Novidade na feira : um estudo etnográfico envolvendo plantas alimentícias não convencionais
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2020 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10183/222704 |
Resumo: | Situada no campo dos estudos que tomam as injunções entre alimentação e cultura como abordagem para a reflexão sobre o rural e suas dinâmicas, esta pesquisa busca, através de etnografia realizada no período compreendido entre 2017 e 2019, nas feiras ecológicas dos bairros Bom Fim e Tristeza em Porto Alegre, analisar a circulação das Plantas Alimentícias Não Convencionais, as PANC. Para tanto, empregou-se um conjunto de técnicas associadas a etnografia (observação participante, diários de campo, entrevistas abertas, recursos audiovisuais), de modo a apreender como famílias rurais de Ipê e do extremo sul de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, percebem e se relacionam com essas plantas, que comercializam nas feiras. Por meio dessa abordagem, constatou-se que o que torna uma espécie PANC ou comida é a cultura praticada. Desse modo, o que é PANC para as/os consumidoras/es das feiras, não o será, necessariamente, para as agricultoras e os agricultores. Algumas dessas plantas são, inclusive, percebidas pelas famílias rurais, interlocutoras deste estudo, como emblemáticas de sua cultura local. Outras constituem base de pratos que trazem à tona memórias afetivas, que se conectam a uma tradição. Existem também aquelas plantas que, quando consumidas, podem marcar posição de prestígio ou desprestígio. Nas feiras estudadas, constatamos, entre os sujeitos rurais e as/os consumidoras/es, uma diversidade de representações, visões de mundo e trajetórias sociais: são espaços distintos, tanto material como simbolicamente. Contudo, apesar de tantas e importantes distinções, quase que invariavelmente, são os sujeitos rurais que, nas feiras, detêm o conhecimento acerca do preparo e do consumo das plantas que costumam comercializar. São, então, elas e eles as mestras e os mestres, porque é mediante suas práticas e seus saberes, expressos em “oficinas” informais que acontecem no entorno de suas bancas, que certas PANC são convertidas em comida no imaginário de consumidoras/es das feiras estudadas. |
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Ribeiro, Renata Tomaz do AmaralMenasche, Renata2021-06-24T04:26:05Z2020http://hdl.handle.net/10183/222704001127216Situada no campo dos estudos que tomam as injunções entre alimentação e cultura como abordagem para a reflexão sobre o rural e suas dinâmicas, esta pesquisa busca, através de etnografia realizada no período compreendido entre 2017 e 2019, nas feiras ecológicas dos bairros Bom Fim e Tristeza em Porto Alegre, analisar a circulação das Plantas Alimentícias Não Convencionais, as PANC. Para tanto, empregou-se um conjunto de técnicas associadas a etnografia (observação participante, diários de campo, entrevistas abertas, recursos audiovisuais), de modo a apreender como famílias rurais de Ipê e do extremo sul de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, percebem e se relacionam com essas plantas, que comercializam nas feiras. Por meio dessa abordagem, constatou-se que o que torna uma espécie PANC ou comida é a cultura praticada. Desse modo, o que é PANC para as/os consumidoras/es das feiras, não o será, necessariamente, para as agricultoras e os agricultores. Algumas dessas plantas são, inclusive, percebidas pelas famílias rurais, interlocutoras deste estudo, como emblemáticas de sua cultura local. Outras constituem base de pratos que trazem à tona memórias afetivas, que se conectam a uma tradição. Existem também aquelas plantas que, quando consumidas, podem marcar posição de prestígio ou desprestígio. Nas feiras estudadas, constatamos, entre os sujeitos rurais e as/os consumidoras/es, uma diversidade de representações, visões de mundo e trajetórias sociais: são espaços distintos, tanto material como simbolicamente. Contudo, apesar de tantas e importantes distinções, quase que invariavelmente, são os sujeitos rurais que, nas feiras, detêm o conhecimento acerca do preparo e do consumo das plantas que costumam comercializar. São, então, elas e eles as mestras e os mestres, porque é mediante suas práticas e seus saberes, expressos em “oficinas” informais que acontecem no entorno de suas bancas, que certas PANC são convertidas em comida no imaginário de consumidoras/es das feiras estudadas.Situated in the field of studies that rely on the junction between eating and culture as an approach to reflect on the rural and its dynamics, this research analyses the circulation of Unconventional Food Plants, the UFP, through an ethnography performed between 2017 and 2019 in the ecological markets of Bom Fim and Tristeza, in Porto Alegre. For this purpose, a set of techniques associated with the ethnographic (participant observation, field diaries, open interviews, audiovisual resources) was employed, so as to understand how rural families from Ipê and from the far south of Porto Alegre, in Rio Grande do Sul, perceive and relate to these plants, which they commercialize in the markets. Through this approach, it was found that what makes a species UFP or food is the culture. This way, what the markets' consumers consider UFP will not necessarily be considered UFP by farmers. Some of these plants are, in fact, perceived by rural families, interlocutors of this study, as emblematic to their local culture. Some others form the base of dishes that bring out emotional memories, which connect to a tradition. There are also those plants that, when consumed, can mark a position of prestige or disgrace. In the studied markets we found, between the rural people and the consumers, a diversity of representations, world perspectives and social trajectories: these are distinct spaces, material and symbolically. However, despite all the important distinctions, almost invariably, in the markets the rural people are the ones who know how to prepare and consume the plants they commercialize. They are the masters, because it is through their practices and knowledge, expressed in informal "workshops" around their stands, that certain UFP are converted into food in the imagery of the consumers of the studied markets.application/pdfporPlantas alimentícias não convencionaisAlimentaçãoFeira livreEtnografiaUFPEatingCultureMarketNovidade na feira : um estudo etnográfico envolvendo plantas alimentícias não convencionaisinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisUniversidade Federal do Rio Grande do SulFaculdade de Ciências EconômicasPrograma de Pós-Graduação em Desenvolvimento RuralPorto Alegre, BR-RS2020mestradoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSTEXT001127216.pdf.txt001127216.pdf.txtExtracted Texttext/plain225895http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/222704/2/001127216.pdf.txt8debcf801a828684931bbc1e339f1100MD52ORIGINAL001127216.pdfTexto completoapplication/pdf3955955http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/222704/1/001127216.pdf9ad908b08558c6ba6845d72d3761e2fdMD5110183/2227042023-08-20 03:41:05.123437oai:www.lume.ufrgs.br:10183/222704Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttps://lume.ufrgs.br/handle/10183/2PUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestlume@ufrgs.br||lume@ufrgs.bropendoar:18532023-08-20T06:41:05Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false |
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