‘Lace’ ou ‘lays’? Identificação dos membros de pares mínimos do inglês encerrados por /s/ e /z/ produzidos por aprendizes porto-alegrenses (RS)
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Data de Publicação: | 2021 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10183/229776 |
Resumo: | Levando em consideração que distinções funcionais nos diversos sistemas de língua do mundo se dão a partir de diferentes pistas acústicas que assumem um status de mais ou menos primordial em cada sistema linguístico (ALVES; ZIMMER, 2015; SCHWARTZHAUPT et al., 2015; ALVES; LUCHINI, 2016 entre outros), através do estabelecimento de diferentes graus de peso atribuídos a tais pistas acústicas na percepção da fala (HOLT; LOTTO, 2006; FRANCIS et al., 2008; FLEGE; BOHN, 2021), estudos anteriores (DERR; MUSSARO, 1980; SMITH, 1997; BROERSMA, 2005, 2008, 2009) mostraram que o falante nativo de inglês usa a duração vocálica antecedente a consoantes sonoras para diferenciar pares mínimos como lace /s/ e lays /z/, uma vez que ocorre uma dessonorização parcial da fricativa em posição final (ECKMAN, 1981; MAJOR, 1987; ALBUQUERQUE, 2012). A partir desse fato linguístico e alicerçado à Teoria dos Sistemas Dinâmicos Complexos ou TSDC (LARSEN-FREEMAN; CAMERON, 2005; DE BOT et al., 2007; BECKNER et al., 2009; VERSPOOR et al., 2011; LARSEN-FREEMAN, 2015; DE BOT, 2015, 2017; LOWIE, 2017; LOWIE; VERSPOOR, 2017, 2019; YU; LOWIE, 2019; HIVER; AL-HOORIE, 2020; FOGAL; VERSPOOR, 2020; VERSPOOR et al., 2021), o presente estudo visa a verificar o grau de inteligibilidade local (MUNRO; DERWING, 2015) de pares mínimos encerrados por /s/ e /z/ (exemplos: ‘dice’ /s/, ‘lace’ /s/ versus ‘dies’ /z/, ‘lays’ /z/), produzidos por aprendizes brasileiros de nível de oralidade intermediário-superior em inglês, a serem ouvidos por dois grupos de ouvintes: um de brasileiros de nível avançado em fala e escuta em inglês (todos professores de inglês) e outro de falantes argentinos de inglês como L2 (também com nível avançado de proficiência nas habilidades de fala e escuta). Para isso, um grupo de sete aprendizes brasileiros de nível intermediário-superior de proficiência em inglês (L2) realizou uma Tarefa de Produção, aos moldes da metodologia de Batista (2018), em que produziam frases-alvo contendo pares mínimos finalizados em /s/ e /z/. Dois grupos de ouvintes de inglês (L2), um com 16 argentinos e outro com 16 brasileiros, ambos de nível avançado de proficiência, participaram de uma Tarefa de Identificação, em que deveriam identificar as produções dos membros dos pares mínimos por parte do grupo de locutores como uma palavra de alvo /s/ ou de alvo /z/, a fim de verificar se a produção de tais pares pelos aprendizes brasileiros já se mostrava inteligível. Através de uma análise descritiva e de uma análise inferencial, realizadas a partir do software R Studio (R STUDIO TEAM, 2020), os dados do estudo evidenciaram, com resultados significativos estatisticamente (p < 0,05), três variáveis que exercem influência sobre os índices de inteligibilidade local e de identificação da consoante final como /z/ (independentemente do alvo pretendido pelos falantes): ‘nacionalidade’ (‘brasileira’ ou ‘argentina’), ‘duração relativa’ da vogal e ‘vozeamento do alvo’ (‘surdo’ ou ‘sonoro’). Mais ainda, a análise inferencial também determinou interações entre as variáveis ‘duração relativa’ e ‘vozeamento do alvo’ e entre ‘vozeamento do alvo’ e ‘nacionalidade’. Não há, porém, interação entre as variáveis ‘duração relativa’ e ‘nacionalidade’, o que determina que uma nacionalidade não apresenta comportamento diferenciado frente à duração relativa da vogal em comparação a outra. Com o intuito de analisar os dados a partir de uma abordagem que considerasse a variabilidade (LOWIE, 2017; VERSPOOR et al., 2021), a individualidade e os padrões característicos dos participantes, à luz da nossa visão de língua como dinâmica e complexa, posteriormente consideramos a abordagem person-centered (PENG et al., 2020; PENG et al., 2021), ao verificarmos os dados da pesquisa também de forma qualitativa e individual (considerando-se cada um dos locutores, os 32 ouvintes supracitados e, ainda, quatro ouvintes estadunidenses, analisados em caráter exploratório). Com base nessa análise individual, foi possível evidenciar não somente a influência da língua materna e das durações relativas das vogais antecedentes às fricativas surdas e sonoras, mas também, a partir do estabelecimento da relação binomial falante-ouvinte (cf. ALBUQUERQUE, 2019), verificamos a influência das diferentes experiências individuais e situações de uso da língua, tanto por parte de ouvintes quanto de falantes, nos padrões de respostas dos participantes ouvintes. A partir das diferentes abordagens de análise adotadas, consideramos que os resultados apresentados no presente estudo são de grande benefício não somente para a área da Fonologia de Laboratório, mas também para estudos pertencentes ao âmbito aplicado, voltados ao ensino-aprendizagem de pronúncia ministrado a falantes e ouvintes de diferentes sistemas de língua materna. |
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Batista, Patrick SantosAlves, Ubiratã Kickhöfel2021-09-14T04:28:07Z2021http://hdl.handle.net/10183/229776001131233Levando em consideração que distinções funcionais nos diversos sistemas de língua do mundo se dão a partir de diferentes pistas acústicas que assumem um status de mais ou menos primordial em cada sistema linguístico (ALVES; ZIMMER, 2015; SCHWARTZHAUPT et al., 2015; ALVES; LUCHINI, 2016 entre outros), através do estabelecimento de diferentes graus de peso atribuídos a tais pistas acústicas na percepção da fala (HOLT; LOTTO, 2006; FRANCIS et al., 2008; FLEGE; BOHN, 2021), estudos anteriores (DERR; MUSSARO, 1980; SMITH, 1997; BROERSMA, 2005, 2008, 2009) mostraram que o falante nativo de inglês usa a duração vocálica antecedente a consoantes sonoras para diferenciar pares mínimos como lace /s/ e lays /z/, uma vez que ocorre uma dessonorização parcial da fricativa em posição final (ECKMAN, 1981; MAJOR, 1987; ALBUQUERQUE, 2012). A partir desse fato linguístico e alicerçado à Teoria dos Sistemas Dinâmicos Complexos ou TSDC (LARSEN-FREEMAN; CAMERON, 2005; DE BOT et al., 2007; BECKNER et al., 2009; VERSPOOR et al., 2011; LARSEN-FREEMAN, 2015; DE BOT, 2015, 2017; LOWIE, 2017; LOWIE; VERSPOOR, 2017, 2019; YU; LOWIE, 2019; HIVER; AL-HOORIE, 2020; FOGAL; VERSPOOR, 2020; VERSPOOR et al., 2021), o presente estudo visa a verificar o grau de inteligibilidade local (MUNRO; DERWING, 2015) de pares mínimos encerrados por /s/ e /z/ (exemplos: ‘dice’ /s/, ‘lace’ /s/ versus ‘dies’ /z/, ‘lays’ /z/), produzidos por aprendizes brasileiros de nível de oralidade intermediário-superior em inglês, a serem ouvidos por dois grupos de ouvintes: um de brasileiros de nível avançado em fala e escuta em inglês (todos professores de inglês) e outro de falantes argentinos de inglês como L2 (também com nível avançado de proficiência nas habilidades de fala e escuta). Para isso, um grupo de sete aprendizes brasileiros de nível intermediário-superior de proficiência em inglês (L2) realizou uma Tarefa de Produção, aos moldes da metodologia de Batista (2018), em que produziam frases-alvo contendo pares mínimos finalizados em /s/ e /z/. Dois grupos de ouvintes de inglês (L2), um com 16 argentinos e outro com 16 brasileiros, ambos de nível avançado de proficiência, participaram de uma Tarefa de Identificação, em que deveriam identificar as produções dos membros dos pares mínimos por parte do grupo de locutores como uma palavra de alvo /s/ ou de alvo /z/, a fim de verificar se a produção de tais pares pelos aprendizes brasileiros já se mostrava inteligível. Através de uma análise descritiva e de uma análise inferencial, realizadas a partir do software R Studio (R STUDIO TEAM, 2020), os dados do estudo evidenciaram, com resultados significativos estatisticamente (p < 0,05), três variáveis que exercem influência sobre os índices de inteligibilidade local e de identificação da consoante final como /z/ (independentemente do alvo pretendido pelos falantes): ‘nacionalidade’ (‘brasileira’ ou ‘argentina’), ‘duração relativa’ da vogal e ‘vozeamento do alvo’ (‘surdo’ ou ‘sonoro’). Mais ainda, a análise inferencial também determinou interações entre as variáveis ‘duração relativa’ e ‘vozeamento do alvo’ e entre ‘vozeamento do alvo’ e ‘nacionalidade’. Não há, porém, interação entre as variáveis ‘duração relativa’ e ‘nacionalidade’, o que determina que uma nacionalidade não apresenta comportamento diferenciado frente à duração relativa da vogal em comparação a outra. Com o intuito de analisar os dados a partir de uma abordagem que considerasse a variabilidade (LOWIE, 2017; VERSPOOR et al., 2021), a individualidade e os padrões característicos dos participantes, à luz da nossa visão de língua como dinâmica e complexa, posteriormente consideramos a abordagem person-centered (PENG et al., 2020; PENG et al., 2021), ao verificarmos os dados da pesquisa também de forma qualitativa e individual (considerando-se cada um dos locutores, os 32 ouvintes supracitados e, ainda, quatro ouvintes estadunidenses, analisados em caráter exploratório). Com base nessa análise individual, foi possível evidenciar não somente a influência da língua materna e das durações relativas das vogais antecedentes às fricativas surdas e sonoras, mas também, a partir do estabelecimento da relação binomial falante-ouvinte (cf. ALBUQUERQUE, 2019), verificamos a influência das diferentes experiências individuais e situações de uso da língua, tanto por parte de ouvintes quanto de falantes, nos padrões de respostas dos participantes ouvintes. A partir das diferentes abordagens de análise adotadas, consideramos que os resultados apresentados no presente estudo são de grande benefício não somente para a área da Fonologia de Laboratório, mas também para estudos pertencentes ao âmbito aplicado, voltados ao ensino-aprendizagem de pronúncia ministrado a falantes e ouvintes de diferentes sistemas de língua materna.Considering that functional distinctions in the different language systems of the world emerge from different acoustic cues playing the role of more or less important in each language system (ALVES; ZIMMER, 2015; SCHWARTZHAUPT et al., 2015; ALVES; LUCHINI, 2016 and others), with different weights being assigned to them on speech perception (HOLT; LOTTO, 2006; FRANCIS et al., 2008; FLEGE; BOHN, 2021), previous studies (DERR; MUSSARO, 1980; SMITH, 1997; BROERSMA, 2005, 2008, 2009) have shown that native speakers of English prioritize the vowel duration cue before final consonants in order to distinguish minimal pairs such as ‘lace’ /s/ and ‘lays’ /z/, as some partial devoicing of the word-final fricative occurs. This considered, and departing from a view of language based on Complex Dynamic Systems Theory or CDST (LARSEN-FREEMAN; CAMERON, 2005; DE BOT et al., 2007; BECKNER et al., 2009; VERSPOOR et al., 2011; LARSEN-FREEMAN, 2015; DE BOT, 2015, 2017; LOWIE, 2017; LOWIE; VERSPOOR, 2017, 2019; YU; LOWIE, 2019; HIVER; AL-HOORIE, 2020; FOGAL; VERSPOOR, 2020; VERSPOOR et al., 2021), this Thesis aims to investigate the local intelligibility level (MUNRO; DERWING, 2015) of minimal pairs ending in /s/ and /z/ produced by Brazilian learners of English (upper-intermediate oral level). Two groups took part in a perceptual Identification Task: a group of advanced-level (listening and speaking) Brazilians — all of them being teachers of English — and a second group of Argentinean speakers of L2 English (also showing an advanced level in their listening and speaking competences). In order for us to build this Identification Task, a group of seven Brazilian learners of English (L2) at an upper-intermediate proficiency level participated in a Production Task, following the methodology employed in Batista (2018). These learners produced target sentences with minimal pairs ending in /s/ and /z/ as target items. Two groups of English (L2) listeners, both of advanced L2 proficiency, one with 16 Argentinean participants and another with 16 Brazilian participants, took part in an Identification Task in which they had to identify the Brazilian speakers’ productions as ending in the target /s/ or in the target /z/. This task aimed to investigate whether the production of these minimal pairs was intelligible. With both descriptive and inferential analyses, obtained with R Studio (R STUDIO TEAM, 2020), our study showed that three variables were influencing both local intelligibility and the identification of the final consonant as /z/ (regardless of the target intended): ‘nationality’ (‘Brazilian’ or ‘Argentinean’), ‘relative duration’ of the vowel and ‘target’ (‘voiced’ or ‘voiceless’). Moreover, the inferential analysis also showed interactions between ‘relative duration’ and ‘target’ and between ‘target’ and ‘nationality’. However, there was no interaction between ‘relative duration’ and ‘nationality’. This indicates that both nationalities present a similar behavior in relation to relative duration. In order to investigate the data through an approach that considers variability (LOWIE, 2017; VERSPOOR et al., 2021), individuality and distinctive patterns from the participants, grounded on our view of language as dynamic and complex, a person-centered approach (PENG et al., 2020; PENG et al., 2021) helped this study to analyze the data in a qualitative and individual fashion (considering all Brazilian locutors, the 32 aforementioned listener participants, as well as four North-American listener participants analyzed in an exploratory fashion). Besides highlighting the influence of the participants’ first language as well as of vowel duration, our individual analysis, grounded on a speaker-listener binomial relation (cf. ALBUQUERQUE, 2019), also showed the influence of different individual language trajectories experienced by both listeners and speakers. The data presented in this study are beneficial to both the fields of Laboratory Phonology and Applied Linguistics, especially concerning the teaching of pronunciation to learners with different L1 systems.application/pdfporTeoria dos sistemas dinâmicos complexosAcústica da falaInteligibilidadeFonéticaFonologiaLinguísticaComplex Dynamic SystemsPerception of vowel durationLocal intelligibilityL2 Phonetic-Phonological development‘Lace’ ou ‘lays’? Identificação dos membros de pares mínimos do inglês encerrados por /s/ e /z/ produzidos por aprendizes porto-alegrenses (RS)info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisUniversidade Federal do Rio Grande do SulInstituto de LetrasPrograma de Pós-Graduação em LetrasPorto Alegre, BR-RS2021mestradoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSTEXT001131233.pdf.txt001131233.pdf.txtExtracted Texttext/plain461822http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/229776/2/001131233.pdf.txt0e36a6dca63e993ff29d0d9d2084b26aMD52ORIGINAL001131233.pdfTexto completoapplication/pdf2240061http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/229776/1/001131233.pdf10312ae52d64122bc026669607a392ddMD5110183/2297762021-09-19 04:34:09.26683oai:www.lume.ufrgs.br:10183/229776Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttps://lume.ufrgs.br/handle/10183/2PUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestlume@ufrgs.br||lume@ufrgs.bropendoar:18532021-09-19T07:34:09Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false |
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Levando em consideração que distinções funcionais nos diversos sistemas de língua do mundo se dão a partir de diferentes pistas acústicas que assumem um status de mais ou menos primordial em cada sistema linguístico (ALVES; ZIMMER, 2015; SCHWARTZHAUPT et al., 2015; ALVES; LUCHINI, 2016 entre outros), através do estabelecimento de diferentes graus de peso atribuídos a tais pistas acústicas na percepção da fala (HOLT; LOTTO, 2006; FRANCIS et al., 2008; FLEGE; BOHN, 2021), estudos anteriores (DERR; MUSSARO, 1980; SMITH, 1997; BROERSMA, 2005, 2008, 2009) mostraram que o falante nativo de inglês usa a duração vocálica antecedente a consoantes sonoras para diferenciar pares mínimos como lace /s/ e lays /z/, uma vez que ocorre uma dessonorização parcial da fricativa em posição final (ECKMAN, 1981; MAJOR, 1987; ALBUQUERQUE, 2012). A partir desse fato linguístico e alicerçado à Teoria dos Sistemas Dinâmicos Complexos ou TSDC (LARSEN-FREEMAN; CAMERON, 2005; DE BOT et al., 2007; BECKNER et al., 2009; VERSPOOR et al., 2011; LARSEN-FREEMAN, 2015; DE BOT, 2015, 2017; LOWIE, 2017; LOWIE; VERSPOOR, 2017, 2019; YU; LOWIE, 2019; HIVER; AL-HOORIE, 2020; FOGAL; VERSPOOR, 2020; VERSPOOR et al., 2021), o presente estudo visa a verificar o grau de inteligibilidade local (MUNRO; DERWING, 2015) de pares mínimos encerrados por /s/ e /z/ (exemplos: ‘dice’ /s/, ‘lace’ /s/ versus ‘dies’ /z/, ‘lays’ /z/), produzidos por aprendizes brasileiros de nível de oralidade intermediário-superior em inglês, a serem ouvidos por dois grupos de ouvintes: um de brasileiros de nível avançado em fala e escuta em inglês (todos professores de inglês) e outro de falantes argentinos de inglês como L2 (também com nível avançado de proficiência nas habilidades de fala e escuta). Para isso, um grupo de sete aprendizes brasileiros de nível intermediário-superior de proficiência em inglês (L2) realizou uma Tarefa de Produção, aos moldes da metodologia de Batista (2018), em que produziam frases-alvo contendo pares mínimos finalizados em /s/ e /z/. Dois grupos de ouvintes de inglês (L2), um com 16 argentinos e outro com 16 brasileiros, ambos de nível avançado de proficiência, participaram de uma Tarefa de Identificação, em que deveriam identificar as produções dos membros dos pares mínimos por parte do grupo de locutores como uma palavra de alvo /s/ ou de alvo /z/, a fim de verificar se a produção de tais pares pelos aprendizes brasileiros já se mostrava inteligível. Através de uma análise descritiva e de uma análise inferencial, realizadas a partir do software R Studio (R STUDIO TEAM, 2020), os dados do estudo evidenciaram, com resultados significativos estatisticamente (p < 0,05), três variáveis que exercem influência sobre os índices de inteligibilidade local e de identificação da consoante final como /z/ (independentemente do alvo pretendido pelos falantes): ‘nacionalidade’ (‘brasileira’ ou ‘argentina’), ‘duração relativa’ da vogal e ‘vozeamento do alvo’ (‘surdo’ ou ‘sonoro’). Mais ainda, a análise inferencial também determinou interações entre as variáveis ‘duração relativa’ e ‘vozeamento do alvo’ e entre ‘vozeamento do alvo’ e ‘nacionalidade’. Não há, porém, interação entre as variáveis ‘duração relativa’ e ‘nacionalidade’, o que determina que uma nacionalidade não apresenta comportamento diferenciado frente à duração relativa da vogal em comparação a outra. Com o intuito de analisar os dados a partir de uma abordagem que considerasse a variabilidade (LOWIE, 2017; VERSPOOR et al., 2021), a individualidade e os padrões característicos dos participantes, à luz da nossa visão de língua como dinâmica e complexa, posteriormente consideramos a abordagem person-centered (PENG et al., 2020; PENG et al., 2021), ao verificarmos os dados da pesquisa também de forma qualitativa e individual (considerando-se cada um dos locutores, os 32 ouvintes supracitados e, ainda, quatro ouvintes estadunidenses, analisados em caráter exploratório). Com base nessa análise individual, foi possível evidenciar não somente a influência da língua materna e das durações relativas das vogais antecedentes às fricativas surdas e sonoras, mas também, a partir do estabelecimento da relação binomial falante-ouvinte (cf. ALBUQUERQUE, 2019), verificamos a influência das diferentes experiências individuais e situações de uso da língua, tanto por parte de ouvintes quanto de falantes, nos padrões de respostas dos participantes ouvintes. A partir das diferentes abordagens de análise adotadas, consideramos que os resultados apresentados no presente estudo são de grande benefício não somente para a área da Fonologia de Laboratório, mas também para estudos pertencentes ao âmbito aplicado, voltados ao ensino-aprendizagem de pronúncia ministrado a falantes e ouvintes de diferentes sistemas de língua materna. |
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