Representação de violências em O invasor, livro e filme

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Silva, Murilo Augusto Giova da
Data de Publicação: 2021
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UNESP
Texto Completo: http://hdl.handle.net/11449/202844
Resumo: Estudam-se nesse trabalho as formas de representação de violências nas obras homônimas O invasor, o romance escrito por Marçal Aquino (2002) e o filme dirigido por Beto Brant (2001), observando quais os tipos de violência estão presentes nas narrativas e por quais mecanismos das linguagens literária e cinematográfica elas são representadas. Considerando que as obras estudadas são concebidas em um processo que foge ao usual das adaptações entre romances e filmes, a análise dos textos busca compreender quais efeitos do processo de adaptação podem ser recuperados no conteúdo e na recepção dos textos. Uma análise do romance de Aquino é realizada com foco nas formas de representação de violência. Para entender o conceito de violência, utiliza-se como referência textos de Odalia (2012), Marcondes Filho (2001), Slavoj Žižek (2014), entre outros. A análise propicia observar como a violência física é ocultada no romance por meio da escolha do ponto de vista narrativo, que não proporciona o contato direto com as agressões e permite que violências de face mais sutil, como a social, emerjam em meio a narração. Pela análise do filme pode-se observar um procedimento de ampliação dos pontos de vista pelos quais a história é mostrada, sem que, no entanto, a violência física seja posta em evidência, mantendo a escolha por ocultar os momentos de violência física. O processo de adaptação das obras também é analisado, iniciando com uma breve introdução aos estudos de adaptações entre romances e filmes, caso em que certas vezes pode-se notar a tendência de colocar a obra literária acima da cinematográfica. As discussões têm como referência autores como Bazin (2018), Stam (2006; 2013), Hutcheon (2013), entre outros. O invasor não permite situar de forma concreta o romance ou o filme no ponto de partida do processo de adaptação, pois um romance “inacabado” é adaptado em um roteiro/filme antes de tornar-se um romance “finalizado”, criando uma relação horizontal entre os textos, que são ao mesmo tempo adaptação e texto adaptado. Os paratextos presentes nas duas edições do romance fortalecem essa interpretação, pois a primeira edição do texto exibe um projeto gráfico que valoriza o elo entre romance, roteiro e filme. Apresenta-se, por fim, uma nova adaptação de O invasor, o filme francês Persona non grata, do diretor Roschdy Zem. A obra expande o universo de textos que compõem O invasor, alterando o modo como as obras lançadas no início dos anos 2000 podem agora ser lidas e recebidas.
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Para entender o conceito de violência, utiliza-se como referência textos de Odalia (2012), Marcondes Filho (2001), Slavoj Žižek (2014), entre outros. A análise propicia observar como a violência física é ocultada no romance por meio da escolha do ponto de vista narrativo, que não proporciona o contato direto com as agressões e permite que violências de face mais sutil, como a social, emerjam em meio a narração. Pela análise do filme pode-se observar um procedimento de ampliação dos pontos de vista pelos quais a história é mostrada, sem que, no entanto, a violência física seja posta em evidência, mantendo a escolha por ocultar os momentos de violência física. O processo de adaptação das obras também é analisado, iniciando com uma breve introdução aos estudos de adaptações entre romances e filmes, caso em que certas vezes pode-se notar a tendência de colocar a obra literária acima da cinematográfica. As discussões têm como referência autores como Bazin (2018), Stam (2006; 2013), Hutcheon (2013), entre outros. O invasor não permite situar de forma concreta o romance ou o filme no ponto de partida do processo de adaptação, pois um romance “inacabado” é adaptado em um roteiro/filme antes de tornar-se um romance “finalizado”, criando uma relação horizontal entre os textos, que são ao mesmo tempo adaptação e texto adaptado. Os paratextos presentes nas duas edições do romance fortalecem essa interpretação, pois a primeira edição do texto exibe um projeto gráfico que valoriza o elo entre romance, roteiro e filme. Apresenta-se, por fim, uma nova adaptação de O invasor, o filme francês Persona non grata, do diretor Roschdy Zem. A obra expande o universo de textos que compõem O invasor, alterando o modo como as obras lançadas no início dos anos 2000 podem agora ser lidas e recebidas.The representations of violence in the homonymous works O invasor — the novel written by Marçal Aquino (2002) and the film directed by Beto Brant (2001) — are studied in this work. It is observed which types of violence are present in both narratives, by which mechanisms of literary and cinematographic languages they are represented, and what are the meanings constructed through these different forms of representation. Considering that the homonymous works were conceived in an unusual adaptation process between novels and films, the analyses were conducted to consider the way the works were adapted, in order to understand which effects of the adaptation process can be recovered in the content of the works and the way the texts were received. An analysis of the literary text is carried out, focusing on the forms of violence representation. To understand the concept of violence in a way that it is not reduced to physical violence, texts by Odalia (2012), Marcondes Filho (2001), Slavoj Žižek (2014), among others, were used as reference. The analysis of the literary text is possible to observe how physical violence is hidden in the novel due to the choice of the narrative point of view, which does not permit direct contact with the aggressions, allowing more subtle faces of violence, such as social violence, appear in the narration. Through the analysis of the film, it is possible to observe a procedure for expanding the points of view by which the story is shown, without, however, physical violence being highlighted, maintaining the choice to hide the moments of physical violence. The adaptation process of the texts is analyzed, starting with a brief introduction to adaptation studies, especially between novels and films, in which one can perceive a tendency to consider literary works as superior to films. Discussions about adaptations are carried out using as reference authors such as Bazin (2018), Stam (2006; 2013), and Hutcheon (2013), among others. O invasor does not allow to situate the novel or the film at the starting point of the process, since an “unfinished” novel is adapted into a script/film before becoming a “finalized” novel, creating a horizontal relationship between the texts, which are both adaptation and adapted text. The paratexts placed in the two editions of the novel strengthen this interpretation because the first edition features a graphic project that values the link between romance, script, and film. Lastly, a new adaptation of the texts is presented. Released in 2019, the new text is the film Persona non grata, by director Roschdy Zem. The new work expands the universe of O invasor, changing the way that the texts released in the early 2000s can be received and read.Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES)CAPES 001Universidade Estadual Paulista (Unesp)Nigro, Cláudia Maria Ceneviva [UNESP]Universidade Estadual Paulista (Unesp)Silva, Murilo Augusto Giova da2021-03-04T17:45:08Z2021-03-04T17:45:08Z2021-02-01info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/11449/20284433004153015P259808414951632050000-0002-8297-0419porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UNESPinstname:Universidade Estadual Paulista (UNESP)instacron:UNESP2024-01-16T06:27:45Zoai:repositorio.unesp.br:11449/202844Repositório InstitucionalPUBhttp://repositorio.unesp.br/oai/requestopendoar:29462024-08-05T23:08:05.020668Repositório Institucional da UNESP - Universidade Estadual Paulista (UNESP)false
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