Agendas políticas de movimentos de indígenas mulheres no Brasil e Bolívia (2017-2020)

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Ferro, Larissa Cristina de Sousa
Data de Publicação: 2023
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UnB
Texto Completo: http://repositorio2.unb.br/jspui/handle/10482/47168
Resumo: Tese (doutorado) — Universidade de Brasília, Instituto de Ciências Sociais, Departamento de Estudos Latino-americanos, Programa de Pós-Graduação em Estudos Comparados sobre as Américas, 2023.
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spelling Agendas políticas de movimentos de indígenas mulheres no Brasil e Bolívia (2017-2020)Povos indígenasMovimento indígena - BolíviaMovimento indígena - BrasilMulheres indígenasTese (doutorado) — Universidade de Brasília, Instituto de Ciências Sociais, Departamento de Estudos Latino-americanos, Programa de Pós-Graduação em Estudos Comparados sobre as Américas, 2023.Analiso em perspectiva comparada as agendas políticas de movimentos de indígenas mulheres no Brasil e na Bolívia. A agenda política se traduz nas dinâmicas de priorização de problemas sociais que, a partir da visão coletiva, estimulam mobilização e articulação objetivando mudanças. Estudar as agendas políticas permite compreender as dinâmicas de ação coletiva pela superação das diversas formas de violências contra os corpos-território de indígenas mulheres brasileiras e bolivianas e sua legitimação como sujeitas políticas. Utilizei teorias, conceitos, e metodologias feministas decoloniais que enfatizam a horizontalidade na construção do saber. A análise retoma a apropriação dos conceitos de corpo-território, amansamento, emancipação epistêmica, gênero, etnicidade e colonialidade pelas indígenas mulheres intelectuais desses países. Metodologicamente adotei a perspectiva comparada e a análise textual discursiva (ATD). O corpus da pesquisa foi composto por 20 fontes documentais que abrangem o escopo temporal de 2017 a 2020 e por observação participante de 13 eventos presenciais e online realizados por indígenas mulheres de ambos países em 2019 e 2020. A comparação se voltou para quatro temáticas recorrentes na análise dessas fontes: i) concepção das violações a partir da consciência corpo-território; ii) tecido de redes de resistência; iii) emancipação epistêmica a partir do reescrever/recontar da história e iv) amansamento de espaços políticos públicos. Destacar as indígenas mulheres como sujeitas políticas na luta por demandas específicas de gênero é reconhecer que a defesa da emancipação dos corposterritório não se dissocia da resistência dos territórios-terra. As reflexões coletivas acerca do caráter colonial, racista e patriarcal da história lhes permite agir na valorização das ancestralidades de indígenas mulheres desses povos, aspecto historicamente silenciado. Nesse repensar e reescrever o passado, partindo das ideais da memória ativa e memória larga, agem conjuntamente no presente a partir do amansamento dos espaços educacionais e da política partidária. O amansar desses espaços políticos públicos é demarcar as especificidades étnicas e de gênero, sem abrir mão dos direitos como cidadãs brasileiras ou bolivianas. Constroem assim, outras formas de ser, fazer e ocupar a partir de uma perspectiva de complementariedade, comunitária a partir do recorte de gênero.I analyze the political agendas of indigenous women's movements in Brazil and Bolivia from a comparative perspective. The political agenda translates into the dynamics of prioritizing social problems that, from the collective point of view, stimulate mobilization and coordination aiming at change. Examining political agendas allows me to understand the dynamics of collective action to address the various forms of violence against the bodies-territory of Brazilian and Bolivian indigenous women and their legitimization as political actors. I employed decolonial feminist theories, concepts, and methodologies that emphasize horizontality in the construction of knowledge. The analysis revisits the appropriation of the concepts of body-territory, taming, epistemic emancipation, gender, ethnicity and coloniality by indigenous women intellectuals from these countries. Methodologically, I adopted a comparative approach and discursive textual analysis (DTA). The research corpus consisted of 20 documentary sources spanning from 2017 to 2020 and participant observation of 13 in-person and online events held by indigenous women from both countries in 2019 and 2020. The comparison focused on four recurring themes in the analysis of these documentary sources: i) understanding violations through body-territory awareness; ii) fabric of resistance networks; iii) epistemic emancipation through the rewriting/retelling of history and iv) taming of public political spaces. Emphasizing indigenous women as political actors in the struggle for specific gender demands is to recognize that the defense of body-territory emancipation is inseparable from the resistance of bodies-territory. Collective reflections on the colonial, racist and patriarchal nature of history enable them to value the ancestral heritage of indigenous women from these peoples, a historically silenced aspect. In this rethinking and rewriting of the past, based on active memory and large memory ideals, they act together in the present by taming education environments and party politics. The taming of these public political spaces is to demarcate ethnic and gender specificities without relinquishing rights as Brazilian or Bolivian citizens. They thus present alternative ways of being, doing and occupying from a perspective of complementarity, communitarian from in a complementary, communitarian and gender view.Analizo em perspectiva comparada las agendas políticas de los movimientos de indígenas mujeres en Brasil y Bolivia. La agenda política se traduce em dinámicas de priorización de problemas sociales que, desde el punto de vista colectivo, estimulan la movilización y articulación para un proceso de cambio. El estudio de las agendas políticas permite comprender las dinámicas de acción colectiva para la superación de las diversas formas de violencia contra los cuerpos-territorio de las indígenas mujeres brasileñas y bolivianas y su legitimación como sujetas políticas. Utilicé teorías, conceptos y metodologías feministas decoloniales que enfatizan la horizontalidad em la construcción del conocimiento. El análisis retoma la apropiación de los conceptos de cuerpo-territorio, domadura, emancipación epistémica, género, etnicidad y colonialidad por parte de las indígenas intelectuales de estos países. Metodológicamente adopté la perspectiva comparada y el análisis textual discursivo (ATD). El corpus de investigación estuvo compuesto por 20 fuentes documentales que abarcaron el ámbito temporal de 2017 hasta 2020 y la observación participante de 13 eventos presenciales y online realizados por indígenas mujeres de los dos países en 2019 y 2020. La comparación se centró em cuatro temas frecuentes em el análisis de estas fuentes documentales: i) concepción de las violaciones desde la conciencia cuerpo-territorio; ii) tejido de redes de resistencia; iii) emancipación epistémica y el reescribir/redecir de la historia y; iv) domadura de los espacios políticos públicos. Destacar a las indígenas mujeres como sujetas políticas en la lucha por demandas específicas de género es reconocer que la defensa de la emancipación de los cuerpos-territorios no puede desvincularse de la resistencia de los territorios-tierra. Las reflexiones colectivas cerca del carácter racista y colonial de la historia les permiten trabajar en la valoración de la ascendencia de las indígenas de sus pueblos, aspecto históricamente silenciado. En este repensar y reescribir el pasado, por los ideales de la memoria activa y la memoria larga, actúan en conjunto en el presente desde la práctica de domadura de los ambientes educativos y la política partidaria. La domadura de estos espacios políticos públicos es demarcar especificidades étnicas y de género, sin renunciar a derechos como ciudadanas brasileñas o bolivianas. Así, presentan otras formas de ser hacer y ocupar desde perspectiva de complementariedad, comunitaria desde la mirada de género.Instituto de Ciências Sociais (ICS)Departamento de Estudos Latino-americanos (ICS ELA)Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais - Estudos Comparados sobre as AméricasRuano Ibarra, ElizabethFerro, Larissa Cristina de Sousa2024-01-08T20:03:43Z2024-01-08T20:03:43Z2024-01-082023-05-19info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfFERRO, Larissa Cristina de Sousa. Agendas políticas de movimentos de indígenas mulheres no Brasil e Bolívia (2017-2020). 2023. 185 f. il. 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