Eu não sabia que o meu bairro tinha história : decolonizando a aula de história com as memórias de um território na periferia de Porto Alegre

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Ucha, Leonardo Borghi
Data de Publicação: 2020
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10183/215291
Resumo: Essa pesquisa teve como objetivo promover ações pedagógicas que possibilitassem decolonizar as aulas de História através do engajamento coletivo na construção de histórias e memórias de um território negro e periférico da cidade de Porto Alegre, território esse que é marcado por grandes índices de pobreza, estigmatização e silenciamento sobre sua história. Para isso desenvolvi um percurso metodológico inspirado na Investigação-Ação Participativa, na Educação Popular e na Reconstrução Coletiva da História, por onde eu e um grupo de estudantes das séries finais do ensino fundamental produzimos coletivamente histórias e reflexões sobre o passado local a partir da análise de documentos históricos e registros de memórias de moradores do território que foram compartilhadas em rodas de memórias, encontros em que os participantes da pesquisa conversaram sobre suas lembranças a respeito de diferentes acontecimentos do passado no território. Com esse trabalho realizado a partir de memórias foram visibilizadas uma diversidade das experiências, vivências, sociabilidades, desejos, lutas, derrotas e conquistas, sem que com isso fossem silenciados os processos violentos que marcaram e continuam marcando a identidade e os corpos das pessoas deste lugar, processos esses que foram analisados e relacionado à história da cidade, do país e do mundo ao longo da pesquisa com os estudantes. Dessa maneira, a pesquisa permitiu concluir que as memórias do local, produzidas e compartilhadas em roda, são meios potentes para a construção não somente de um saber histórico escolar decolonizado, mas também para a produção de afetos, laços sociais e protagonismo, o que abre possibilidades para a superação de um ensino baseado na transposição didática e no acúmulo individual de conhecimentos.
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