Dietas vegetarianas de adultos no Brasil : caracterização e avaliação da qualidade alimentar e nutricional

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Hargreaves, Shila Minari
Data de Publicação: 2019
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UnB
Texto Completo: http://repositorio2.unb.br/jspui/handle/10482/47387
Resumo: Dissertação (mestrado) — Universidade de Brasília, Faculdade de Ciências da Saúde, Departamento de Nutrição, Programa de Pós-Graduação em Nutrição Humana, 2019.
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spelling Hargreaves, Shila Minarishilaminari@gmail.comZandonadi, Renata Puppin2024-01-19T17:33:34Z2024-01-19T17:33:34Z2024-01-192019-04-29HARGREAVES, Shila Minari. Dietas vegetarianas de adultos no Brasil: caracterização e avaliação da qualidade alimentar e nutricional. 2019. 117 f., il. Dissertação (Mestrado em Nutrição Humana) — Universidade de Brasília, Brasília, 2019.http://repositorio2.unb.br/jspui/handle/10482/47387Dissertação (mestrado) — Universidade de Brasília, Faculdade de Ciências da Saúde, Departamento de Nutrição, Programa de Pós-Graduação em Nutrição Humana, 2019.O vegetarianismo vem se tornando uma prática alimentar cada vez mais comum no Brasil e no mundo. Os tipos de dietas vegetarianas, bem como as motivações para a adoção desse padrão alimentar, variam consideravelmente entre os indivíduos que adotam essa prática. Apesar de haver estudos demonstrando os benefícios do vegetarianismo à saúde humana, bem como estudos que avaliam a qualidade de dietas vegetarianas em outros países, questões relacionadas à influência do vegetarianismo na qualidade alimentar e perfil nutricional no Brasil ainda precisam ser respondidas, tendo em vista a escassez de dados e o possível aumento no risco de deficiências nutricionais causado pela restrição alimentar. O presente estudo teve como objetivo, portanto, avaliar a qualidade alimentar e o perfil nutricional de vegetarianos adultos no Brasil. Foi realizada uma pesquisa transversal quantitativa por meio de um questionário específico para a população brasileira, autoaplicado de forma virtual, em amostra de conveniência. Posteriormente, foi feita a análise dos dados a partir da comparação com dados da população brasileira avaliados pelo mesmo instrumento, além de comparação entre as diferentes variáveis associadas à dieta vegetariana: tipo de dieta, tempo de adoção, motivação para adoção da dieta e convívio com outras pessoas vegetarianas. Os parâmetros avaliados foram: (a) índice de massa corporal (IMC), calculado com base em peso e altura referidos; (b) consumo regular de frutas e vegetais (crus e cozidos), considerada adequada a frequência de, no mínimo, cinco vezes por semana; (c) consumo diário adequado de frutas e vegetais, determinado pela ingestão de pelo menos cinco porções de furtas e vegetais diariamente, de acordo com as recomendações da Organização Mundial da Saúde; (d) consumo regular de refrigerantes, ou seja, em cinco ou mais dias da semana, usado como marcador negativo de qualidade da dieta; e (e) consumo de alimentos in natura e alimentos processados no dia anterior, avaliado de acordo com as recomendações do Guia Alimentar para a População Brasileira. Os dados foram analisados por meio de: (a) análise de variância (ANOVA) seguida de teste post hoc de Tukey; (b-e) teste qui-quadrado de Pearson, para as análises entre as diferentes variáveis associadas à dieta vegetariana, e comparação dos intervalos de confiança, para as análises comparativas entre os resultados do estudo e dados da população geral brasileira. Todas as análises consideraram um nível de significância de 5% (p <0,05). A amostra obtida foi de 1369 indivíduos, dos quais 90% eram mulheres, com representatividade em todo o território nacional e IMC médio de 22,64kg/m2. Quanto ao tipo de dieta, a mais prevalente foi a vegetariana, adotada por 50,5% dos indivíduos, seguida da vegana, adotada por 36,0% da amostra. A principal motivação para a adoção do vegetarianismo foi “ética/moral”, relatada por 6,4% da amostra, seguida por “saúde”, relatada por 12,0% dos participantes. Quando comparados aos dados da população geral brasileira, os resultados da pesquisa demostraram que vegetarianos apresentam melhores níveis de IMC, além de melhores marcadores de qualidade alimentar. Observou-se uma prevalência de excesso de peso e obesidade de 20,2% e 5,6%, respectivamente, na amostra do estudo, valores muito mais baixos que os observados na população brasileira (54,0% e 18,9, respectivamente). Quanto à qualidade alimentar, observouse maior proporção de indivíduos com ingestão semanal regular de frutas e vegetais em comparação à população brasileira (66,5% versus 34,6%), e de ingestão diária adequada de frutas e vegetais (34,6% versus 23,7%). Foi encontrada também menor ingestão semanal regular de refrigerantes, que é considerado um marcador negativo de qualidade alimentar, por estar associado a outros parâmetros de baixa qualidade da dieta. Na amostra do estudo, 2,9% dos indivíduos relataram um consumo regular de refrigerantes, ao passo que, na população brasileira, 14,6% apresentam consumo regular. Por meio da análise de consumo de alimentos no dia anterior, observou-se que os participantes atendem às principais recomendações do Guia Alimentar para a População Brasileira, com maior proporção de consumo de alimentos in natura e menor de alimentos processados. Entre os subgrupos de vegetarianos, os veganos tenderam a apresentar maior proporção de indivíduos com marcadores positivos de qualidade nutricional que vegetarianos, pescovegetarianos e semivegetarianos. Naqueles que relataram adotar a dieta por motivos de saúde, foi observada maior proporção de indivíduos com ingestão semanal regular e ingestão diária adequada de frutas e vegetais, quando comparados àqueles que adotam a dieta por motivos éticos/morais. A partir do estudo concluiu-se, portanto, que vegetarianos apresentam melhor adequação da dieta quando comparados à população geral brasileira, com veganos apresentando melhores resultados em comparação a outros tipos de vegetarianos.Vegetarianism has become an increasingly common food practice in Brazil and around the world. The types of vegetarian diets, as well as the motivations for adopting this dietary pattern, vary considerably among individuals who adopt this practice. Although there are studies demonstrating the health benefits of vegetarianism, as well as studies evaluating the nutritional quality of vegetarian diets in other countries, questions regarding the influence of vegetarianism on food and nutritional quality in Brazil still need to be answered, given the scarce data available and the possible increase in the risk of nutritional deficiencies caused by food restrictions. The present study aimed to evaluate the food quality and nutritional profile of vegetarian individuals in Brazil. A cross-sectional quantitative study was carried out on a convenience sample, with a virtual self-applied questionnaire specific for the Brazilian population. Afterwards, the results were analyzed and compared to data on the general population in Brazil evaluated by the same instrument. A comparison was also carried out among different characteristics related to the vegetarian diet: type of diet, time of adoption, motivation for diet adoption and whether or not an individual socializes with other vegetarians. The following parameters were evaluated: (a) body mass index (BMI), calculated on the basis of the referred weight and height; (b) regular consumption of fruits and vegetables (raw and cooked), deemed appropriate when the frequency was at least five times a week; (c) adequate daily consumption of fruits and vegetables, determined by the ingestion of at least five servings of fruits and vegetables daily, in accordance with the World Health Organization’s recommendations; (d) regular consumption of soft drinks, used as a negative marker of diet quality, which considers regular consumption the intake ok soft drinks on five or more days of the week; and (e) consumption of natural and processed foods the previous day, evaluated according to the recommendations of the Food Guide for the Brazilian Population. Data were analyzed by: (a) analysis of variance (ANOVA) followed by Tukey post hoc test; (b-e) Pearson's chi-square test for the analysis of the different variables associated with the vegetarian diet; and comparison of the confidence intervals for the comparative analyses between the study results and data from the Brazilian general population. All analyses considered a significance level of 5% (p <0.05). A sample of 1369 individuals was obtained, made up of 90% of women, with representatives throughout the national territory, and a mean BMI of 22.64kg/m2. Regarding the type of diet, the most prevalent was the vegetarian, adopted by 50.5% of the individuals, followed by the vegan, adopted by 36.0% of the sample. The main motivation for adopting vegetarianism was "ethical/moral reasons", reported by 66.4% of the sample, followed by "health", reported by 12.0% of the participants. When compared to data on the general Brazilian population, the results of the study showed that vegetarians have lower prevalence of overweight and obesity, as well as better markers of nutritional quality. The observed prevalence of overweight and obesity was 20.2% and 5.6%, respectively, in the study sample, values much lower than those observed in the Brazilian population, of 54.0% and 18.9%. Regarding food quality, the study found a higher proportion of individuals with a regular weekly intake of fruits and vegetables compared to the Brazilian population (66.5% versus 34.6%) and adequate daily intake of fruits and vegetables (34.6% % vs. 23.7%). There was also a lower weekly intake of regular soft drinks, which is considered a negative marker of food quality, because it is associated with other parameters of poor diet quality. In the study sample, 2.9% of subjects reported regular consumption of soft drinks, while in the general Brazilian population, 14.6% reported regular consumption. The analysis of food consumption on the previous day showed that the participants meet the main recommendations of the Food Guide for the Brazilian Population, with a higher proportion of natural foods and lower proportion of processed foods. Among the subgroups of vegetarians, vegans tended to present a higher proportion of individuals with positive markers of food quality than vegetarians, pescovegetarians, and semivegetarians. In those who reported adopting the diet for health reasons, a higher proportion of individuals with a regular weekly intake and adequate daily intake of fruits and vegetables was observed when compared to those who adopt the diet for ethical/moral reasons. From the study it was concluded, therefore, that vegetarians present better dietary adequacy when compared to the general Brazilian population, with vegans presenting better results in comparison to other types of vegetarians.Faculdade de Ciências da Saúde (FS)Departamento de Nutrição (FS NUT)Programa de Pós-Graduação em Nutrição HumanaporDietas vegetarianas de adultos no Brasil : caracterização e avaliação da qualidade alimentar e nutricionalinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisVegetarianismoDieta vegetarianaQualidade nutricionalPerfil nutricionalinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UnBinstname:Universidade de Brasília (UnB)instacron:UNBORIGINAL2019_ShilaMinariHargreaves.pdf2019_ShilaMinariHargreaves.pdfapplication/pdf4566631http://repositorio2.unb.br/jspui/bitstream/10482/47387/1/2019_ShilaMinariHargreaves.pdff29785eebc8b23734574790c0bf0a555MD51open accessLICENSElicense.txtlicense.txttext/plain102http://repositorio2.unb.br/jspui/bitstream/10482/47387/2/license.txtaed4704d04bb260d4decd80db311aaa5MD52open access10482/473872024-01-19 14:33:34.327open accessoai:repositorio2.unb.br:10482/47387U3VibWlzc8OjbyBlZmV0aXZhZGEgZGUgYWNvcmRvIGNvbSBsaWNlbsOnYSBjb25jZWRpZGEgcGVsbyBhdXRvciBlL291IGRldGVudG9yIGRvcyBkaXJlaXRvcyBhdXRvcmFpcy4KBiblioteca Digital de Teses e DissertaçõesPUBhttps://repositorio.unb.br/oai/requestopendoar:2024-01-19T17:33:34Repositório Institucional da UnB - Universidade de Brasília (UnB)false
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