Presença africana na arquitetura e na educação brasileira: uma perspectiva decolonial sob a égide da Etnomatemática
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2021 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UNESP |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/11449/204702 |
Resumo: | Este estudo busca ampliar as relações e os diálogos já estabelecidos entre culturas e ensino de matemática. Considerando que a universalização do conhecimento no Ocidente moderno subalternizou o saber-fazer de distintos povos e culturas, este estudo tem por objetivo, numa perspectiva decolonial, dar visibilidade aos saberes de africanidades impressos na arquitetura brasileira colonial no século XIX, assim como nas construções arquitetônicas africanas. Para apreciar o saber-fazer das “mãos pretas” apagadas pelo colonialismo, serão perseguidos os rastros, os vestígios e as pistas, adotando como recurso o método indiciário, que se apropria dos atributos qualitativos e se atém às minúcias, aos pormenores de um objeto, de um fato, de um documento individual ou de uma situação investigada. O trabalho segue amparado teoricamente tanto nos estudos etnomatemáticos, que privilegiam o raciocínio qualitativo, a criatividade e o desenvolvimento do potencial humano, a partir de processos de conscientização que reafirmam valores, história, arte, identidade e raízes ancestrais e permitem considerar outros saberes e fazeres, quanto na decolonialidade, um movimento teórico, ético e político que encontra suas raízes nos projetos subversivos que resistem, questionam e buscam mudar padrões coloniais do ser, do saber e do poder e anseia pela reconstrução do pensamento hegemônico, dos distintos modos de viver, pela luta contra a não existência ou a existência dominada e desumanizada. Como resultado, constatou-se, ao serem promovidas a representatividade negra, a integração da cultura afro-brasileira no ensino e a inserção de saberes, distintos da modernidade ocidental europeia, houve significativas mudanças na aprendizagem matemática e na autoestima dos educandos da Educação Básica. Muito em consonância com o indicado pelas Leis 10.639/03 e 11.645/08, que determinam a obrigatoriedade do estudo da história e da cultura africana e afro-brasileira no Ensino Fundamental e Médio. Espera-se que este estudo abra muitas outras portas para experiências que incrementem a visibilização da cultura afro-brasileira nas escolas. |
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Presença africana na arquitetura e na educação brasileira: uma perspectiva decolonial sob a égide da EtnomatemáticaAfrican presence in Brazilian architecture and education: a decolonial perspective under the aegis of EthnomathematicsEtnomatemáticaEducação MatemáticaDecolonialidadeCultura africanaEthnomathematicsMathematical educationDecolonialityAfrican cultureEste estudo busca ampliar as relações e os diálogos já estabelecidos entre culturas e ensino de matemática. Considerando que a universalização do conhecimento no Ocidente moderno subalternizou o saber-fazer de distintos povos e culturas, este estudo tem por objetivo, numa perspectiva decolonial, dar visibilidade aos saberes de africanidades impressos na arquitetura brasileira colonial no século XIX, assim como nas construções arquitetônicas africanas. Para apreciar o saber-fazer das “mãos pretas” apagadas pelo colonialismo, serão perseguidos os rastros, os vestígios e as pistas, adotando como recurso o método indiciário, que se apropria dos atributos qualitativos e se atém às minúcias, aos pormenores de um objeto, de um fato, de um documento individual ou de uma situação investigada. O trabalho segue amparado teoricamente tanto nos estudos etnomatemáticos, que privilegiam o raciocínio qualitativo, a criatividade e o desenvolvimento do potencial humano, a partir de processos de conscientização que reafirmam valores, história, arte, identidade e raízes ancestrais e permitem considerar outros saberes e fazeres, quanto na decolonialidade, um movimento teórico, ético e político que encontra suas raízes nos projetos subversivos que resistem, questionam e buscam mudar padrões coloniais do ser, do saber e do poder e anseia pela reconstrução do pensamento hegemônico, dos distintos modos de viver, pela luta contra a não existência ou a existência dominada e desumanizada. Como resultado, constatou-se, ao serem promovidas a representatividade negra, a integração da cultura afro-brasileira no ensino e a inserção de saberes, distintos da modernidade ocidental europeia, houve significativas mudanças na aprendizagem matemática e na autoestima dos educandos da Educação Básica. Muito em consonância com o indicado pelas Leis 10.639/03 e 11.645/08, que determinam a obrigatoriedade do estudo da história e da cultura africana e afro-brasileira no Ensino Fundamental e Médio. Espera-se que este estudo abra muitas outras portas para experiências que incrementem a visibilização da cultura afro-brasileira nas escolas.This study seeks to expand the relationships and dialogues already established between cultures and mathematics teaching. Considering that the universalization of knowledge in the modern West has subalternated the know-how of different peoples and cultures, this study aims, in a decolonial perspective, to give visibility to the knowledge of Africanities printed in Brazilian colonial architecture in the 19th century, as well as in architectural constructions African. In order to appreciate the know-how of the “black hands” erased by colonialism, traces, traces and clues will be pursued, using the indicative method as a resource, which appropriates qualitative attributes and adheres to the minutiae, details of an object, a fact, an individual document or an investigated situation. The work continues to be supported theoretically both in ethnomathematical studies, which privilege qualitative reasoning, creativity and the development of human potential, based on awareness processes that reaffirm ancestral values, history, art, identity and roots and allow considering other knowledge and practices , as in decoloniality, a theoretical, ethical and political movement that finds its roots in subversive projects that resist, question and seek to change colonial patterns of being, knowledge and power and yearn for the reconstruction of hegemonic thought, of the different ways of living, for the fight against non-existence or dominated and dehumanized existence. As a result, it was found, when promoting black representation, the integration of Afro-Brazilian culture in teaching and the insertion of knowledge, distinct from Western European modernity, there were significant changes in mathematical learning and in the self-esteem of Basic Education students. Very in line with what is indicated by Laws 10.639/03 and 11.645/08, which determine the mandatory study of African and Afro-Brazilian history and culture in Elementary and High School. It is hoped that this study will open many other doors for experiences that increase the visibility of Afro-Brazilian culture in schools.Universidade Estadual Paulista (Unesp)D'Ambrosio, Ubiratan [UNESP]Universidade Estadual Paulista (Unesp)Souza, Valdirene Rosa de2021-05-19T17:48:01Z2021-05-19T17:48:01Z2021-04-15info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/11449/20470233004137031P7porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UNESPinstname:Universidade Estadual Paulista (UNESP)instacron:UNESP2023-10-15T06:08:18Zoai:repositorio.unesp.br:11449/204702Repositório InstitucionalPUBhttp://repositorio.unesp.br/oai/requestopendoar:29462024-08-05T15:01:44.334274Repositório Institucional da UNESP - Universidade Estadual Paulista (UNESP)false |
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