Funcionalismo e causação mental
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2002 |
Outros Autores: | |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Manuscrito (Online) |
Texto Completo: | https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/manuscrito/article/view/8644626 |
Resumo: | O que colocou o funcionalismo no centro do debate em torno do problema mente-corpo nos últimos trinta anos parece ter sido a sua capacidade de conciliar intuições fisicalistas com uma espécie de não-reducionismo: se por um lado postula-se a existência de entes físicos somente, distribuídos em uma ontologia estratificada, por outro não se falha em explicitar uma distinção real entre as propriedades de entes capacitados a sentir e representar. A superveniência mente-corpo aparentava esclarecer essas intuições dos fisicalistas não-redutivos. Vários dos trabalhos de Kim em torno dessa relação, em especial aqueles publicados antes do fim da década de oitenta, sugeriram a superveniência como uma possível, e promissora, elucidação do estado de coisas em torno do problema da relação entre a mentalidade e o físico. Nos últimos anos, contudo, Kim apresentou um dilema, expressando com bastante pungência que a causação mental revela-se ininteligível, valendo ou não valendo a superveniência mente-corpo. Por conseguinte, a superveniência deixa de compor uma possível solução para o problema, passando a constituí-lo. Como tal conceito de superveniência mente-corpo estende-se naturalmente a uma região de intersecção entre todas as posturas não-reducionistas minimamente fisicalistas, as preocupações de Kim, se de fato justificadas, sugerem algo de bastante grave com o fisicalismo não-reducionista. Defenderemos neste trabalho que, apesar do problema da exclusão causal ser genuíno, ainda é cedo para concluirmos a falsidade do fisicalismo não-redutivo. |
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