A ordem pronominal do português brasileiro atual : uma análise via teoria da otimidade

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Cardozo, Rubia Wildner
Data de Publicação: 2014
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10183/150303
Resumo: Esta dissertação apresenta um estudo acerca da ordem pronominal do português brasileiro (PB) atual. O objetivo da pesquisa é investigar as razões para a mudança de ênclise para próclise, atestada em meados do século XIX, e o uso do pronome tônico em função de objeto direto, observado no PB atual, que, pela nossa hipótese, é a estratégia empregada na tentativa de se recuperar a ordem SVO, perdida quando, em meados do século XIX, a próclise se tornou categórica. Fizemos um levantamento bibliográfico a respeito da ordem pronominal em momentos anteriores da língua a fim de entender o momento atual pelo qual o PB está passando. A reunião de todos esses trabalhos nos possibilitou explicar, via Teoria da Otimidade (OT), (i) as causas que levaram o português antigo (PA) a admitir, primeiramente, a ênclise; (ii) a mudança da ênclise para a próclise em uma fase posterior ao PA; e (iii) a coexistência de próclise e pronome tônico, no caso dos pronomes eu, tu, nós, me, te, nos, e a prevalência do pronome tônico, nos casos de você(s), ele(a/s) e a gente no PB atual. A OT nos forneceu embasamento para investigar as restrições que atuaram no PA e que estão atuando no PB atual, a hierarquia das restrições e a mudança nessa hierarquia, que foi essencial na explicação das alterações no quadro pronominal que nos propusemos a estudar. Averiguamos que as restrições presentes na gramática do PA – e em fase posterior, quando ocorre a mudança da ordem pronominal – não dão conta de explicar o que vem acontecendo com o PB na atualidade. Por isso, acreditamos, uma nova restrição – *PRONOPOD – desempenha hoje papel fundamental na colocação pronominal do PB. Empregando essa nova restrição às análises, chegamos à hierarquia de restrições do PB atual e constatamos que, no que tange aos pronomes de fato, quando o foco recai sobre o objeto, há uma oscilação de duas gramáticas ainda flutuantes. Também concluímos que a implementação do pronome pleno como objeto tenha se dado, primeiramente, com o pronome ele e, posteriormente, se espalhado pelo quadro pronominal.
id URGS_2119fb3eb66e9a1263c5f04d27ab43c0
oai_identifier_str oai:www.lume.ufrgs.br:10183/150303
network_acronym_str URGS
network_name_str Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS
repository_id_str 1853
spelling Cardozo, Rubia WildnerOthero, Gabriel de Ávila2016-12-24T02:17:57Z2014http://hdl.handle.net/10183/150303001008519Esta dissertação apresenta um estudo acerca da ordem pronominal do português brasileiro (PB) atual. O objetivo da pesquisa é investigar as razões para a mudança de ênclise para próclise, atestada em meados do século XIX, e o uso do pronome tônico em função de objeto direto, observado no PB atual, que, pela nossa hipótese, é a estratégia empregada na tentativa de se recuperar a ordem SVO, perdida quando, em meados do século XIX, a próclise se tornou categórica. Fizemos um levantamento bibliográfico a respeito da ordem pronominal em momentos anteriores da língua a fim de entender o momento atual pelo qual o PB está passando. A reunião de todos esses trabalhos nos possibilitou explicar, via Teoria da Otimidade (OT), (i) as causas que levaram o português antigo (PA) a admitir, primeiramente, a ênclise; (ii) a mudança da ênclise para a próclise em uma fase posterior ao PA; e (iii) a coexistência de próclise e pronome tônico, no caso dos pronomes eu, tu, nós, me, te, nos, e a prevalência do pronome tônico, nos casos de você(s), ele(a/s) e a gente no PB atual. A OT nos forneceu embasamento para investigar as restrições que atuaram no PA e que estão atuando no PB atual, a hierarquia das restrições e a mudança nessa hierarquia, que foi essencial na explicação das alterações no quadro pronominal que nos propusemos a estudar. Averiguamos que as restrições presentes na gramática do PA – e em fase posterior, quando ocorre a mudança da ordem pronominal – não dão conta de explicar o que vem acontecendo com o PB na atualidade. Por isso, acreditamos, uma nova restrição – *PRONOPOD – desempenha hoje papel fundamental na colocação pronominal do PB. Empregando essa nova restrição às análises, chegamos à hierarquia de restrições do PB atual e constatamos que, no que tange aos pronomes de fato, quando o foco recai sobre o objeto, há uma oscilação de duas gramáticas ainda flutuantes. Também concluímos que a implementação do pronome pleno como objeto tenha se dado, primeiramente, com o pronome ele e, posteriormente, se espalhado pelo quadro pronominal.This dissertation presents a study on pronoun placement of actual Brazilian Portuguese (BP). Its aim is investigate the reasons for the changing from enclisis to proclisis, occurred in mid-nineteenth century, and the use of the lexical pronoun in object position, observed in the actual BP, which, by our analysis, is the strategy used in the attempt to recover the SVO order, lost when proclisis became categorical. We did a bibliographic survey about the pronoun placement in previous moments of language in order to understand the current moment the BP is passing by. The joining of all these studies allowed us to explain, via Optimality Theory (OT), (i) the causes that led the former Portuguese (FP) to admit firstly enclisis, (ii) the change from enclisis to proclisis in FP at a later stage, and (iii) the coexistence of proclisis and lexical pronoun, in the case of the pronouns eu, tu, nós, me, te, nos, and the prevalence of lexical pronoun, in the cases of você(s), ele(a/s) and a gente in the current BP. OT provided the basis for investigating the constraints that acted in FP and that are acting in the PB, the hierarchy of restrictions and the changing in this hierarchy, which was essential in explaining the changes in the pronominal framework that we proposed to study here. We noticed that the restrictions present in the FP – and at a later stage, when the change of pronoun order occurs – did not explain what is happening to the PB today. Therefore, we believe, a new constraint – *PRONOPOD – plays today a key role in pronoun placement in BP. Using this new restriction in the analysis, we come to the hierarchy of constraints of the current BP and we found that, with respect to real pronouns, when the focus is on the object, there is an oscillation between two floating grammars. We also concluded that the implementation of the lexical pronoun as the object has been given, first, with the pronoun ele, and later spread to the other pronouns.application/pdfporLíngua portuguesa (Brasil)GramáticaPronomesColocação pronominalClíticos pronominaisTeoria da otimidadeGrammarBrazilian portugueseOptimality theoryCliticsPronoun placementA ordem pronominal do português brasileiro atual : uma análise via teoria da otimidadeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisUniversidade Federal do Rio Grande do SulInstituto de LetrasPrograma de Pós-Graduação em LetrasPorto Alegre, BR-RS2014mestradoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSORIGINAL001008519.pdf001008519.pdfTexto completoapplication/pdf1094822http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/150303/1/001008519.pdf1924186e4b64c99995c26f1329313cacMD51TEXT001008519.pdf.txt001008519.pdf.txtExtracted Texttext/plain284316http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/150303/2/001008519.pdf.txtd0edecb88983b196d50982123480c92bMD52THUMBNAIL001008519.pdf.jpg001008519.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg1170http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/150303/3/001008519.pdf.jpg8ff3bea796d7e10f0adffd58e256bb34MD5310183/1503032018-10-30 07:56:07.749oai:www.lume.ufrgs.br:10183/150303Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttps://lume.ufrgs.br/handle/10183/2PUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestlume@ufrgs.br||lume@ufrgs.bropendoar:18532018-10-30T10:56:07Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false
dc.title.pt_BR.fl_str_mv A ordem pronominal do português brasileiro atual : uma análise via teoria da otimidade
title A ordem pronominal do português brasileiro atual : uma análise via teoria da otimidade
spellingShingle A ordem pronominal do português brasileiro atual : uma análise via teoria da otimidade
Cardozo, Rubia Wildner
Língua portuguesa (Brasil)
Gramática
Pronomes
Colocação pronominal
Clíticos pronominais
Teoria da otimidade
Grammar
Brazilian portuguese
Optimality theory
Clitics
Pronoun placement
title_short A ordem pronominal do português brasileiro atual : uma análise via teoria da otimidade
title_full A ordem pronominal do português brasileiro atual : uma análise via teoria da otimidade
title_fullStr A ordem pronominal do português brasileiro atual : uma análise via teoria da otimidade
title_full_unstemmed A ordem pronominal do português brasileiro atual : uma análise via teoria da otimidade
title_sort A ordem pronominal do português brasileiro atual : uma análise via teoria da otimidade
author Cardozo, Rubia Wildner
author_facet Cardozo, Rubia Wildner
author_role author
dc.contributor.author.fl_str_mv Cardozo, Rubia Wildner
dc.contributor.advisor1.fl_str_mv Othero, Gabriel de Ávila
contributor_str_mv Othero, Gabriel de Ávila
dc.subject.por.fl_str_mv Língua portuguesa (Brasil)
Gramática
Pronomes
Colocação pronominal
Clíticos pronominais
Teoria da otimidade
topic Língua portuguesa (Brasil)
Gramática
Pronomes
Colocação pronominal
Clíticos pronominais
Teoria da otimidade
Grammar
Brazilian portuguese
Optimality theory
Clitics
Pronoun placement
dc.subject.eng.fl_str_mv Grammar
Brazilian portuguese
Optimality theory
Clitics
Pronoun placement
description Esta dissertação apresenta um estudo acerca da ordem pronominal do português brasileiro (PB) atual. O objetivo da pesquisa é investigar as razões para a mudança de ênclise para próclise, atestada em meados do século XIX, e o uso do pronome tônico em função de objeto direto, observado no PB atual, que, pela nossa hipótese, é a estratégia empregada na tentativa de se recuperar a ordem SVO, perdida quando, em meados do século XIX, a próclise se tornou categórica. Fizemos um levantamento bibliográfico a respeito da ordem pronominal em momentos anteriores da língua a fim de entender o momento atual pelo qual o PB está passando. A reunião de todos esses trabalhos nos possibilitou explicar, via Teoria da Otimidade (OT), (i) as causas que levaram o português antigo (PA) a admitir, primeiramente, a ênclise; (ii) a mudança da ênclise para a próclise em uma fase posterior ao PA; e (iii) a coexistência de próclise e pronome tônico, no caso dos pronomes eu, tu, nós, me, te, nos, e a prevalência do pronome tônico, nos casos de você(s), ele(a/s) e a gente no PB atual. A OT nos forneceu embasamento para investigar as restrições que atuaram no PA e que estão atuando no PB atual, a hierarquia das restrições e a mudança nessa hierarquia, que foi essencial na explicação das alterações no quadro pronominal que nos propusemos a estudar. Averiguamos que as restrições presentes na gramática do PA – e em fase posterior, quando ocorre a mudança da ordem pronominal – não dão conta de explicar o que vem acontecendo com o PB na atualidade. Por isso, acreditamos, uma nova restrição – *PRONOPOD – desempenha hoje papel fundamental na colocação pronominal do PB. Empregando essa nova restrição às análises, chegamos à hierarquia de restrições do PB atual e constatamos que, no que tange aos pronomes de fato, quando o foco recai sobre o objeto, há uma oscilação de duas gramáticas ainda flutuantes. Também concluímos que a implementação do pronome pleno como objeto tenha se dado, primeiramente, com o pronome ele e, posteriormente, se espalhado pelo quadro pronominal.
publishDate 2014
dc.date.issued.fl_str_mv 2014
dc.date.accessioned.fl_str_mv 2016-12-24T02:17:57Z
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/masterThesis
format masterThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://hdl.handle.net/10183/150303
dc.identifier.nrb.pt_BR.fl_str_mv 001008519
url http://hdl.handle.net/10183/150303
identifier_str_mv 001008519
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv application/pdf
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS
instname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
instacron:UFRGS
instname_str Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
instacron_str UFRGS
institution UFRGS
reponame_str Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS
collection Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS
bitstream.url.fl_str_mv http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/150303/1/001008519.pdf
http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/150303/2/001008519.pdf.txt
http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/150303/3/001008519.pdf.jpg
bitstream.checksum.fl_str_mv 1924186e4b64c99995c26f1329313cac
d0edecb88983b196d50982123480c92b
8ff3bea796d7e10f0adffd58e256bb34
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv MD5
MD5
MD5
repository.name.fl_str_mv Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
repository.mail.fl_str_mv lume@ufrgs.br||lume@ufrgs.br
_version_ 1810085387195908096