Exposição aos agrotóxicos : implicações na saúde de trabalhadres agrícolas de uma região de Campinas-SP

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Cabral, Elizabeth Regina de Melo, 1984-
Data de Publicação: 2012
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP)
Texto Completo: https://hdl.handle.net/20.500.12733/1617738
Resumo: Orientador: Herling Gregorio Aguilar Alonzo
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spelling Exposição aos agrotóxicos : implicações na saúde de trabalhadres agrícolas de uma região de Campinas-SPExposure to pesticides : implications for the health of farm workers in a region of Campinas-SPSaúde da população ruralExposição a praguicidasTempo de exposiçãoPesticidasRural healthPesticide exposureExposure timePesticideOrientador: Herling Gregorio Aguilar AlonzoDissertação (mestrado) - Universidade Estadual de Campinas, Faculdade de Ciências MédicasResumo: Introdução: No Brasil, a utilização intensiva de agrotóxicos teve início com o II Plano Nacional de Desenvolvimento (1975-1979), que estimulava compulsoriamente a compra desses produtos pelos agricultores por meio de créditos rurais. Hoje, o país é considerado o maior consumidor de agrotóxicos do mundo. Na agricultura, a utilização deste produto é intensiva e multiquímica e pesquisas relacionadas à exposição a longo prazo aos agrotóxicos são escassas, tanto no conhecimento da extensão da carga química de exposição ocupacional, quanto aos danos à saúde. Objetivo: Determinar as características da exposição a longo prazo a agrotóxicos e suas implicações na saúde dos trabalhadores agrícolas de uma região de Campinas-SP. Método: Trata-se de um estudo descritivo transversal realizado em uma região do Distrito de Saúde Norte, do município de Campinas-SP. Foi realizado o arrolamento dos estabelecimentos e trabalhadores agrícolas. Utilizou-se um questionário semiestruturado abordando variáveis socioeconômicas, demográficas e sobre as condições de saúde, as condições de trabalho, o uso de agrotóxicos, episódios de intoxicação e a dosagem das colinesterases. Para o tempo de exposição aos agrotóxicos criou-se um Índice de Exposição, que quantificou e uniformizou o tempo em categorias (baixa, média, alta e muito alta exposição). Resultados: Participaram do estudo 36 estabelecimentos agrícolas e 205 trabalhadores. O número de trabalhadores que recusaram e/ou foi excluído do estudo perfizeram um total de 14,9%. A população estudada foi constituída predominantemente por adultos jovens do sexo masculino, assalariados (66,8%) e que desenvolvem atividades agrícolas com exposição a agrotóxicos há mais de 10 anos (63,9%). Dentre os trabalhadores, 11,7% relataram um episódio de intoxicação por agrotóxicos e 2% nos últimos 12 meses anteriores à pesquisa. Foram citados 144 nomes comerciais de agrotóxicos, aos quais os trabalhadores foram expostos, isso deu uma média de 4,1 tipos de agrotóxicos (IC 95% 3,9 - 4,6; dp= 3). Quanto às classes de uso, as mais relatadas foram os inseticidas, com 26,4%, seguidos dos fungicidas (20,7%), e herbicidas (20,1%). Apenas 29,2% dos trabalhadores relataram utilizar equipamentos de proteção individual. O tempo médio de exposição aos agrotóxicos foi de 13.611horas (IC 95% ± 3.672 horas), o valor mínimo foi de 44,3h, o valor até o primeiro quartil representou 846h, a mediana representou 4.200h, o terceiro quartil foi de 15.120h e, o valor máximo, de 203.520h de exposição. Nos últimos 12 meses anteriores, 75,6% dos trabalhadores apresentaram alguma sintomatologia relacionada ao uso de agrotóxicos. Irritação ocular (38,1%), dor de cabeça (37,4%) e lacrimejamento (25,2%) foram os sintomas mais referidos. Quanto à dosagem das colinesterases plasmáticas, 7,8% apresentaram redução da atividade. Conclusão: A ocorrência de intoxicações por agrotóxicos esteve dentro do esperado, quando comparado com outros estudos realizados no Brasil. O Índice de Exposição pode ser considerado um método para o estudo das exposições a logo prazo. Com a análise das informações levantadas, dos escassos dados epidemiológicos disponíveis, da avaliação de risco/vulnerabilidade e poder de decisão das populações expostas aos agrotóxicos, percebe-se que as repostas do setor saúde não acompanharam o ritmo, acelerado, de crescimento do setor agropecuárioAbstract: Introduction: In Brazil, the intensive use of pesticides began with the Second National Development Plan (1975-1979), which stimulated compulsorily purchase of such products by farmers through rural credit. Nowadays, the country is considered the largest consumer of pesticides in the world. In agriculture, the use of this product is intensive and multichemical and research related to long-term exposure to pesticides are scarce, both in knowledge of the extent of the chemical burden of occupational exposure, the damage to health. Objective: To determine the characteristics of long-term exposure to pesticides and their implications for the health of farm workers in a region of Campinas. Method: This is a cross-sectional study conducted in a region of the Northern Health District, the city of Campinas. We conducted the inventory of the establishments and agricultural workers. We used a semistructured questionnaire covering socioeconomic, demographic and health conditions, working conditions, the use of pesticides, intoxications and determination of the cholinesterase. For the duration of exposure to pesticides was created an exposure index, which quantified the time and standardized categories (low, medium, high and very high exposure). Results: There were 36 farms and 205 workers. The number of workers who refused and / or was excluded from the study amounted to a total of 14.9%. The study population consisted predominantly of young adult male employees (66.8%) and agricultural activities that develop with exposure to pesticides for over 10 years (63.9%). Among workers, 11.7% reported an episode of pesticide poisoning and 2% in the last 12 months preceding the survey. 144 were cited trade names of pesticides to which workers were exposed, this gave an average of 4.1 different types of pesticides (CI 3.9 to 4.6, SD = 3). The classes use the most pesticides were reported, with 26.4%, followed by fungicides (20.7%) and herbicides (20.1%). Only 29.2% of workers reported using personal protective equipment. The mean duration of exposure to pesticides was 13.611horas (CI ± 3672 hours), the minimum value was 44.3 h, the value represented by the first quartile 846h, the median represented 4.200h, the third quartile was 15.120he, the maximum value of 203.520h exposure. Over the past 12 months, 75.6% of workers had some symptoms related to pesticide use. Eye irritation (38.1%), headache (37.4%) and tearing (25.2%) were the most reported symptoms. As for the dosage of plasma cholinesterase, 7.8% had decreased activity. Conclusion: The occurrence of pesticide poisoning was as expected, when compared with other studies in Brazil. The index of exposure can be considered a method to study the term exposure to right. By analyzing the information gathered, the scarce available epidemiological data, risk assessment / vulnerability and empowerment of populations exposed to pesticides, it is clear that the responses of the health sector have not kept pace, accelerated growth of the agricultural sectorMestradoEpidemiologiaMestre em Saúde Pública[s.n.]Alonzo, Herling Gregorio Aguilar, 1961-Câmara, Volney de MagalhãesBarros, Marilisa Berti de AzevedoUniversidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Faculdade de Ciências MédicasPrograma de Pós-Graduação em Saúde ColetivaUNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINASCabral, Elizabeth Regina de Melo, 1984-2012info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdf170 p. : il.https://hdl.handle.net/20.500.12733/1617738CABRAL, Elizabeth Regina de Melo. Exposição aos agrotóxicos: implicações na saúde de trabalhadres agrícolas de uma região de Campinas-SP. 2012. 170 p. Dissertação (mestrado) - Universidade Estadual de Campinas, Faculdade de Ciências Médicas, Campinas, SP. Disponível em: https://hdl.handle.net/20.500.12733/1617738. 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