estabelecimento de uma hierarquia de poder, na qual, realojou-se a função social feminina do parturejar ao domínio masculino obstétrico. Esse movimento contribuiu intrinsecamente, ao panorama de objetificação do corpo feminino, base de instalação à violência obstétrica, que pôde ser detalhada por meio de diferentes manifestações, entre elas, a física, a psicológica e a sexual. Transpassando ao cotidiano de mulheres livres, essas violências atingem também aquelas em privação de liberdade, somatizando a essas agressões, especificidades integradas aos processos sociais de estigmatização, invisibilidade e submissão do corpo preso.Araranguá, SCCeccon, Roger FloresUniversidade Federal de Santa Catarina.Dornelles, Gabriela Zoti2023-07-11T18:31:10Z2023-07-11T18:31:10Z2023-06-30info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/bachelorThesis68 f.application/pdfhttps://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/248603Open Access.info:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da UFSCinstname:Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)instacron:UFSC2023-07-11T18:31:10Zoai:repositorio.ufsc.br:123456789/248603Repositório InstitucionalPUBhttp://150.162.242.35/oai/requestopendoar:23732023-07-11T18:31:10Repositório Institucional da UFSC - Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)false
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