A hermenêutica fenomenológica e o "demorar-se": aportes filosóficos à educação infantil

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Venzon, Patrícia Soares
Data de Publicação: 2018
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFSC
Texto Completo: https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/194264
Resumo: Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Ciências da Educação, Programa de Pós-Graduação em Educação, Florianópolis, 2018.
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spelling A hermenêutica fenomenológica e o "demorar-se": aportes filosóficos à educação infantilEducaçãoHermenêuticaEducação infantilInfânciaEducaçãoDissertação (mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Ciências da Educação, Programa de Pós-Graduação em Educação, Florianópolis, 2018.A presente dissertação de mestrado reflete nosso caminhar na busca de aportes à Educação Infantil, tendo como base teórico-filosófica as concepções do filósofo Martin Heidegger (1889-1976), que envolvem aspectos de sua hermenêutica fenomenológica e do conceito demorar-se . Nesse sentido, nossa metodologia segue na trilha de sua hermenêutica para interpretar uma dimensão da Educação Infantil. De cunho qualitativo, nossa investigação visa estabelecer uma ponte entre a Educação Infantil e a Filosofia da Educação, fortalecendo a ambas ao se debruçar sobre o conceito de infância no intuito de liberá-lo, desencadeando, com isto, um instante do filosofar. Nesta linha de pensamento, mostramos, primeiramente, o método como um acesso provisório e temporário ao ser dos entes, ou seja, já indicamos logo de início que, adotando a hermenêutica fenomenológica, não apresentamos resultados conclusivos sobre o tema proposto. Destacamos, pois, que nossa pesquisa não delineia-se num modo positivista tradicional, em que há um sujeito frente a um objeto de estudo, mas sim, sujeito e objeto se copertecem , numa relação autoformativa decorrente de uma circularidade hermenêutica. Dedicamo-nos, em seguida, ao conceito demorar-se espraiado nos escritos de Heidegger. Este conceito, desdobrado em um de-morar-se , sugere um modo outro de ser/estar junto às coisas, meditando junto a si mesmo e resguardando sentidos, num movimento ao originário, às coisas mesmas, possibilitando a liberação dos pressupostos determinados tradicionalmente, os quais as condicionam a um único modo de ser. Arremessamos o demorar-se ao lugar do professor na convivência com a criança, no âmbito da Educação Infantil. Com os aportes teóricos da hermenêutica fenomenológica e do demorar-se , refletimos e apresentamos o que é possível dizer sobre infância(s). Para tanto, dialogamos, principalmente, com René Schérer e sua obra Infantis: Charles Fourier e a infância para além das crianças (2009), visto que Heidegger mesmo, não desenvolveu estudos sobre a infância. Finalizamos pensando a infância no universo da Educação Infantil, por meio de aportes do demorar-se , donde aproximamo-nos da questão do tempo como temporalidade e refletimos porque temos o tempo e nos esquecemos de que somos tempo. Entra em cena, ainda, a questão do tédio e nossa tendência a buscar os passatempos para matar o tempo longo. O cuidado e a responsabilidade consigo mesmo, com os outros e com o mundo que nós formamos, segundo a concepção heideggeriana, também são refletidos, contando, ainda, com uma aproximação às teses de Jan Masschelein e Maarten Simons e sua obra Em defesa da escola: uma questão pública (2013). Este aprender a estar a caminho, a questionar e apropriar-se de si, possibilita um autocompreender-se enquanto ser em formação humana. A provável contribuição desta pesquisa se mostra na reflexão mesma, de cunho filosófico, aproximando Áreas supostamente separadas, mas, contudo, que operam com o conceito de infância, a saber: a Educação Infantil e a Filosofia da Educação. Todo o esforço filosófico realizado na pesquisa converge para uma proposta do demorar-se na infância, por meio do conceito dela em nome da formação daquele que convive com a infância no ambiente escolar.Abstract : This master s dissertation reflects our path in the search for contributions to Childhood Education, based on the theoretical-philosophical theses of the philosopher Martin Heidegger (1889-1976), which involves aspects of his phenomenological hermeneutics and the concept of \"self-dwell\". In this way, our methodology follows the path of his hermeneutics to interpret a dimension of Childhood Education. From a qualitative point of view, our research aims at establishing a bridge between Child Education and the Philosophy of Education, strengthening both by focusing on the concept of childhood in order to liberate it, unleashing an instant of philosophizing. In this line of thought, we first show the method as an interim and temporary access to the being of the entities, that is, we indicated at the outset that adopting phenomenological hermeneutics, we do not present conclusive results on the proposed theme. We emphasize, therefore, that our research does not work in a traditional positivist way, in which there is a subject before an object of study; but rather, subject and object are together in themselves, in an autoformative relation that results from a hermeneutical circularity. Then we turn to the \"self-dwell\" concept espoused in Heidegger's writings. This concept, unfolded in a \"dwell\" (in the both senses of the word: the delay, the tarry, and the inhabit), suggests another way of being together with the things, meditating with yourself and guarding senses, in a movement to the original, to the things themselves, enabling the liberation of certain tradicionally determined presuppositions, which condition them to a single mode of being. We think this \"self-dwell\" to the place of the teacher in the coexistence with the children, in the scope of the Child Education. With the theoretical contributions of phenomenological hermeneutics and the concept of \"self-dwell\", we reflect and present what can be said about childhood (s). In order to do so, we talk mainly with René Schérer and his work Children: Charles Fourier and childhood beyond children (2009), since Heidegger himself did not develop studies on childhood. We end up thinking about childhood in the universe of Childhood Education, through contributions of the \"self-dwell\", where we approach the question of time as temporality and the reflection about if we \"have\" time and forget that we \"are\" time. The issue of boredom and our tendency to pursue the hobbies to kill the long time is also on the scene. The care and the responsibility to ourselves, to others and to the world we form, according to the Heideggerian conception, are also reflected, relying also on an approach to the theses of Jan Masschelein and Maarten Simons and their work In defense of the school : a public issue (2013). This activity of learn to be on the way, to question and to take ownership of itself, makes possible a self-understanding while being in human formation. The probable contribution of this research is shown in the same philosophical reflection, approaching separate areas which operates with the concept of childhood, namely: Child Education and the Philosophy of Education. All the philosophical effort made in the research converges to a proposal of \"self-dwell\" in the childhood, through its own concept, in the name of the formation of the one who coexists with childhood in the school environment.Moura, Rosana Silva deUniversidade Federal de Santa CatarinaVenzon, Patrícia Soares2019-03-28T17:02:31Z2019-03-28T17:02:31Z2018info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesis131 p.application/pdf357387https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/194264porreponame:Repositório Institucional da UFSCinstname:Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)instacron:UFSCinfo:eu-repo/semantics/openAccess2019-03-28T17:02:32Zoai:repositorio.ufsc.br:123456789/194264Repositório InstitucionalPUBhttp://150.162.242.35/oai/requestopendoar:23732019-03-28T17:02:32Repositório Institucional da UFSC - Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)false
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