Prevalência e riscos de exposição a agrotóxicos : revisão sistemática
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2024 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10183/276466 |
Resumo: | A comercialização de agrotóxicos no Brasil cresceu 123% de 2009 para 2020 e estudos vêm reforçando a preocupação com essas substâncias no ambiente no que tange a saúde pública. Seu monitoramento é necessário porque são capazes de desequilibrar os ecossistemas, reduzir a população de espécies de plantas e animais e aumentar o risco de seleção de pragas resistentes. Além disso, o uso excessivo de agrotóxicos é responsável por promover intoxicações e doenças nos trabalhadores e na população em geral. Esse estudo busca conhecer a prevalência da exposição a agrotóxicos e o risco de desenvolvimento de doenças categorizadas pelo Código Internacional de Doenças (CID) no Brasil por meio de uma revisão de escopo da literatura. O protocolo de pesquisa foi registrado na plataforma Open Science Framework (OSF) por tratarse de revisão de escopo e encontra-se publicamente disponível em https://osf.io/qma9. As buscas iniciaram-se no dia 04/11/2021 nas bases de dados Pubmed, Scopus e Web of Science e foram concluídas em 27/11/2021. Dois revisores avaliaram cada registro quanto à elegibilidade e discutiram casos em desacordo com um terceiro revisor. Foram identificados 16.753 registros os quais reduziram-se a 10.621 após a remoção de duplicatas. Com as exclusões baseadas na análise dos títulos e resumos, restaram 261 textos completos para serem avaliados. Desses, 40 foram excluídos, restando 221 artigos como amostra final. Os artigos foram provenientes de 21 unidades federativas do Brasil, tendo o Rio Grande do Sul o maior número de publicações, correspondendo a 24,4% da amostra (n=54), seguido por Rio de Janeiro (15,8%; n=35), São Paulo (11,8%; n=26) e Paraná (7,2%; n=16). As instituições nas quais mais estudos foram desenvolvidos foram a Fundação Oswaldo Cruz, que obteve 11,8% da amostra (n=26), seguida pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (7,2%; n=16), Universidade Federal de Pelotas (5,0%; n=11), Universidade Federal do Rio Grande do Sul (4,5%; n=10) e Universidade Luterana do Brasil (4,1%; n=9). A categorização dos 221 artigos identificou 76 (34,4%) que avaliaram prevalência. Quanto a medidas de efeito, 35 (15,8%) utilizaram a razão de chances e 5 (2,3%) o risco relativo. A descrição das doenças de acordo com o CID ocorreu em 16 (7,2%) artigos. Desses, 7 (3,2%) tratavam de neoplasia, 3 (1,4%) de doenças do sistema neurológico, 2 (0,9%) de malformações, 1 (0,5%) de doença do aparelho auditivo, 1 (0,5%) de efeitos tóxicos de substâncias, 1 (0,5%) de exposição a diversas substâncias e 1 (0,5%) de anomalias do sistema nervoso central. Os agrotóxicos mais citados foram os organoclorados e os organofosforados. Espera-se que os resultados preliminares descritos possam orientar novas pesquisas e atentar para que as doenças relacionadas à exposição aos agrotóxicos possam ser mais bem identificadas e notificadas. |
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Piana, Marjana DentiRosa, Roger dos Santos2024-07-19T06:20:46Z2024http://hdl.handle.net/10183/276466001206434A comercialização de agrotóxicos no Brasil cresceu 123% de 2009 para 2020 e estudos vêm reforçando a preocupação com essas substâncias no ambiente no que tange a saúde pública. Seu monitoramento é necessário porque são capazes de desequilibrar os ecossistemas, reduzir a população de espécies de plantas e animais e aumentar o risco de seleção de pragas resistentes. Além disso, o uso excessivo de agrotóxicos é responsável por promover intoxicações e doenças nos trabalhadores e na população em geral. Esse estudo busca conhecer a prevalência da exposição a agrotóxicos e o risco de desenvolvimento de doenças categorizadas pelo Código Internacional de Doenças (CID) no Brasil por meio de uma revisão de escopo da literatura. O protocolo de pesquisa foi registrado na plataforma Open Science Framework (OSF) por tratarse de revisão de escopo e encontra-se publicamente disponível em https://osf.io/qma9. As buscas iniciaram-se no dia 04/11/2021 nas bases de dados Pubmed, Scopus e Web of Science e foram concluídas em 27/11/2021. Dois revisores avaliaram cada registro quanto à elegibilidade e discutiram casos em desacordo com um terceiro revisor. Foram identificados 16.753 registros os quais reduziram-se a 10.621 após a remoção de duplicatas. Com as exclusões baseadas na análise dos títulos e resumos, restaram 261 textos completos para serem avaliados. Desses, 40 foram excluídos, restando 221 artigos como amostra final. Os artigos foram provenientes de 21 unidades federativas do Brasil, tendo o Rio Grande do Sul o maior número de publicações, correspondendo a 24,4% da amostra (n=54), seguido por Rio de Janeiro (15,8%; n=35), São Paulo (11,8%; n=26) e Paraná (7,2%; n=16). As instituições nas quais mais estudos foram desenvolvidos foram a Fundação Oswaldo Cruz, que obteve 11,8% da amostra (n=26), seguida pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (7,2%; n=16), Universidade Federal de Pelotas (5,0%; n=11), Universidade Federal do Rio Grande do Sul (4,5%; n=10) e Universidade Luterana do Brasil (4,1%; n=9). A categorização dos 221 artigos identificou 76 (34,4%) que avaliaram prevalência. Quanto a medidas de efeito, 35 (15,8%) utilizaram a razão de chances e 5 (2,3%) o risco relativo. A descrição das doenças de acordo com o CID ocorreu em 16 (7,2%) artigos. Desses, 7 (3,2%) tratavam de neoplasia, 3 (1,4%) de doenças do sistema neurológico, 2 (0,9%) de malformações, 1 (0,5%) de doença do aparelho auditivo, 1 (0,5%) de efeitos tóxicos de substâncias, 1 (0,5%) de exposição a diversas substâncias e 1 (0,5%) de anomalias do sistema nervoso central. Os agrotóxicos mais citados foram os organoclorados e os organofosforados. Espera-se que os resultados preliminares descritos possam orientar novas pesquisas e atentar para que as doenças relacionadas à exposição aos agrotóxicos possam ser mais bem identificadas e notificadas.The commercialization of pesticides in Brazil grew 123% from 2009 to 2020 and studies have shown that the presence of these substances in the environment is a public health concern. Their monitoring is necessary because they are able to unbalance ecosystems, reduce the population of plant and animal species and increase the risk of selecting resistant pests. In addition, the excessive use of pesticides is responsible for promoting poisoning and diseases in workers and the general population. This study seeks to know the prevalence of exposure to pesticides and the risk of developing diseases categorized by the International Code of Diseases (ICD) in Brazil through a scope review. The research protocol was registered in the Open Science Framework (OSF) platform as it is a scope review and is publicly available at https://osf.io/qma9. The searches started on 11/04/2021 in the Pubmed, Scopus and Web of Science databases and were completed on 11/27/2021. Two reviewers assessed each record for eligibility and discussed cases of disagreement with a third reviewer. 16,753 records were identified, which reduced to 10,621 after removing duplicates. With exclusions based on the analysis of titles and abstracts, 261 full texts remained to be evaluated. Of these, 40 were excluded, leaving 221 articles as the final sample. The articles came from 21 federative units in Brazil, with Rio Grande do Sul having the largest number of publications, corresponding to 24.4% of the sample (n=54), followed by Rio de Janeiro (15.8%; n= 35), São Paulo (11.8%; n=26) and Paraná (7.2%; n=16). The institutions in which more studies were carried out were Fundação Oswaldo Cruz, which obtained 11.8% of the sample (n=26), followed by the Federal University of Rio de Janeiro (7.2%; n=16), the Federal University of Pelotas (5.0%; n=11), Federal University of Rio Grande do Sul (4.5%; n=10) and Lutheran University of Brazil (4.1%; n=9). The categorization of the 221 articles identified 76 (34.4%) that evaluated prevalence. As for effect measures, 35 (15.8%) used the odds ratio and 5 (2.3%) used relative risk. The description of diseases according to the ICD was presented in 16 (7.2%) articles. Of these, 7 (3.2%) dealt with neoplasia, 3 (1.4%) with diseases of the neurological system, 2 (0.9%) with malformations, 1 (0.5%) with auditory system disease, 1 (0.5%) from toxic effects of substances, 1 (0.5%) from exposure to various substances and 1 (0.5%) from central nervous system abnormalities. The most cited pesticides were organochlorines and organophosphates. It is hoped that the preliminary results described can guide new research and ensure that diseases related to exposure to pesticides can be better identified and reported.application/pdfporRevisão sistemáticaPrevalênciaRiscoAgroquímicosExposição a praguicidasIntoxicaçãoPesticidesPrevalenceRiskPesticide exposurePoisoningPrevalência e riscos de exposição a agrotóxicos : revisão sistemáticainfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisUniversidade Federal do Rio Grande do SulFaculdade de MedicinaPrograma de Pós-Graduação em EpidemiologiaPorto Alegre, BR-RS2024doutoradoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSTEXT001206434.pdf.txt001206434.pdf.txtExtracted Texttext/plain20801http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/276466/2/001206434.pdf.txte84a7cc61f656eed9494fee920df4defMD52ORIGINAL001206434.pdfTexto parcialapplication/pdf244742http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/276466/1/001206434.pdf22cd4e5fbd177310f6706bda7ef9a366MD5110183/2764662024-07-20 06:23:09.682099oai:www.lume.ufrgs.br:10183/276466Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttps://lume.ufrgs.br/handle/10183/2PUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestlume@ufrgs.br||lume@ufrgs.bropendoar:18532024-07-20T09:23:09Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false |
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