O entrelaçamento da oralidade com a escrita na produção de narrativas de alunos do Ensino Fundamental II
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Data de Publicação: | 2016 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFTM |
Texto Completo: | http://bdtd.uftm.edu.br/handle/tede/430 |
Resumo: | Esta pesquisa analisa a presença de recursos da oralidade em narrativas escritas de alunos da 6ª série do Ensino Fundamental II e como esses mesmos recursos podem ser mobilizados para facilitar o domínio da produção escrita, através da retextualização e reescrita. A base teórica se fundamenta na concepção de linguagem interacionista bakhtiniana, na proposta de interação entre leitura, produção textual e análise linguística de Geraldi (2012,2013), nos estudos de formulação textual da oralidade e da escrita apresentados por Marcuschi (2003, 2007, 2008, 2010) e na pesquisa de Belintane (2013) sobre a influência da tradição oral no processo de alfabetização e produção textual. Para concretizar este trabalho, foi escolhida uma turma de 6ª série do Ensino Fundamental II de uma escola pública do Município de Uberaba/MG. Basicamente, o método utilizado na produção e seleção dos dados é o indiciário, pois permite ter uma percepção da singularidade linguística que define a presença da oralidade nas narrativas escritas. Os dados quantitativos apresentados revelam apenas o número de participantes da referida turma. As práticas pedagógicas, divididas em duas etapas, tiveram a duração de um semestre, ocorrendo uma vez por semana, em aulas geminadas. Na primeira etapa, os alunos produziram uma narrativa oral que serviu de base para a construção de um relato escrito. De posse dessa produção, procedeu-se à análise, definindo os indícios de oralidade nas narrativas escritas e o planejamento de uma sequência de atividades pedagógicas, composta de um estudo comparativo das duas modalidades, retextualização de um texto oral, reescrita de pequenos trechos de textos da turma, estudo de alguns casos de pontuação e ortografia, concluindo-a com a reescrita do primeiro texto pelo próprio aluno. A segunda etapa apresentou um estudo comparativo de gêneros textuais diferentes, abordando a temática Saci Pererê. Esse estudo representou a base para a produção de uma nova narrativa escrita cuja finalidade foi a aplicação dos estudos realizados e, consequentemente, a sua reescrita. Os resultados foram bastante expressivos. Anteriormente, os alunos não diferenciavam, com pouquíssimas exceções, a estruturação de uma narrativa escrita, o desenvolvimento do assunto, a pontuação e o uso de travessões. Com as práticas efetuadas, eles conseguiram diferenciar a formulação do texto oral e do escrito. Reduziram, consideravelmente, a presença de elementos coesivos próprios da oralidade na produção escrita. Passaram a transformar os elementos contextuais, extralinguísticos do texto oral em informações ou descrições da produção escrita, construindo um desenvolvimento mais sequencial, organizado em parágrafos, travessões, delimitando as ideias por meio da pontuação. |
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O entrelaçamento da oralidade com a escrita na produção de narrativas de alunos do Ensino Fundamental IIOralidade.Escrita.Reescrita.Retextualização.Orality.Writing.Rewriting.Retextualization.LetrasEsta pesquisa analisa a presença de recursos da oralidade em narrativas escritas de alunos da 6ª série do Ensino Fundamental II e como esses mesmos recursos podem ser mobilizados para facilitar o domínio da produção escrita, através da retextualização e reescrita. A base teórica se fundamenta na concepção de linguagem interacionista bakhtiniana, na proposta de interação entre leitura, produção textual e análise linguística de Geraldi (2012,2013), nos estudos de formulação textual da oralidade e da escrita apresentados por Marcuschi (2003, 2007, 2008, 2010) e na pesquisa de Belintane (2013) sobre a influência da tradição oral no processo de alfabetização e produção textual. Para concretizar este trabalho, foi escolhida uma turma de 6ª série do Ensino Fundamental II de uma escola pública do Município de Uberaba/MG. Basicamente, o método utilizado na produção e seleção dos dados é o indiciário, pois permite ter uma percepção da singularidade linguística que define a presença da oralidade nas narrativas escritas. Os dados quantitativos apresentados revelam apenas o número de participantes da referida turma. As práticas pedagógicas, divididas em duas etapas, tiveram a duração de um semestre, ocorrendo uma vez por semana, em aulas geminadas. Na primeira etapa, os alunos produziram uma narrativa oral que serviu de base para a construção de um relato escrito. De posse dessa produção, procedeu-se à análise, definindo os indícios de oralidade nas narrativas escritas e o planejamento de uma sequência de atividades pedagógicas, composta de um estudo comparativo das duas modalidades, retextualização de um texto oral, reescrita de pequenos trechos de textos da turma, estudo de alguns casos de pontuação e ortografia, concluindo-a com a reescrita do primeiro texto pelo próprio aluno. A segunda etapa apresentou um estudo comparativo de gêneros textuais diferentes, abordando a temática Saci Pererê. Esse estudo representou a base para a produção de uma nova narrativa escrita cuja finalidade foi a aplicação dos estudos realizados e, consequentemente, a sua reescrita. Os resultados foram bastante expressivos. Anteriormente, os alunos não diferenciavam, com pouquíssimas exceções, a estruturação de uma narrativa escrita, o desenvolvimento do assunto, a pontuação e o uso de travessões. Com as práticas efetuadas, eles conseguiram diferenciar a formulação do texto oral e do escrito. Reduziram, consideravelmente, a presença de elementos coesivos próprios da oralidade na produção escrita. Passaram a transformar os elementos contextuais, extralinguísticos do texto oral em informações ou descrições da produção escrita, construindo um desenvolvimento mais sequencial, organizado em parágrafos, travessões, delimitando as ideias por meio da pontuação.This paper analyses the presence of orality resources in narratives written by sixth graders in Secondary School (Ensino Fundamental II) and how such resources can be handled to facilitate the mastering of the written production, through retextualization and rewriting. The theoretical basis is founded on the bakhtinian conception of intersectional language, on Geraldi’s (2012, 2013) proposal of an interaction between reading, writing and linguistic analysis, on the studies on textual formulation of orality and writing presented by Marcuschi (2003, 2007, 2008, 2010) and on Belintane’s (2013) research on the influence of oral tradition in the process of literacy and written production. To materialize this research, we chose a 6th grade class in a public municipal school in Uberaba, Minas Gerais. Basically, the method used in the production and selection of the data is the indiciary, for it allows us to have a perception of the linguistic singularity that defines the presence of orality in the written narratives. The quantitative data shown only refers to the number of participants in the selected group. The pedagogical practices, divided into two steps, lasted for one semester, taking place once a week, in equal classes. During the first step, the students produced an oral narrative that served as a foundation for the building of a written report. Possessing this production, we went for the analysis, defining the traces of orality in the written narratives and the planning of a sequence of pedagogical activities, composed of a comparative study in two modalities, retextualization of the oral text, rewriting of small excerpts from the group, study of some cases of punctuation and spelling, concluding with a rewriting of the first text by the student themself. The second step showed a comparative study of different text genres, approaching the topic Saci Pererê. This study represented the basis for the production of a new written narrative whose goal was the application of the applied studies and, consequently, its rewriting. The results were very expressive. Previously, the students couldn’t differentiate, save few exceptions, the structuring of a written narrative, the development of the topic, the punctuation and use of indentation. After the practices were carried out, they could differentiate the formulation of the written text from the oral. They reduced, consistently, the use of cohesive elements taken from orality in their writing. They started to transform the contextual and extralinguistic elements from the oral text into information or descriptions from the written production, building a more sequential development, organized into paragraphs, indentation, framing ideas via punctuation.Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - CAPESUniversidade Federal do Triângulo MineiroInstituto de Educação, Letras, Artes, Ciências Humanas e Sociais - IELACHS::Curso de Graduação em LetrasBrasilUFTMPrograma de Mestrado Profissional em Letras em Rede NacionalBARBOSA, Marinalva Vieira38641020225http://lattes.cnpq.br/8103443442362053VIEIRA, Odília Olinda de Oliveira2017-11-06T13:06:36Z2016-11-21info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfapplication/pdfVIEIRA, Odília Olinda de Oliveira. O entrelaçamento da oralidade com a escrita na produção de narrativas de alunos do Ensino Fundamental II. 2016. 162f. Dissertação (Mestrado em Letras) - Programa de Mestrado Profissional em Letras, Universidade Federal do Triângulo Mineiro, Uberaba, 2016.http://bdtd.uftm.edu.br/handle/tede/430porANDRADE, M. L. V. O. O uso da digressão como estratégias discursivas na fala e na escrita. São Paulo: USP, 2002. Texto apresentado no II Simpósio Internacional sobre Análise do Discurso, em 2002, UFMG. Disponível em: ˂disciplinas.stoa.usp.br/.../Andrade%20 (2002)%20Uso%20%20digressao˃ Acesso em 17/08/2016. BAKHTIN, M. Estética da Criação Verbal. 6. Ed. São Paulo: WMFMartins Fontes, 2015. _________(VOLOCHINOV). Marxismo e Filosofia da Linguagem. 7. ed. São Paulo: Editora Hucitec, 1995. BELINTANE, 1. ed. C. Oralidade e alfabetização: uma nova abordagem da alfabetização e do letramento. São Paulo: Editora Cortez, 2013. CHACON, L. Ritmo da escrita. São Paulo: Martins Fontes, 1998. CORREA, M.L. G. O modo heterogêneo da constituição da escrita. São Paulo: Martins Fontes, 2004. COSTA-HÜBES, T..C. Uma tentativa de análise linguística de um texto do gênero “relato histórico”. Linguagem em (Dis) curso, Palhoça/SC: V.10, nº1, p. 181-205, jan/abr. 2010. ˂www.scielo.br/pdf/ld/v10n1a09.pdf˃ DUCROT, O. O dizer e o dito. Tradução de Eduardo Guimarães. Campinas/SP: Editora Pontes, 1987. ECKERT-HOFF, B. M.; CORACINI, M. J. R. F. (org.). Escrit(ura)a de si e alteridade no espaço papel-tela: alfabetização, formação de professores, línguas materna e estrangeira. Campinas/SP: Mercado das Letras, 2010. ESTEBAN, M. P. S. Pesquisa qualitativa em educação: fundamentos e tradições. Tradução de Miguel Cabrera. Porto Alegre/RGS: AMGH, 2010. FÁVERO, L. L.; ANDRADE, M. L. C. V. O.; AQUINO, Z. G. O. Oralidade e Escrita: perspectivas para o ensino de língua materna. 8.ed. São Paulo: Cortez Editora, 2012. FLORES, V.N. Ensino, escrita, enunciação: uma questão de leitura in CAMPOS, S. F, BARZOTTO, V. H. (org.) Ensino da leitura e da escrita. Natal/ RN: EDUFRN, 2014. P.89- 108. GERALDI, J.W.(org.). O texto na sala de aula. São Paulo: Anglo, 2012. __________Portos de Passagem. 5.ed. São Paulo: Editora WMFMartins Fontes. 2013. __________ et al. Considerações sobre a utilização de um paradigma indiciário na análise de episódios de refacção textual. Trab. Ling. Apl. Campinas/SP (25): p.5-23, Jan/Jun. 1995. Versão ampliada do texto O caráter singular das operações de refacção nos textos representativos do início da aquisição da escrita. Publicado em Estudos Linguísticos. Anais de Seminários do GEL XXIV. São Paulo: 1995. Disponível em: ˂revistas.iel.unicam.pbr/index.php/tla/search/authors/view?firstName=João&middleName=W anderley&lastName=Geraldi&affiliation=&country=˃ Acesso em: 29/06/2015. ___________ Dialogia: do discursivo à estrutura sintática. ˂http://portos.in2web.com.br/ passagens-blogdogeraldi/263-ensino-dialogico-do-discursivo-a-estrutura-sintatica˃ Acesso em: 02/08/2016. GHIRALDELLI JR. P. História da educação brasileira. 5. ed. São Paulo: Cortez Editora, 2015. GINZBURG, C. 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São Paulo: Editora Hucitec, 1997.http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/info:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFTMinstname:Universidade Federal do Triangulo Mineiro (UFTM)instacron:UFTM2020-01-17T17:04:33Zoai:bdtd.uftm.edu.br:tede/430Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://bdtd.uftm.edu.br/PUBhttp://bdtd.uftm.edu.br/oai/requestbdtd@uftm.edu.br||bdtd@uftm.edu.bropendoar:2020-01-17T17:04:33Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFTM - Universidade Federal do Triangulo Mineiro (UFTM)false |
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Esta pesquisa analisa a presença de recursos da oralidade em narrativas escritas de alunos da 6ª série do Ensino Fundamental II e como esses mesmos recursos podem ser mobilizados para facilitar o domínio da produção escrita, através da retextualização e reescrita. A base teórica se fundamenta na concepção de linguagem interacionista bakhtiniana, na proposta de interação entre leitura, produção textual e análise linguística de Geraldi (2012,2013), nos estudos de formulação textual da oralidade e da escrita apresentados por Marcuschi (2003, 2007, 2008, 2010) e na pesquisa de Belintane (2013) sobre a influência da tradição oral no processo de alfabetização e produção textual. Para concretizar este trabalho, foi escolhida uma turma de 6ª série do Ensino Fundamental II de uma escola pública do Município de Uberaba/MG. Basicamente, o método utilizado na produção e seleção dos dados é o indiciário, pois permite ter uma percepção da singularidade linguística que define a presença da oralidade nas narrativas escritas. Os dados quantitativos apresentados revelam apenas o número de participantes da referida turma. As práticas pedagógicas, divididas em duas etapas, tiveram a duração de um semestre, ocorrendo uma vez por semana, em aulas geminadas. Na primeira etapa, os alunos produziram uma narrativa oral que serviu de base para a construção de um relato escrito. De posse dessa produção, procedeu-se à análise, definindo os indícios de oralidade nas narrativas escritas e o planejamento de uma sequência de atividades pedagógicas, composta de um estudo comparativo das duas modalidades, retextualização de um texto oral, reescrita de pequenos trechos de textos da turma, estudo de alguns casos de pontuação e ortografia, concluindo-a com a reescrita do primeiro texto pelo próprio aluno. A segunda etapa apresentou um estudo comparativo de gêneros textuais diferentes, abordando a temática Saci Pererê. Esse estudo representou a base para a produção de uma nova narrativa escrita cuja finalidade foi a aplicação dos estudos realizados e, consequentemente, a sua reescrita. Os resultados foram bastante expressivos. Anteriormente, os alunos não diferenciavam, com pouquíssimas exceções, a estruturação de uma narrativa escrita, o desenvolvimento do assunto, a pontuação e o uso de travessões. Com as práticas efetuadas, eles conseguiram diferenciar a formulação do texto oral e do escrito. Reduziram, consideravelmente, a presença de elementos coesivos próprios da oralidade na produção escrita. Passaram a transformar os elementos contextuais, extralinguísticos do texto oral em informações ou descrições da produção escrita, construindo um desenvolvimento mais sequencial, organizado em parágrafos, travessões, delimitando as ideias por meio da pontuação. |
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São Paulo: Editora WMFMartins Fontes. 2013. __________ et al. Considerações sobre a utilização de um paradigma indiciário na análise de episódios de refacção textual. Trab. Ling. Apl. Campinas/SP (25): p.5-23, Jan/Jun. 1995. Versão ampliada do texto O caráter singular das operações de refacção nos textos representativos do início da aquisição da escrita. Publicado em Estudos Linguísticos. Anais de Seminários do GEL XXIV. São Paulo: 1995. Disponível em: ˂revistas.iel.unicam.pbr/index.php/tla/search/authors/view?firstName=João&middleName=W anderley&lastName=Geraldi&affiliation=&country=˃ Acesso em: 29/06/2015. ___________ Dialogia: do discursivo à estrutura sintática. ˂http://portos.in2web.com.br/ passagens-blogdogeraldi/263-ensino-dialogico-do-discursivo-a-estrutura-sintatica˃ Acesso em: 02/08/2016. GHIRALDELLI JR. P. História da educação brasileira. 5. ed. São Paulo: Cortez Editora, 2015. GINZBURG, C. Mitos, emblemas, sinais: morfologia e história. Tradução de Frederico Carotti. 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