Mulheres semente, înh kósîn vy înh mré konîn Jé : experiências de mães indígenas na Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Kanhgág, Rejane Paféj
Data de Publicação: 2023
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10183/276558
Resumo: sta pesquisa tem como objetivo principal trazer à reflexão sobre a situação vivenciada pelas mães indígenas estudantes acadêmicas na UFRGS, a fim de subsidiar propostas de acordo com os preceitos da Psicologia das florestas (Carvalho, 2020), para compor ações afirmativas adequadas à realidade do povo kanhgág. Além disso, pretende propor um diálogo sobre as diferentes temporalidades e modos de vida, como o Kanhgang Êg My Há. A pesquisa se justifica pelo compromisso da pesquisadora com as mulheres indígenas, particularmente as parentes kanhgág, que ingressam na universidade por meio de ações afirmativas. Boa parte já sendo mães ou se tornam mães durante o percurso acadêmico. A metodologia utilizada parte do retorno para algumas experiências pessoais da pesquisadora enquanto estudante e mãe indígena, na direção de uma auto-etnografia. Além disso, ao acompanhar o cotidiano das mulheres/mães indígenas na CEI (Casa do Estudante Indígena) da UFRGS durante o período de novembro de 2022 a janeiro de 2023, foram realizadas rodas de conversa, ou melhor, pîn ró nî (que na língua kanhgág significa "ao redor do fogo"), como uma metodologia genuinamente kanhgág para trazer as reflexões sobre as questões que envolvem ser mãe indígena na universidade. O pîn ró nî é o meio de manter conversas sagradas, trazendo o contato com os dois mundos o visível e o invisível, é também ao redor da fogueira a conexão com a força ancestral. Nos apontamentos finais destacamos que as ações afirmativas na universidade adequadas à realidade kanhgág devem ser constituídas por meio de um diálogo respeitoso para com as nossas diferentes temporalidades, modos de vida, preceitos do que é chamado Kanhgang Êg My Há, para que cada vez mais as políticas universitárias sejam adequadas e com abordagens adaptadas a presença indígena na universidade, aprendendo com as experiências de vida e maternidade. Foram trazidas à tona as vozes das mulheres indígenas que por tanto tempo têm sido silenciadas em nossa sociedade, valorizando seus conhecimentos e sua cosmopercepção. Afinal, êg vâfy tî kân ka rî ke (como quando um cesto é finalizado), é o conhecimento acadêmico que precisa se entrelaçar nos saberes da teia da sukrîg (aranha) para se fortalecer e iluminar.
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