Meninas negras na literatura infantil: infâncias, identidades e representatividades

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Chaves, Rosa Silvia Lopes [UNIFESP]
Data de Publicação: 2023
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UNIFESP
Texto Completo: https://repositorio.unifesp.br/handle/11600/68507
Resumo: Esta pesquisa de doutorado tem como objetivo refletir sobre o processo de valorização e fortalecimento das identidades das meninas negras, a partir da literatura negra brasileira infantil contemporânea. Busca analisar as possibilidades de representação, identificando como as narrativas, mensagens e materialidades acerca das personagens meninas negras podem favorecer a visibilidade e a afirmação de suas identidades racial e de gênero. A pesquisa tem como base os resultados de investigações que revelam como as perversas experiências de discriminação racial na pequena infância estão entre os elementos centrais para a construção de um processo de reconhecimento identitário. Aborda o corpo como um construto sociocultural e um importante marcador da identidade, elemento central para se pensar nas infâncias de meninas negras e busca refletir sobre os aspectos materiais e simbólicos sob os quais as representações permeadas de desigualdades étnico-raciais e de gênero são socialmente construídas. Os referenciais teóricos dos Estudos Feministas Negros, dos Estudos Sociais da Infância e dos Estudos Culturais ajudam a construir um diálogo com diferentes campos de estudos, possibilitando elaborar reflexões sobre as questões relacionadas às representações da criança negra, mais especificamente da menina negra na literatura infantil. Os procedimentos metodológicos delineiam-se por meio da realização de 05 entrevistas com mulheres negras, profissionais que atuam na Educação Infantil - professoras e/ou gestoras - e 04 escritoras negras de literatura infantil, buscando compreender as formas de representatividade de meninas negras e sua relação com os processos de construção identitária nas infâncias. A pesquisa contou também com 01 entrevista realizada com a rapper MC Soffia, a fim de trazer a voz de uma jovem menina negra cuja produção artística cultural é destinada às meninas negras. A pesquisa teve o conceito de “imagens de controle” (COLLINS, 2019) como uma importante ferramenta analítica para compreender as matrizes de dominação, revelando como os marcadores sociais da diferença de raça e etnia, gênero, e idade se imbricam e evocam diferentes significados e reflexões. Os resultados ajudam a refletir sobre as possibilidades de autorrepresentação e a criação de espaços seguros para a infância. Apontam para a transformação nas possibilidades do trabalho educativo com as literaturas infantis, para a construção de práticas emancipatórias que problematizam as formas de sub-representação e que reconheçam a diversidade racial na sua dimensão afirmativa e valorativa, como parte do direito à existência e da dignidade humana. Destacam a potência da literatura negra brasileira infantil contemporânea, e trazem subsídios para pensar a educação no sentido da garantia dos direitos das crianças negras e dos princípios preconizados no Parecer do Conselho Nacional de Educação nº 3/2004, que institui as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-Raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana. A pesquisa busca contribuir para a construção de pedagogias feministas antirracistas para a educação da primeira infância brasileira, a fim de estabelecer práticas educativas, desde a pequena infância, voltadas à valorização identitária da cultura negra feminina.
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