A deficiência intelectual no discurso e nas práticas de Jovens Nativos na Pedagogia de Orientação Inclusiva : um estudo em representações sociais

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Azevedo, Kátia Rosa
Data de Publicação: 2017
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UnB
Texto Completo: http://repositorio.unb.br/handle/10482/31600
Resumo: Tese (doutorado)—Universidade de Brasília, Faculdade de Educação, Programa de Pós-Graduação em Educação, 2017.
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spelling A deficiência intelectual no discurso e nas práticas de Jovens Nativos na Pedagogia de Orientação Inclusiva : um estudo em representações sociaisRepresentações sociaisDeficiência intelectualEnsino médio - inclusãoTese (doutorado)—Universidade de Brasília, Faculdade de Educação, Programa de Pós-Graduação em Educação, 2017.A deficiência intelectual (DI) é um constructo historicamente situado, e, em matéria de conhecimento sobre esse fenômeno, não existem núcleos duros, nem posições homogêneas na área científica e médica. Em função desse estado vago, múltiplo e conflituoso, oriundo não só da perspectiva organicista, mas também da própria heterogeneidade da DI na experiência de cada sujeito, pensar sobre essa condição remete a uma construção social autônoma, facilitadora da proliferação de saberes divergentes que, no entanto, guardam entre si uma coerência peculiar. Neste trabalho, defendemos que a deficiência primária pode ser desbancada por novas estruturas qualitativas oportunizadas pela participação da pessoa em relações nas quais os contextos sejam desafiadores, haja embates, trocas de ideias, compartilhamentos e confrontação ativa e cooperativa entre os interlocutores. Sabemos, no entanto, que interagimos com diferentes Outros de acordo com a forma como os representamos. Sendo assim, o objetivo principal deste trabalho foi o de conhecer e analisar as representações sociais que os jovens de ensino médio (EM) têm sobre deficiência intelectual e sobre inclusão de colegas com tal diagnóstico nesse segmento de ensino. Com isso estamos dizendo que a forma como os estudantes de ensino médio representam a deficiência intelectual e a inclusão desses colegas no EM têm relação direta com a forma como as relações se estabelecem e se elas favorecem ou não novas rotas compensatórias para ambos. Nossa proposta metodológica se desenvolveu em conformidade com os preceitos da abordagem qualitativa, de caráter exploratório e se dividiu em três etapas que contaram com os seguintes recursos: Técnica de Associação Livre de Palavras (TALP), entrevistas semiestruturadas, registros de campo e reuniões de grupo focal. Os sujeitos da pesquisa foram 186 jovens, dentre os quais sete foram diagnosticados com DI, matriculados no segmento de ensino médio de uma escola pública de Brasília-DF. As lentes teóricas sobre as quais se alicerçam nossas compreensões são a Teoria das Representações Sociais (TRS) e os pressupostos da perspectiva histórico-cultural. Os resultados indicam que, contrapondo-se a uma base consensual que compreende a DI como desenvolvimento insuficiente, o sistema periférico diz que a condição juvenil para os que têm o diagnóstico de DI é marcada por diferentes possibilidades, indicando que o diagnóstico se cruza com características sociais e atributos pessoais. E nesse contexto de lógicas diversas, no interior de uma mesma representação, os Jovens Nativos na Pedagogia de Orientação Inclusiva (JNPOI) representam o acesso dos colegas com DI ao ensino médio como legítimo, necessário, indispensável e obrigatório, ou seja, o acesso ao EM é valorizado como bandeira, no entanto a permanência desse colega parece não ter explicação disponível, porque se tornou normal, opaca e inominável. Subjacente a essa representação social está a marca identitária de um grupo jovem fluente no idioma do antipreconceito, que o diferencia de outras comunidades linguísticas. Quanto à natureza dos apoios ofertados, prevalecem os apoios mútuos entre os pares com diagnóstico de DI em oposição às ações tutoras, reguladoras de comportamento e sem vínculos de amizade entre jovens com desenvolvimentos típico e atípico. Vale ressaltar que o conteúdo representacional sobre EM, sob o ponto de vista exclusivo do jovem com diagnóstico de DI, ora se alinha ao discurso corrente na sociedade – que o compreende como tempo inflexível, exigente e transitório, tendo seu sentido atrelado ao próximo nível (a universidade) e às promessas futuras de ascensão social –, ora se alinha à própria biografia de um jovem que vivencia nenhuma exigência pedagógica e a progressão escolar automática.Intellectual disability (ID) is a historically situated construct and in the matter of knowledge about this phenomenon, there are no hard nuclei, nor homogeneous positions in the scientific and medical area. Because of this vague, multiple and conflictual state, from the organicist perspective, but also from the very heterogeneity of ID in the experience of each subject, thinking about this condition refers to an autonomous social construction, facilitating the proliferation of divergent knowledge, have a peculiar coherence between them. In this work, we argue that the primary deficiency can be overcome by new qualitative structures opportunized by the person's participation in relations where the contexts are challenging, where there are clashes, exchanges of ideas, sharing and active and cooperative confrontation between the interlocutors. We know, however, that we interact with different Others according to how we represent them. Thus, the main objective of this work was to know and analyze the social representations that the young people of High School have on intellectual disability and on the inclusion of colleagues with such diagnosis in this segment of education. By this we are saying that the way middle school students represent intellectual disability and the inclusion of these colleagues in High School is directly related to the way relationships are established and whether or not they favor new compensatory routes for both. Our methodological proposal was developed in line with the precepts of the qualitative approach, of exploratory nature and was divided in 03 stages that had the following resources: Free Word Association Questionnaires (FWAQ), semi-structured interviews, field records and group meetings focal. The subjects of the survey were 186 youngsters, of whom 07 had ID diagnoses, enrolled in the High School segment of a public school in Brasília-DF. The theoretical lenses on which our understandings are based are the Theory of Social Representations and the assumptions of the Historical-Cultural Perspective. The results indicate that, as opposed to a consensual basis that includes ID as insufficient development, the peripheral system says that the juvenile condition for those diagnosed with ID is marked by different possibilities, indicating that the diagnosis crosses with social characteristics and personal attributes. And in this context of diverse logics, within the same representation, the Nativos na Pedagogia de Orientação Inclusiva JNPOI represent the access of the students with ID to High School as legitimate, necessary, indispensable and obligatory, that is, the imperative over access is valued as a flag, however, the permanence of this colleague seems to have no available explanation, because it has become normal, opaque and nameless. Underlying this social representation is the identity mark of a young group fluent in the language of antipreconception, a mark that differentiates it from other linguistic communities in the discourse. As for the support system offered by this community, mutual support between peers with atypical development and tutors actions, regulating behavior and without ties of friendship between young people with typical and atypical development prevail. It is worth emphasizing that the representational content about high school - from the point of view of the youngster with a diagnosis of ID - hour, is aligned with the current discourse in the society (that understands it as inflexible, demanding and transient time, having its meaning attached to the next level university and the future promises of social ascension) and time align the very biography of a young person who experiences no pedagogical requirement and automatic school progression. Revealing an awareness that Góes beyond the description of DI provided in the diagnostics.La deficiencia intelectual (DI) es un constructo históricamente situado y en materia de conocimiento sobre ese fenómeno, no existen núcleos duros, ni posiciones homogéneas en el área científica y médica. En función de ese estado vago, múltiple y conflictivo, oriundo de la perspectiva organicista, pero también de la propia heterogeneidad de la DI en la experiencia de cada sujeto, pensar sobre esa condición remite a una construcción social autónoma, facilitadora de la proliferación de saberes divergentes que, guardan entre sí una coherencia peculiar. En este trabajo, defendemos que la deficiencia primaria puede ser desbancada por nuevas estructuras cualitativas oportunistas por la participación de la persona en relaciones donde los contextos sean desafiantes, donde haya embates, intercambios de ideas, compartimentos y confrontación activa y cooperativa entre los interlocutores. Sabemos, sin embargo, que interactuamos con diferentes Otros de acuerdo con la forma en que los representamos. Siendo así, el objetivo principal de este trabajo fue conocer y analizar las representaciones sociales que los jóvenes de Enseñanza Media tienen sobre discapacidad intelectual y sobre la inclusión de colegas con tal diagnóstico en ese segmento de enseñanza. Con eso estamos diciendo que la forma como los estudiantes de Enseñanza Media representan la deficiencia intelectual y la inclusión de esos colegas en el EM, tiene relación directa con la forma en que las relaciones se establecen y si favorecen o no nuevas rutas compensatorias para ambos.Nuestra propuesta metodológica se desarrolló de acuerdo con los preceptos del abordaje cualitativo, de carácter exploratorio y se dividió en 03 etapas que contaron con los siguientes recursos: Cuestionarios de Asociación Libre de Palabras (TALP), entrevistas semiestructuradas, registros de campo y reuniones de grupo focal. Los sujetos de la investigación fueron 186 jóvenes, de los cuales 07 tenían diagnóstico de DI, matriculados en el segmento de Enseñanza Media de una escuela pública de Brasília-DF. Las lentes teóricas sobre las que se basan nuestras comprensiones son la Teoría de las Representaciones Sociales y los presupuestos de la Perspectiva Histórico-Cultural. Los resultados indican que contraponiendo a una base consensuada que comprende la DI como desarrollo insuficiente, el sistema periférico dice que la condición juvenil para los que tienen el diagnóstico de DI está marcada por diferentes posibilidades, indicando que el diagnóstico se cruza con características sociales y atributos personales. En este contexto de lógicas diversas, dentro de una misma representación, los Nativos na Pedagogia de Orientação Inclusiva JNPOI representan el acceso de los colegas con DI a la Enseñanza Media como legítimo, necesario, indispensable y obligatorio, o sea, el imperativo sobre el acceso es valorado como bandera, sin embargo , la permanencia de este colega parece no tener explicación disponible, porque se volvió normal, opaca e inamovible. Subyacente a esa representación social está la marca identitaria de un grupo joven fluido en el idioma del anticoncepto, marca que lo diferencia de otras comunidades lingüísticas en lo que se refiere al discurso. En cuanto al sistema de apoyo ofrecido por esa comunidad, prevalecen los apoyos mutuos entre los pares con desarrollo atípico y las acciones tutoras, reguladoras de comportamiento y sin vínculos de amistad entre jóvenes con desarrollo típico y atípico. Es importante resaltar que el contenido representacional sobre EM - bajo el punto de vista exclusivo del joven con diagnóstico de DI - hora se alinea al discurso corriente en la sociedad que lo comprende como tiempo inflexible, exigente y transitorio, teniendo su sentido ligado al siguiente nivel (a a las promesas futuras de ascenso social y hora se alinea la propia biografía de un joven que vive ninguna exigencia pedagógica y la progresión escolar automática. Revelando una toma de conciencia que sobrepasa la descripción de DI prevista en los diagnósticos.Cerqueira, Teresa Cristina SiqueiraAzevedo, Kátia Rosa2018-04-10T18:25:14Z2018-04-10T18:25:14Z2018-04-102017-12-19info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfAZEVEDO, Kátia Rosa. A deficiência intelectual no discurso e nas práticas de Jovens Nativos na Pedagogia de Orientação Inclusiva: um estudo em representações sociais. 2017. 258 f., il. Tese (Doutorado em Educação)—Universidade de Brasília, Brasília, 2017.http://repositorio.unb.br/handle/10482/31600A concessão da licença deste item refere-se ao termo de autorização impresso assinado pelo autor com as seguintes condições: Na qualidade de titular dos direitos de autor da publicação, autorizo a Universidade de Brasília e o IBICT a disponibilizar por meio dos sites www.bce.unb.br, www.ibict.br, http://hercules.vtls.com/cgi-bin/ndltd/chameleon?lng=pt&skin=ndltd sem ressarcimento dos direitos autorais, de acordo com a Lei nº 9610/98, o texto integral da obra disponibilizada, conforme permissões assinaladas, para fins de leitura, impressão e/ou download, a título de divulgação da produção científica brasileira, a partir desta data.info:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da UnBinstname:Universidade de Brasília (UnB)instacron:UNB2023-06-27T19:17:36Zoai:repositorio.unb.br:10482/31600Repositório InstitucionalPUBhttps://repositorio.unb.br/oai/requestrepositorio@unb.bropendoar:2023-06-27T19:17:36Repositório Institucional da UnB - Universidade de Brasília (UnB)false
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