Olhar, Saber, Representar: Ensaios sobre a representação em perspectiva

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Flores, Cláudia Regina
Data de Publicação: 2003
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFSC
Texto Completo: https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/203040
Resumo: Raramente questionamos de onde vem nossas verdades, por exemplo, sobre o modo de representar as imagens tridimensionais e, em qual feixe de problemas este modo de representação se debateu e se instituiu como a prática verdadeira para olhar e para representar imagens. Pensar, portanto, sobre a maneira pela qual, no presente, nos relacionamos com os saberes, com as formas de representações e com o modo de olhá-las constitui-se no tema de estudo desta Tese. Assim sendo, concentra-se no campo da história, no cruzamento entre técnica, arte e cultura moderna do olhar, para entender que nosso modo de olhar e de representar é inventado, instruído, fabricado, enfim, é histórico. A investigação dá-se, então, na história da perspectiva para mostrar como os sujeitos, os saberes, os modos de representar e de olhar vão se constituindo dentro de um campo específico de problematizações, para compreender como a técnica da perspectiva central e suas congêneres, se desenvolveram imbricadas às problemáticas da modernidade: infinitude do mundo, conceito de representação, organização racional do espaço, subjetividade e indivíduo, disciplina e controle social, que se constituíram nas questões colocadas pelos contemporâneos junto às emergências políticas, econômicas e sociais do Renascimento. A Tese organiza-se em torno de quatro ensaios de maneira que em cada um deles a técnica da perspectiva é experimentada e realizada sob o foco de uma das questões. O material de análise para se fazer esta imersão encontra-se no campo das artes, da arquitetura e engenharia, e das técnicas, seja nas práticas artísticas do Renascimento quando da instauração da técnica da perspectiva central associada às formas de ver, de pensar e de se relacionar com o mundo físico, social e consigo mesmo, seja nas obras plásticas ligadas à época da Representação quando representar e representar-se necessitava de uma boa configuração da imagem, ou ainda, na iconografia ligada à sociedade disciplinar que gera novos usos do espaço e, então, formas mais controladas e visíveis para representar. Tudo isso para compreendermos que se construiu um modo de olhar que é pautado numa técnica, a técnica da perspectiva, portanto, um modo de olhar que é racional, objetivo, perspectivado e que se faz, enfim, no modo atual de representação iconográfica e no modo de olhar estas representações. Significa, enfim, pensar a questão da visualização, na educação matemática, como trabalhada dentro de um regime específico de visibilidade, de saber, o que pode possibilitar o entendimento das complexidades desta atividade.
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Significa, enfim, pensar a questão da visualização, na educação matemática, como trabalhada dentro de um regime específico de visibilidade, de saber, o que pode possibilitar o entendimento das complexidades desta atividade.VisualizaçãoOlhar em PerspectivaHistória da PerspectivaRepresentaçãoOlhar, Saber, Representar: Ensaios sobre a representação em perspectivainfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisporreponame:Repositório Institucional da UFSCinstname:Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)instacron:UFSCinfo:eu-repo/semantics/openAccessLICENSElicense.txtlicense.txttext/plain; charset=utf-81383https://repositorio.ufsc.br/bitstream/123456789/203040/2/license.txt11ee89cd31d893362820eab7c4d46734MD52ORIGINALCLÁUDIA REGINA FLORES.pdfCLÁUDIA REGINA FLORES.pdfapplication/pdf16859907https://repositorio.ufsc.br/bitstream/123456789/203040/1/CL%c3%81UDIA%20REGINA%20FLORES.pdfcbac7c017aed091866c64e26476db2d0MD51123456789/2030402019-12-16 18:01:37.415oai:repositorio.ufsc.br:123456789/203040Vm9jw6ogdGVtIGEgbGliZXJkYWRlIGRlOiBDb21wYXJ0aWxoYXIg4oCUIGNvcGlhciwgZGlzdHJpYnVpciBlIHRyYW5zbWl0aXIgYSBvYnJhLiBSZW1peGFyIOKAlCBjcmlhciBvYnJhcyBkZXJpdmFkYXMuClNvYiBhcyBzZWd1aW50ZXMgY29uZGnDp8O1ZXM6IEF0cmlidWnDp8OjbyDigJQgVm9jw6ogZGV2ZSBjcmVkaXRhciBhIG9icmEgZGEgZm9ybWEgZXNwZWNpZmljYWRhIHBlbG8gYXV0b3Igb3UgbGljZW5jaWFudGUgKG1hcyBuw6NvIGRlIG1hbmVpcmEgcXVlIHN1Z2lyYSBxdWUgZXN0ZXMgY29uY2VkZW0gcXVhbHF1ZXIgYXZhbCBhIHZvY8OqIG91IGFvIHNldSB1c28gZGEgb2JyYSkuIFVzbyBuw6NvLWNvbWVyY2lhbCDigJQgVm9jw6ogbsOjbyBwb2RlIHVzYXIgZXN0YSBvYnJhIHBhcmEgZmlucyBjb21lcmNpYWlzLgpGaWNhbmRvIGNsYXJvIHF1ZTogUmVuw7puY2lhIOKAlCBRdWFscXVlciBkYXMgY29uZGnDp8O1ZXMgYWNpbWEgcG9kZSBzZXIgcmVudW5jaWFkYSBzZSB2b2PDqiBvYnRpdmVyIHBlcm1pc3PDo28gZG8gdGl0dWxhciBkb3MgZGlyZWl0b3MgYXV0b3JhaXMuIERvbcOtbmlvIFDDumJsaWNvIOKAlCBPbmRlIGEgb2JyYSBvdSBxdWFscXVlciBkZSBzZXVzIGVsZW1lbnRvcyBlc3RpdmVyIGVtIGRvbcOtbmlvIHDDumJsaWNvIHNvYiBvIGRpcmVpdG8gYXBsaWPDoXZlbCwgZXN0YSBjb25kacOnw6NvIG7Do28gw6ksIGRlIG1hbmVpcmEgYWxndW1hLCBhZmV0YWRhIHBlbGEgbGljZW7Dp2EuIE91dHJvcyBEaXJlaXRvcyDigJQgT3Mgc2VndWludGVzIGRpcmVpdG9zIG7Do28gc8OjbywgZGUgbWFuZWlyYSBhbGd1bWEsIGFmZXRhZG9zIHBlbGEgbGljZW7Dp2E6IExpbWl0YcOnw7VlcyBlIGV4Y2XDp8O1ZXMgYW9zIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzIG91IHF1YWlzcXVlciB1c29zIGxpdnJlcyBhcGxpY8OhdmVpczsgT3MgZGlyZWl0b3MgbW9yYWlzIGRvIGF1dG9yOyBEaXJlaXRvcyBxdWUgb3V0cmFzIHBlc3NvYXMgcG9kZW0gdGVyIHNvYnJlIGEgb2JyYSBvdSBzb2JyZSBhIHV0aWxpemHDp8OjbyBkYSBvYnJhLCB0YWlzIGNvbW8gZGlyZWl0b3MgZGUgaW1hZ2VtIG91IHByaXZhY2lkYWRlLiBBdmlzbyDigJQgUGFyYSBxdWFscXVlciByZXV0aWxpemHDp8OjbyBvdSBkaXN0cmlidWnDp8Ojbywgdm9jw6ogZGV2ZSBkZWl4YXIgY2xhcm8gYSB0ZXJjZWlyb3Mgb3MgdGVybW9zIGRhIGxpY2Vuw6dhIGEgcXVlIHNlIGVuY29udHJhIHN1Ym1ldGlkYSBlc3RhIG9icmEuIEEgbWVsaG9yIG1hbmVpcmEgZGUgZmF6ZXIgaXNzbyDDqSBjb20gdW0gbGluayBwYXJhIGVzdGEgcMOhZ2luYS4KTGljZW7Dp2EgQ3JlYXRpdmUgQ29tbW9ucyAtIGh0dHA6Ly9jcmVhdGl2ZWNvbW1vbnMub3JnL2xpY2Vuc2VzL2J5LW5jLzMuMC9ici8KRepositório de PublicaçõesPUBhttp://150.162.242.35/oai/requestopendoar:23732019-12-16T21:01:37Repositório Institucional da UFSC - Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)false
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