Volta ao mundo com o Projeto Bantu: a capoeira angola como instrumento de emancipação de jovens africanos refugiados na Austrália
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Data de Publicação: | 2022 |
Tipo de documento: | Tese |
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Título da fonte: | Repositório Institucional da UNIFESP |
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Texto Completo: | https://repositorio.unifesp.br/handle/11600/65427 |
Resumo: | Este trabalho investiga como a capoeira angola se conecta aos jovens africanos refugiados que participaram do Projeto Bantu realizado pelo mestre Roxinho em escolas na Austrália entre 2007 e 2020. O objetivo da pesquisa é entender como a capoeira angola colabora na emancipação desses sujeitos marcados pela violência colonial. A capoeira angola aqui é analisada através de seus elementos africanos e afrodiaspóricos – o ser mestre, a ginga, a roda, o autoconhecimento – e entendida como uma epistemologia decolonial negro-africana cujos princípios se conectam, de diferentes maneiras, aos jovens fora de seu continente natal. Compreendida dentro do espectro do projeto decolonial, a capoeira angola – subalternizada pela colonialidade – constitui uma epistemologia que prevê um corpo produtor de ciência e saberes, um eu incorporado ao coletivo capaz de emancipação e uma existência pautada pela pluriversalidade. Tudo isso coordenado ao processo de ‘ser mestre’ do mestre Roxinho e à prática educativa do Projeto Bantu. A pesquisa se debruça sobre depoimentos e entrevistas dos jovens participantes do Projeto Bantu e as ações desenvolvidas pelo mestre Roxinho e a sua equipe na Austrália. A escolha por esse objeto de estudo está ligada à sua visão da capoeira como uma prática afrodiaspórica relacionada às tradições centro-africanas banto. A capoeira angola não só é um instrumento transformador do ser humano, mas de uma humanidade que foi historicamente, filosoficamente e ontologicamente destruída. Ela tem poder transformador não somente do indivíduo, mas das comunidades da qual faz parte, inclusive, a da comunidade científica. A cultura e história afrodiaspórica da capoeira angola associada às origens dos centro-africanos – entendido através do complexo linguístico chamado de banto ocidental – compõem uma episteme que incorpora valores africanos e cujas bases filosóficas partem de aspectos rebeldes e transgressores do paradigma moderno eurocentrado e, por isso, facilitam a esses jovens um encontro identitário com paradigmas que lhes são próprios e que por séculos vem sendo inferiorizados e tidos como um não saber, uma não civilização e uma não forma de existir. Para tal, a presente tese desenvolve os conceitos: racionalidade do aú, educação angoleira, emancipação afrorreferenciada e ciência quilombista. |
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Volta ao mundo com o Projeto Bantu: a capoeira angola como instrumento de emancipação de jovens africanos refugiados na AustráliaAround the world with Project Bantu: capoeira angola as an instrument of emancipation of young african refugees in australiacapoeira angoladecolonialidadediáspora africanaemancipação afrorreferenciadaeducação angoleiraracionalidade do aúciência quilombistaEste trabalho investiga como a capoeira angola se conecta aos jovens africanos refugiados que participaram do Projeto Bantu realizado pelo mestre Roxinho em escolas na Austrália entre 2007 e 2020. O objetivo da pesquisa é entender como a capoeira angola colabora na emancipação desses sujeitos marcados pela violência colonial. A capoeira angola aqui é analisada através de seus elementos africanos e afrodiaspóricos – o ser mestre, a ginga, a roda, o autoconhecimento – e entendida como uma epistemologia decolonial negro-africana cujos princípios se conectam, de diferentes maneiras, aos jovens fora de seu continente natal. Compreendida dentro do espectro do projeto decolonial, a capoeira angola – subalternizada pela colonialidade – constitui uma epistemologia que prevê um corpo produtor de ciência e saberes, um eu incorporado ao coletivo capaz de emancipação e uma existência pautada pela pluriversalidade. Tudo isso coordenado ao processo de ‘ser mestre’ do mestre Roxinho e à prática educativa do Projeto Bantu. A pesquisa se debruça sobre depoimentos e entrevistas dos jovens participantes do Projeto Bantu e as ações desenvolvidas pelo mestre Roxinho e a sua equipe na Austrália. A escolha por esse objeto de estudo está ligada à sua visão da capoeira como uma prática afrodiaspórica relacionada às tradições centro-africanas banto. A capoeira angola não só é um instrumento transformador do ser humano, mas de uma humanidade que foi historicamente, filosoficamente e ontologicamente destruída. Ela tem poder transformador não somente do indivíduo, mas das comunidades da qual faz parte, inclusive, a da comunidade científica. A cultura e história afrodiaspórica da capoeira angola associada às origens dos centro-africanos – entendido através do complexo linguístico chamado de banto ocidental – compõem uma episteme que incorpora valores africanos e cujas bases filosóficas partem de aspectos rebeldes e transgressores do paradigma moderno eurocentrado e, por isso, facilitam a esses jovens um encontro identitário com paradigmas que lhes são próprios e que por séculos vem sendo inferiorizados e tidos como um não saber, uma não civilização e uma não forma de existir. Para tal, a presente tese desenvolve os conceitos: racionalidade do aú, educação angoleira, emancipação afrorreferenciada e ciência quilombista.Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES)23089.025348/2022-04Universidade Federal de São PauloVieira, Cleberhttp://lattes.cnpq.br/6363945865784406http://lattes.cnpq.br/9461161086279541Teixeira, Mariana [UNIFESP]2022-08-25T21:22:54Z2022-08-25T21:22:54Z2022-05-22info:eu-repo/semantics/doctoralThesisinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion119 f.application/pdfTEIXEIRA, Mariana. Volta ao mundo com o Projeto Bantu: a capoeira angola como instrumento de emancipação de jovens africanos refugiados na Austrália. [Tese de Doutorado] Escola de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade Federal de São Paulo, Guarulhos, 2022.https://repositorio.unifesp.br/handle/11600/65427ark:/48912/001300001bmxsporinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UNIFESPinstname:Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)instacron:UNIFESP2024-08-11T21:05:12Zoai:repositorio.unifesp.br/:11600/65427Repositório InstitucionalPUBhttp://www.repositorio.unifesp.br/oai/requestbiblioteca.csp@unifesp.bropendoar:34652024-12-11T21:07:46.887458Repositório Institucional da UNIFESP - Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)false |
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Este trabalho investiga como a capoeira angola se conecta aos jovens africanos refugiados que participaram do Projeto Bantu realizado pelo mestre Roxinho em escolas na Austrália entre 2007 e 2020. O objetivo da pesquisa é entender como a capoeira angola colabora na emancipação desses sujeitos marcados pela violência colonial. A capoeira angola aqui é analisada através de seus elementos africanos e afrodiaspóricos – o ser mestre, a ginga, a roda, o autoconhecimento – e entendida como uma epistemologia decolonial negro-africana cujos princípios se conectam, de diferentes maneiras, aos jovens fora de seu continente natal. Compreendida dentro do espectro do projeto decolonial, a capoeira angola – subalternizada pela colonialidade – constitui uma epistemologia que prevê um corpo produtor de ciência e saberes, um eu incorporado ao coletivo capaz de emancipação e uma existência pautada pela pluriversalidade. Tudo isso coordenado ao processo de ‘ser mestre’ do mestre Roxinho e à prática educativa do Projeto Bantu. A pesquisa se debruça sobre depoimentos e entrevistas dos jovens participantes do Projeto Bantu e as ações desenvolvidas pelo mestre Roxinho e a sua equipe na Austrália. A escolha por esse objeto de estudo está ligada à sua visão da capoeira como uma prática afrodiaspórica relacionada às tradições centro-africanas banto. A capoeira angola não só é um instrumento transformador do ser humano, mas de uma humanidade que foi historicamente, filosoficamente e ontologicamente destruída. Ela tem poder transformador não somente do indivíduo, mas das comunidades da qual faz parte, inclusive, a da comunidade científica. A cultura e história afrodiaspórica da capoeira angola associada às origens dos centro-africanos – entendido através do complexo linguístico chamado de banto ocidental – compõem uma episteme que incorpora valores africanos e cujas bases filosóficas partem de aspectos rebeldes e transgressores do paradigma moderno eurocentrado e, por isso, facilitam a esses jovens um encontro identitário com paradigmas que lhes são próprios e que por séculos vem sendo inferiorizados e tidos como um não saber, uma não civilização e uma não forma de existir. Para tal, a presente tese desenvolve os conceitos: racionalidade do aú, educação angoleira, emancipação afrorreferenciada e ciência quilombista. |
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