Políticas de tradução e de interpretação em um contexto de educação escolar indígena Guarani Mbya
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2021 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFSC |
Texto Completo: | https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/231198 |
Resumo: | Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Comunicação e Expressão, Programa de Pós-Graduação em Lingüística, Florianópolis, 2021. |
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Políticas de tradução e de interpretação em um contexto de educação escolar indígena Guarani MbyaLinguísticaÍndios Guarani MbiáLíngua guarani mbiáTradutoresPolítica linguísticaTradução e interpretaçãoDissertação (mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Comunicação e Expressão, Programa de Pós-Graduação em Lingüística, Florianópolis, 2021.Esta pesquisa visa investigar o papel que os(as) intérpretes indígenas do par de línguas guarani-português desempenham no contexto de uma escola indígena guarani que, assim como as demais escolas indígenas da rede, propõe-se intercultural e bilíngue e o quanto isso pode contribuir para o tipo de escolarização que se busca. Além disso, tenciona-se discutir as políticas linguísticas que despontam no cenário investigado com relação às práticas de tradução e de interpretação. Os dados foram gerados por meio de observação participante na escola e através de entrevistas formais e informais realizadas com membros da comunidade escolar. O corpo docente da escola é composto majoritariamente por não indígenas, por isso a presença de professores(as) intérpretes em sala de aula é uma condição demandada pela comunidade, uma vez que os alunos possuem o guarani como língua materna e os professores são falantes de português. Essa configuração da escola, com professores não indígenas lecionando as aulas acompanhados pelos professores intérpretes, tem sido uma escolha da própria comunidade, que percebe a educação escolar como algo diferente da educação propriamente dita. Os membros dessa comunidade acreditam que na escola as crianças devem aprender aquilo que a escola se propõe a ensinar, os conhecimentos formais, que são os conhecimentos de fora, dos não indígenas, bem como a língua portuguesa; enquanto a educação em si e os conhecimentos guarani devem ser ensinados em casa e nas práticas cotidianas da comunidade, nos momentos adequados para esses ensinamentos. Em relação às políticas linguísticas, constatamos que a comunidade esforça-se por desempenhar em suas práticas cotidianas tais políticas a fim de promover a língua guarani bem como para a aprendizagem da língua portuguesa, de modo que uma língua não se sobreponha a outra. Contudo, por parte dos poderes públicos falta o entendimento do que seria promover a língua indígena no contexto escolar, embora esse tipo de política de valorização das línguas indígenas já seja instituída. Nesse sentido, percebe-se a carência de políticas linguísticas explícitas para a promoção do multilinguismo no contexto da educação escolar indígena no âmbito desses organismos. Para o desenvolvimento das discussões apresentadas ao longo desta dissertação, lançamos mão dos estudos pós-coloniais (QUIJANO, 2000; WALSH, 2006) e das chamadas epistemologias do Sul (PENNYCOOK; MAKONI, 2020; SOUSA, B., 2012; SANTOS, B., 2014; SANTOS; B., MENEZES, 2010). Tanto os estudiosos que trabalham em uma perspectiva pós-colonial quanto aqueles que se inscrevem nas abordagens das chamadas epistemologias do Sul buscam uma forma de romper com as teorias hegemônicas ocidentais, que classificam os saberes em científicos e não científicos. Sendo assim, com esta pesquisa almejamos oferecer uma percepção em relação ao objeto estudado que parta das visões de mundo e dos interesses da própria comunidade investigada. Dentre os resultados desta pesquisa, com relação ao papel dos(as) intérpretes indígenas guarani, constatamos que suas atribuições vão além da transposição de enunciados de uma língua para outra. Esses agentes atuam enquanto mediadores culturais, sendo também responsáveis por tornar a educação escolar, nesse contexto, intercultural e bilíngue, ao passo que contribuem no sentido de tornar essa escola indígena singular, específica e autônoma no tocante às políticas linguísticas desenvolvidas localmente.Abstract: This research aims to investigate the role of indigenous interpreters to Guarani-Portuguese language performed in the context of a Guarani indigenous school, as well as others indigenous schools, it proposes be intercultural and bilingual, and it pretend to search how this can contribute to the type of schooling sought. In addition, this research intend to discuss the linguistic policies that emerge in the investigated context in relation to translation and interpretation practices. The data were generated through participant observation in the school and through both formal and informal interviews with members of the school community. The school?s teaching staff is mainly composed of non-indigenous people, therefore interpreters teachers in the classroom is a condition demanded by the community, since students have Guarani as their mother tongue and the teachers are Portuguese speakers. This configuration of the school, with non-indigenous teachers teaching classes accompanied by interpreting teachers, is a choice of the community itself, which perceives school education as something different from education itself. The members of this community believe on the one hand that at school children should learn what the school proposes to teach, formal knowledge, which is knowledge from outside, from non-indigenous people, as well as the Portuguese language. On the other hand, the education itself and the Guarani knowledge must be teach at home and in the daily practices of the community, at the appropriate times of these teachings. In relation to linguistic policies, we found that the community strives to carry out such policies in its daily practices in order to promote the Guarani language as well as for the learning of the Portuguese language, so that one language does not overlap with another. However, the public authorities don?t understand what it is to promote the indigenous language in the school context, although this type of policy for the valorization of indigenous languages has already been instituted. In this sense, there is a lack of explicit language policies to promote multilingualism in the context of indigenous school education within these organizations. For the development of the discussions presented throughout this dissertation, we used post-colonial studies (QUIJANO, 2000; WALSH, 2006) and the so-called epistemologies of the South (PENNYCOOK; MAKONI, 2020; SANTOS, B., 2012; SANTOS, B., 2014; SANTOS, B.; MENEZES, 2010). Both scholars who work in post-colonial and in epistemologies of the South perspectives are looking for a way to break with Western hegemonic theories, which classify knowledge as scientific and non-scientific. Therefore, with this research we aim to offer a perception in relation to the studied object that starts from the worldviews and the interests of the investigated community itself. Regarding the results of this research, we verified the role of Guarani indigenous interpreters go beyond transposition of statements one language to another. This agentments act cultural mediators, also being responsible to do school education in this context intercultural and bilingual while contribute to do a singular, specific and autonomous school with regard to locally developed language policies.Severo, Cristine GörskiUniversidade Federal de Santa CatarinaOliveira, Beatriz de2022-02-14T13:34:42Z2022-02-14T13:34:42Z2021info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesis215 p.| il.application/pdf374120https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/231198porreponame:Repositório Institucional da UFSCinstname:Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)instacron:UFSCinfo:eu-repo/semantics/openAccess2022-02-14T13:34:42Zoai:repositorio.ufsc.br:123456789/231198Repositório InstitucionalPUBhttp://150.162.242.35/oai/requestopendoar:23732022-02-14T13:34:42Repositório Institucional da UFSC - Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)false |
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