Sobre processos de subjetivação: um estudo instável das possíveis práticas de rexistência na educação

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Moreno Filho, José William Moreira [UNESP]
Data de Publicação: 2016
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UNESP
Texto Completo: http://hdl.handle.net/11449/147111
Resumo: Visa a analisar e diagnosticar os processos de subjetivação que ocorrem no território escolar em vista de traçar estratégias de luta e de resistência aos moldes de produção de subjetividades capitalísticas. O professor em sala de aula, perante este embate, seria imprescindível para acionar modos de vida outros que resistiriam a maneiras de pensar, ser e agir modelizados. O desafio desta pesquisa, além de evidenciar e problematizar o papel da escola hoje, é de suscitar, com amparo em um paradigma ético-estético-político, possíveis modos de rexistências, ante um território, na maioria das vezes, despotencializador de vidas. Para isso, contudo, em primeiro lugar, se faz necessário um diagnóstico geral do contemporâneo com suporte na análise crítica de produção de subjetividades governadas por dispositivos e técnicas de poder-saber capitalísticos desenvolvidos especificamente nas sociedades de controle atuais. Para esse propósito, será lançado mão de conceitos de Gilles Deleuze, Michel Foucault e Felix Guattari, como o de dispositivo disciplinar, o de biopolítica e a noção de controle, como mote para se compreender a relação de sujeição social e de servidão maquínica que produzem subjetividades capitalísticas padronizadas em prol de um só modo de vida. Isto é, o capitalismo contemporâneo objetiva mais do que produzir mercadorias, ensejar subjetividades úteis e dóceis para a manutenção de seu sistema. Tal análise torna-se imprescindível para, em seguida, ser concedida visibilidade a possíveis modos de resistência capazes de combater ou de traçar linhas de fuga que escapem ao controle. Neste momento, precisar-se-ão os possíveis sentidos da noção de rexistência por meio de outros conceitos, como o de corpo sem órgãos, acontecimento, cuidado de si e parresia, que se agenciam produzindo um si/comum ou a formação de um si coletivo insistente na potencialização da vida. É neste sentido, portanto, que se evidenciará a tarefa do professor, mais especificamente, do docente de Filosofia, ante um diagnóstico sombrio do contemporâneo e, por consequência, do território escolar, que reforçam os microfascismos cotidianos. A Educação Filosófica, neste contexto, pode incitar processos de subjetivações outros, modos de vidas diferenciados, ao propor experimentações, criações e revoluções. Esse é um fenômeno que transgride a communis opinio do ensino de Filosofia, ao incorporar em sua prática uma fala verdadeira que abre de dentro do ambiente público – a sala de aula - a diferenciação ética, a saber, uma relação franca de si consigo e com os outros, em vista de produção de subjetivações rexistentes ao controle.
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Para isso, contudo, em primeiro lugar, se faz necessário um diagnóstico geral do contemporâneo com suporte na análise crítica de produção de subjetividades governadas por dispositivos e técnicas de poder-saber capitalísticos desenvolvidos especificamente nas sociedades de controle atuais. Para esse propósito, será lançado mão de conceitos de Gilles Deleuze, Michel Foucault e Felix Guattari, como o de dispositivo disciplinar, o de biopolítica e a noção de controle, como mote para se compreender a relação de sujeição social e de servidão maquínica que produzem subjetividades capitalísticas padronizadas em prol de um só modo de vida. Isto é, o capitalismo contemporâneo objetiva mais do que produzir mercadorias, ensejar subjetividades úteis e dóceis para a manutenção de seu sistema. Tal análise torna-se imprescindível para, em seguida, ser concedida visibilidade a possíveis modos de resistência capazes de combater ou de traçar linhas de fuga que escapem ao controle. Neste momento, precisar-se-ão os possíveis sentidos da noção de rexistência por meio de outros conceitos, como o de corpo sem órgãos, acontecimento, cuidado de si e parresia, que se agenciam produzindo um si/comum ou a formação de um si coletivo insistente na potencialização da vida. É neste sentido, portanto, que se evidenciará a tarefa do professor, mais especificamente, do docente de Filosofia, ante um diagnóstico sombrio do contemporâneo e, por consequência, do território escolar, que reforçam os microfascismos cotidianos. A Educação Filosófica, neste contexto, pode incitar processos de subjetivações outros, modos de vidas diferenciados, ao propor experimentações, criações e revoluções. Esse é um fenômeno que transgride a communis opinio do ensino de Filosofia, ao incorporar em sua prática uma fala verdadeira que abre de dentro do ambiente público – a sala de aula - a diferenciação ética, a saber, uma relação franca de si consigo e com os outros, em vista de produção de subjetivações rexistentes ao controle.This thesis aims to analyze and diagnose processes of subjectivation that occur in school territory in order to draw strategies of struggle and resistance to systems of production of capitalist subjectivities. The teacher, in the classroom, in the face of that clash, would be indispensable to trigger other ways of life that would resist to modeled ways of thinking, being and acting. The challenge of this research, besides evidencing and problematizing the role of the school today is to raise, from an ethical-aesthetic-political paradigm, possible ways of rexistence before a territory, in most cases, depowering of lives. However, for that, in first place, a general diagnosis of contemporary is necessary from critical analysis of production of subjectivities governed by capitalist power-knowledge devices and techniques developed specifically in current control societies. For that purpose, we will use concepts by Gilles Deleuze, Michel Foucault and Felix Guattari as disciplinary device, biopolitics and notion of control as theoretical driving forces for understanding the relationship of social subjection and machine-like servitude produced by standardized capitalist subjectivities for a single way of life. That is, contemporary capitalism aims more than producing commodities; it aims at producing useful and docile subjectivities for maintenance of its own system. Such analysis becomes essential in order to give subsequently visibility to possible resistance ways, capable of combating or tracing escape lines that are beyond control. At this point, we will clarify possible meanings of the notion of rexistence by other concepts, such as the body without organs, event, self care and parresia, which are used producing a self/common or formation of an insistent collective self in life maximization. It is in that sense, therefore, that we will highlight the teacher's task, more specifically of philosophy teacher, who faces a grim diagnosis of contemporary and, as a consequence, school grounds that reinforce the daily micro fascisms. The philosophical education in this context may encourage other subjectivities processes, different life styles by proposing experiments, creations and revolutions. That is a process that violates common sense philosophy teaching when it incorporates into practice a real speech that opens from inside public environment - the classroom - ethical differentiation, namely, a frank relationship with oneself and others in order to produce rexistent subjectivities to control.Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES)Universidade Estadual Paulista (Unesp)Pagni, Pedro Âgelo [UNESP]Universidade Estadual Paulista (Unesp)Moreno Filho, José William Moreira [UNESP]2017-01-10T18:37:46Z2017-01-10T18:37:46Z2016-12-13info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/11449/14711100087814733004110040P541073473968693620000-0001-7505-4896porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UNESPinstname:Universidade Estadual Paulista (UNESP)instacron:UNESP2024-08-13T15:37:52Zoai:repositorio.unesp.br:11449/147111Repositório InstitucionalPUBhttp://repositorio.unesp.br/oai/requestopendoar:29462024-08-13T15:37:52Repositório Institucional da UNESP - Universidade Estadual Paulista (UNESP)false
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