Ingestão alimentar reduzida prediz mortalidade em pacientes hospitalizados por insuficiência cardíaca descompensada : um estudo de coorte prospectivo
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2024 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10183/276881 |
Resumo: | Introdução e objetivo: Pacientes com insuficiência cardíaca (IC) apresentam elevada prevalência de risco nutricional (RN). A desnutrição está associada a maior risco de readmissão e mortalidade de curto e longo prazo em pacientes hospitalizados por insuficiência cardíaca descompensada (ICAD). Embora a ingestão alimentar (IA) seja um dos principais fatores que contribuem para o desenvolvimento da desnutrição, poucos estudos avaliaram diretamente o impacto da IA sobre prognóstico desta população. Portanto, o objetivo do presente estudo foi avaliar a associação entre IA intra-hospitalar, risco e estado nutricional e prognóstico (readmissão e mortalidade) de pacientes adultos hospitalizados por ICAD 180 dias após a alta. Métodos: Estudo de coorte prospectivo com pacientes >18 anos hospitalizados por ICAD no sul do Brasil. Risco e estado nutricional foram avaliados em até 48h após admissão com a ferramenta Mini Nutritional Assessment Short Form (MNA-SF) e sua versão completa, respectivamente. Uma Escala Visual de Ingestão Alimentar (EVIA) padronizada foi utilizada para estimar a IA durante a internação. Consumo inadequado foi considerado como <75% do ofertado. Os desfechos de readmissão hospitalar e mortalidade foram avaliados 180 dias após a alta. Um modelo de regressão de Cox foi utilizado para avaliar a associação entre IA, RN, estado nutricional e prognóstico. Resultados: Foram avaliados 104 pacientes com idade mediana de 66 (58-74) anos. A maioria do sexo masculino (59,6%). Noventa e quatro (90,4%) pacientes apresentaram RN. Ocorreram 4 mortes durante a internação e 14 (13,46%) ao longo do seguimento. Pacientes com menor ingestão de calorias e proteínas no dia da alta apresentaram maior risco de mortalidade em 180 dias (HR 0,894 IC 95% 0,82-0,96, HR 0,103 IC 95% 0,02-0,49, respectivamente). Em análise isolada das refeições, o consumo inadequado do café da manhã e almoço foi associado a maior risco de mortalidade. Quanto à readmissão hospitalar 47% dos pacientes reinternaram, sendo 39% por causa cardiovascular. Escores mais baixos na MNA-SF apresentaram associação significativa com maior risco de readmissão após ajuste para fatores de interesse (HR 0.847 IC 95% 0,76-0,94). Conclusão: Pacientes hospitalizados por ICAD com IA inadequada no dia da alta hospitalar apresentaram maior risco de mortalidade em 180 dias. RN, hiponatremia e pior função renal estão associados a maior risco de readmissão pós-alta. A avaliação e monitoramento destes aspectos nutricionais pode ajudar a estratificar risco e melhorar o prognóstico na IC. |
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Osorio, Amanda FariasClausell, Nadine OliveiraSouza, Gabriela Corrêa2024-08-03T06:31:22Z2024http://hdl.handle.net/10183/276881001207737Introdução e objetivo: Pacientes com insuficiência cardíaca (IC) apresentam elevada prevalência de risco nutricional (RN). A desnutrição está associada a maior risco de readmissão e mortalidade de curto e longo prazo em pacientes hospitalizados por insuficiência cardíaca descompensada (ICAD). Embora a ingestão alimentar (IA) seja um dos principais fatores que contribuem para o desenvolvimento da desnutrição, poucos estudos avaliaram diretamente o impacto da IA sobre prognóstico desta população. Portanto, o objetivo do presente estudo foi avaliar a associação entre IA intra-hospitalar, risco e estado nutricional e prognóstico (readmissão e mortalidade) de pacientes adultos hospitalizados por ICAD 180 dias após a alta. Métodos: Estudo de coorte prospectivo com pacientes >18 anos hospitalizados por ICAD no sul do Brasil. Risco e estado nutricional foram avaliados em até 48h após admissão com a ferramenta Mini Nutritional Assessment Short Form (MNA-SF) e sua versão completa, respectivamente. Uma Escala Visual de Ingestão Alimentar (EVIA) padronizada foi utilizada para estimar a IA durante a internação. Consumo inadequado foi considerado como <75% do ofertado. Os desfechos de readmissão hospitalar e mortalidade foram avaliados 180 dias após a alta. Um modelo de regressão de Cox foi utilizado para avaliar a associação entre IA, RN, estado nutricional e prognóstico. Resultados: Foram avaliados 104 pacientes com idade mediana de 66 (58-74) anos. A maioria do sexo masculino (59,6%). Noventa e quatro (90,4%) pacientes apresentaram RN. Ocorreram 4 mortes durante a internação e 14 (13,46%) ao longo do seguimento. Pacientes com menor ingestão de calorias e proteínas no dia da alta apresentaram maior risco de mortalidade em 180 dias (HR 0,894 IC 95% 0,82-0,96, HR 0,103 IC 95% 0,02-0,49, respectivamente). Em análise isolada das refeições, o consumo inadequado do café da manhã e almoço foi associado a maior risco de mortalidade. Quanto à readmissão hospitalar 47% dos pacientes reinternaram, sendo 39% por causa cardiovascular. Escores mais baixos na MNA-SF apresentaram associação significativa com maior risco de readmissão após ajuste para fatores de interesse (HR 0.847 IC 95% 0,76-0,94). Conclusão: Pacientes hospitalizados por ICAD com IA inadequada no dia da alta hospitalar apresentaram maior risco de mortalidade em 180 dias. RN, hiponatremia e pior função renal estão associados a maior risco de readmissão pós-alta. A avaliação e monitoramento destes aspectos nutricionais pode ajudar a estratificar risco e melhorar o prognóstico na IC.Background and Aim: Prevalence of nutritional risk (NR) is high among patients with heart failure (HF). Malnutrition is associated with elevated rates of morbidity and mortality in HF and is a prognostic factor in patients hospitalized with acute decompensated heart failure (ADHF) in both short and long-term scenarios. Although Food Intake (FI) is one of the main factors that contributes to malnutrition development, literature lacks studies that directly evaluate its impact on prognosis of ADHF patients. Therefore, the aim of the present study was to investigate the association of in-hospital FI, NR and status and prognosis (readmission and mortality) in patients hospitalized for ADHF 180 days after hospital discharge. Methods: Prospective cohort with patients >18 years hospitalized for ADHF in the south of Brazil. NR and status were evaluated within 48h of hospital admission by Mini Nutritional Assessment Short Form (MNA-SF) and its full version, respectively. A standard Food Intake Visual Scale (FIVS) was used to estimate in-hospital FI. Inadequate consumption was considered when less than 75% of the food offered was consumed. Outcomes of mortality and hospital readmission were assessed 180 after hospital discharge. A Cox regression model was used to evaluate association between FI, NR and status and prognosis. Results: One hundred and four patients were evaluated. Median age was 66 (58-74) yeas. Most of the patients were males. NR was present in 94 (90.4%) patients. There were 4 in-hospital deaths and 14 deaths (13.46%) during the follow-up. Patients who presented lower daily caloric and protein intake had higher mortality risk (HR 0.894 95% CI 0.82-0.96; HR 0.103 95% CI 0.02-0.49, respectively) 180 days after discharge. When meals were analyzed, insufficient consumption of breakfast and lunch were associated with increased mortality risk. Regarding hospital readmission, 47% of the patients readmitted, 39% due to cardiovascular reasons. Lower MNA-SF scores were associated with higher readmission risk after adjustment for factors of interest (HR 0.847 95%CI 0.76-0.94). Conclusion: Patients hospitalized for ADHF who presented inadequate FI at hospital discharge day have higher mortality risk within 180 days. NR, hyponatremia, and worst renal function are associated with higher readmission risk. Therefore, evaluation and monitoring of these nutritional aspects can help stratify risk and improve prognosis in HF.application/pdfporInsuficiência cardíacaDesnutriçãoMortalidadePrognósticoIngestão de alimentosAvaliação nutricionalHeart failureNutritional riskFood intakeMalnutritionNutritional assessmentIngestão alimentar reduzida prediz mortalidade em pacientes hospitalizados por insuficiência cardíaca descompensada : um estudo de coorte prospectivoinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisUniversidade Federal do Rio Grande do SulFaculdade de MedicinaPrograma de Pós-Graduação em Ciências da Saúde: Cardiologia e Ciências CardiovascularesPorto Alegre, BR-RS2024mestradoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSTEXT001207737.pdf.txt001207737.pdf.txtExtracted Texttext/plain60552http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/276881/2/001207737.pdf.txt45fb39e4e9fed3d1db8188c019ba74a9MD52ORIGINAL001207737.pdfTexto parcialapplication/pdf788007http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/276881/1/001207737.pdf13f776347dcb8167d92146093032d126MD5110183/2768812024-08-04 06:24:35.845781oai:www.lume.ufrgs.br:10183/276881Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttps://lume.ufrgs.br/handle/10183/2PUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestlume@ufrgs.br||lume@ufrgs.bropendoar:18532024-08-04T09:24:35Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false |
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Introdução e objetivo: Pacientes com insuficiência cardíaca (IC) apresentam elevada prevalência de risco nutricional (RN). A desnutrição está associada a maior risco de readmissão e mortalidade de curto e longo prazo em pacientes hospitalizados por insuficiência cardíaca descompensada (ICAD). Embora a ingestão alimentar (IA) seja um dos principais fatores que contribuem para o desenvolvimento da desnutrição, poucos estudos avaliaram diretamente o impacto da IA sobre prognóstico desta população. Portanto, o objetivo do presente estudo foi avaliar a associação entre IA intra-hospitalar, risco e estado nutricional e prognóstico (readmissão e mortalidade) de pacientes adultos hospitalizados por ICAD 180 dias após a alta. Métodos: Estudo de coorte prospectivo com pacientes >18 anos hospitalizados por ICAD no sul do Brasil. Risco e estado nutricional foram avaliados em até 48h após admissão com a ferramenta Mini Nutritional Assessment Short Form (MNA-SF) e sua versão completa, respectivamente. Uma Escala Visual de Ingestão Alimentar (EVIA) padronizada foi utilizada para estimar a IA durante a internação. Consumo inadequado foi considerado como <75% do ofertado. Os desfechos de readmissão hospitalar e mortalidade foram avaliados 180 dias após a alta. Um modelo de regressão de Cox foi utilizado para avaliar a associação entre IA, RN, estado nutricional e prognóstico. Resultados: Foram avaliados 104 pacientes com idade mediana de 66 (58-74) anos. A maioria do sexo masculino (59,6%). Noventa e quatro (90,4%) pacientes apresentaram RN. Ocorreram 4 mortes durante a internação e 14 (13,46%) ao longo do seguimento. Pacientes com menor ingestão de calorias e proteínas no dia da alta apresentaram maior risco de mortalidade em 180 dias (HR 0,894 IC 95% 0,82-0,96, HR 0,103 IC 95% 0,02-0,49, respectivamente). Em análise isolada das refeições, o consumo inadequado do café da manhã e almoço foi associado a maior risco de mortalidade. Quanto à readmissão hospitalar 47% dos pacientes reinternaram, sendo 39% por causa cardiovascular. Escores mais baixos na MNA-SF apresentaram associação significativa com maior risco de readmissão após ajuste para fatores de interesse (HR 0.847 IC 95% 0,76-0,94). Conclusão: Pacientes hospitalizados por ICAD com IA inadequada no dia da alta hospitalar apresentaram maior risco de mortalidade em 180 dias. RN, hiponatremia e pior função renal estão associados a maior risco de readmissão pós-alta. A avaliação e monitoramento destes aspectos nutricionais pode ajudar a estratificar risco e melhorar o prognóstico na IC. |
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