O tema da violência em currículos de cursos de graduação em enfermagem

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Baragatti, Daniella Yamada
Data de Publicação: 2013
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
Texto Completo: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/22/22131/tde-26092013-175252/
Resumo: A violência é um problema social e relacional da humanidade que gera prejuízos pessoais, sociais e econômicos, sendo considerado um problema de saúde pública mundial. Os enfermeiros estão em contato com diversos tipos de violência no seu trabalho, e estão em posição estratégica para identificar e agir nesses casos sendo, portanto, fundamental que a violência seja abordada nos currículos de graduação. Assim, o objetivo desse estudo foi identificar o tema da violência nos currículos dos cursos de Bacharelado em Enfermagem da Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (EERP/USP) e da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) e descrever a expectativa dos professores em abordar tal temática. Tratou-se de um estudo descritivo-exploratório, com análise de dados qualitativa, realizado com 15 docentes das duas instituições de ensino. Utilizamos neste estudo como procedimento para a realização da coleta de dados a pesquisa documental, a entrevista semi-estruturada e a observação sistemática. As entrevistas foram analisadas pela técnica do Discurso do Sujeito Coletivo. Os resultados da busca pela palavra chave violência e correlatos na EERP/USP procederam em cincos disciplinas e na UNICAMP três disciplinas. Os docentes responsáveis por essas disciplinas foram 05 da EERP/USP e 10 da UNICAMP. A maioria era do sexo feminino, todos com titulação de Doutores, sendo que na EERP/USP os docentes eram mais velhos e atuavam há mais tempo que na UNICAMP. Os docentes referiram que abordam a violência, para que os alunos reconheçam e intervenham nos casos de violência. Apesar dos docentes não saberem definir as tipologias da violência, a maioria delas são abordadas. O tema é trabalhado na teoria e na prática. Formalmente são gastas entre 04 e 12 horas com a temática, com uso de estratégias de ensino ativas e inovadoras, embora muitas vezes prevaleça o modelo tradicional. Os docentes não conseguiram avaliar a relação entre a aprendizagem do tema e a prática dos profissionais; não sabem dizer se os alunos estão preparados para lidar com a violência; mencionaram que a atuação e o preparo dependem do aluno, e não da graduação. Todos os docentes reconheceram a importância do tema na graduação. Conclui-se que o tema deva ser discutido amplamente com todos os docentes, e trabalhado de maneira transversal no currículo. Sugere-se conhecer a opinião dos egressos sobre a abordagem do tema na graduação e a inserção de disciplina específica sobre a violência. Pode inferir-se que uma das dificuldades da violência ser abordada nos cursos de graduação seja devido os currículos priorizarem as questões biológicas. É requerido que o enfermeiro se reconheça enquanto agente de mudanças para que realidades como a violência possam ser transformadas.
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Tratou-se de um estudo descritivo-exploratório, com análise de dados qualitativa, realizado com 15 docentes das duas instituições de ensino. Utilizamos neste estudo como procedimento para a realização da coleta de dados a pesquisa documental, a entrevista semi-estruturada e a observação sistemática. As entrevistas foram analisadas pela técnica do Discurso do Sujeito Coletivo. Os resultados da busca pela palavra chave violência e correlatos na EERP/USP procederam em cincos disciplinas e na UNICAMP três disciplinas. Os docentes responsáveis por essas disciplinas foram 05 da EERP/USP e 10 da UNICAMP. A maioria era do sexo feminino, todos com titulação de Doutores, sendo que na EERP/USP os docentes eram mais velhos e atuavam há mais tempo que na UNICAMP. Os docentes referiram que abordam a violência, para que os alunos reconheçam e intervenham nos casos de violência. Apesar dos docentes não saberem definir as tipologias da violência, a maioria delas são abordadas. O tema é trabalhado na teoria e na prática. Formalmente são gastas entre 04 e 12 horas com a temática, com uso de estratégias de ensino ativas e inovadoras, embora muitas vezes prevaleça o modelo tradicional. Os docentes não conseguiram avaliar a relação entre a aprendizagem do tema e a prática dos profissionais; não sabem dizer se os alunos estão preparados para lidar com a violência; mencionaram que a atuação e o preparo dependem do aluno, e não da graduação. Todos os docentes reconheceram a importância do tema na graduação. Conclui-se que o tema deva ser discutido amplamente com todos os docentes, e trabalhado de maneira transversal no currículo. Sugere-se conhecer a opinião dos egressos sobre a abordagem do tema na graduação e a inserção de disciplina específica sobre a violência. Pode inferir-se que uma das dificuldades da violência ser abordada nos cursos de graduação seja devido os currículos priorizarem as questões biológicas. É requerido que o enfermeiro se reconheça enquanto agente de mudanças para que realidades como a violência possam ser transformadas.Violence is a social problem, related to human beings, that generates personal, social and economic losses, and is considered a public health problem worldwide. Nurses are in contact with several types of violence in their duties and are in a strategic position to identify and act on these cases, therefore, it is mandatory that the violence subject is offered in faculty curriculum. The goal of this study was to search the curriculums of Bachelor of Nursing at School of Nursing of Ribeirão Preto, University of São Paulo (EERP/USP) and the State University of Campinas (UNICAMP) to identify if the violence subject was offered and describe how teachers deal with it. This is a descriptive-exploratory, qualitative data analysis, conducted with 15 teachers from two schools. To collect the data, we used in this study research techniques as documental research, a semi-structured interview and the systematic observation. The interviews were analyzed using the Collective Subject Discourse. Five courses were found at EERP/USP and three at UNICAMP after searching for violence and related keywords. Five teachers responsible for these courses were interviewed at EERP/USP and ten at UNICAMP. Most were women, all with Doctors degree, and the EERP/USP teachers are older and have been working longer than teachers at UNICAMP. Teachers reported that they address violence subject in order to students recognize and intervene in cases of violence. Although the teachers did not know how to define types of violence, most of them address the subject in courses. The theme is worked in theory and in practice. Formally 04 to 12 hours are spent with the subject and many teaching strategies cited are active and innovative, though often prevails the traditional model. Teachers could not evaluate the relationship between learning and professional practice, and could not tell if students were prepared to deal with violence. Many teachers mentioned that the performance and preparation depend on the student, not on the school. All teachers recognized the importance of the subject to be part of faculty course. It is concluded that the subject should be discussed extensively with all teachers because it must be spread along all curriculums. Furthermore, it would be important to know the students opinion about the subject. It is also suggested the inclusion of specific course about violence. It can be inferred that the lack of violence subject in university curriculums is because they are still focused on biological matters. It is required that nurses recognize themselves as agents of changes in order to change the violence realities.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPScherer, Zeyne Alves PiresBaragatti, Daniella Yamada2013-06-21info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/22/22131/tde-26092013-175252/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2016-07-28T16:10:37Zoai:teses.usp.br:tde-26092013-175252Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212016-07-28T16:10:37Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false
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