Educação de jovens e adultos (EJA) em Araguaína/TO: das narrativas de ensino e de aprendizagem produzidas pelos alunos.

• Autor(a) principal: Berlanda, Hérica Marquiane Morais
• Data de Publicação: 2022
• Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UFT
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/11612/4192
• topic: CNPQ::LINGUISTICA, LETRAS E ARTES::LETRAS::LINGUAS ESTRANGEIRAS MODERNAS; Educação de Jovens e Adultos.; Narrativas.; Vulnerabilidade social.; Vulnerabilidade de escolar.

Neste trabalho, abordamos as narrativas de oito alunos da Educação de Jovens e Adultos (EJA), de duas escolas públicas estaduais de Araguaína/Tocantins. De cada escola, entrevistamos quatro alunos. Eles foram levados a enunciar sobre as suas histórias de vida e sobre as condições como alunos da EJA. Estamos partindo da perspectiva de que há circunstâncias sócio-histórica e ideológicas comuns e particulares, produzindo-os na condição de sujeito. Para usarmos os termos teóricos da Análise de Discurso francesa, de orientação pecheutiana, quadro conceitual a que nos filiamos, trata-se de pensar que as narrativas deixam flagrar “processo de individuação do sujeito”. Há um “contexto no sentido lato” (Cf. ORLANDI, 2014), que, paradoxalmente, produzam esses processos. É paradoxal, pois, do ponto de vista discursivo, um contexto não se totaliza no outro; não se trata de uma visão determinista. Sendo assim, neste trabalho, orientamo-nos a partir da seguinte pergunta de pesquisa: Como os alunos da EJA entrevistados por nós significam a sua condição de alunos nesse seguimento de ensino? Traçamos o seguinte objetivo geral: analisar e problematizar o modo como os alunos da EJA entrevistados por nós discursivizam a sua condição nesse segmento de ensino, de maneira a pensar na correlação entre “vulnerabilidade social” e “vulnerabilidade de escolar”. E elaboramos os seguintes objetivos específicos: traçar um certo perfil socioeconômico e cultural das duas turmas das escolas estaduais que enfocamos, buscando circunscrever o “contexto em sentido lato” em que os alunos entrevistados estão inseridos; identificar os principais motivos que fizeram com que os alunos entrevistados deixassem de estudar e aqueles que fizeram com que eles retornassem à escola; analisar a relação deles, em termos discursivos, com os professores que ministram aulas, na EJA, e, consequentemente, com o modo como eles aprendem. Por meio de aplicação de questionário, adaptado do Exame Nacional para Certificação de Competências de Jovens e Adultos (ENCCEJA), traçamos o perfil sociodemográfico e cultural dessas duas turmas. Para dimensionarmos as narrativas dos alunos entrevistados, foi elaborado um roteiro com perguntas discursivas. Por meio de transcrição, tendo por base a notação emprestada ao Projeto da Norma Urbana Oral Culta (NURC), foram transcritos os áudios. A partir de recortes discursivos (RD), retirados das transcrições, compusemos o nosso capítulo de análise. As análises mostram que é comum, dadas as narrativas dos alunos, processos de individuação de sujeito que deixam flagrar uma correlação entre vulnerabilidade social e vulnerabilidade escolar. A relação dos alunos entrevistados com a escola é marcada por uma rarefação no laço, já que eles, emboram acessem à escola, acabam não permanecendo nela.