O ensino de geografia na infância e as salas multisseriadas das escolas do campo: realidades, tensões e perspectivas no município de Cedro-PE
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2019 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP |
Texto Completo: | http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8136/tde-17072019-150441/ |
Resumo: | As Escolas do Campo, em especial aquelas com turmas multisseriadas, sempre foram marginalizadas e desacreditadas, muitas vezes até mesmo pelos seus sujeitos (homens e mulheres que delas se utilizam). As políticas públicas, por inúmeros fatores, quase nunca eram elaboradas na perspectiva de melhoria dessa realidade, tornando essas escolas instituições cada vez mais precárias, onde a educação pública de qualidade e de direito de todos, proposta pela nossa Lei de Diretrizes e Bases (LDB-1996), não se efetivava nesses espaços. Os movimentos sociais dos homens e mulheres do campo, principalmente o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), cansados do descaso, vem travando uma luta constante, para que a Educação do Campo passe a ser vista como um direito e não como favor, tornando-a significativa e, dessa forma, quebrando paradigmas históricos, dando a ela sua verdadeira visibilidade. Em conformidade com os estudos acerca da Educação do Campo, a finalidade deste trabalho é compreender como o ensino de Geografia nos anos iniciais realizado nas salas multisseriadas das escolas do campo do município de Cedro, no semiárido Pernambuco, tem se desenvolvido e qual sua contribuição para a formação crítica/cidadã dos sujeitos que vivem e trabalham no campo. Para isso, são objetivos dessa pesquisa: entender como os conhecimentos geográficos são discutidos nos anos iniciais em salas multisseriadas, bem como, analisar de que maneira esses estão sendo ou podem ser articulados aos princípios da Educação do Campo. A preparação de um trabalho como esse exige uma sequência de etapas essenciais, onde se pode destacar: levantamentos bibliográficos, trabalhos de campo, levantamento de dados estatísticos, integralização dos dados e elaboração de um trabalho final. A princípio, além da participação nos cursos ofertados pelo Mestrado, realizamos os levantamentos e leituras bibliográficas que deram fundamentação teórica à pesquisa, dentre os quais, destacamos: Arroyo (2004, 2007), Caldart (2004, 2009, 2012), Callai (2001), Camacho (2008, 2011), Molina e Freitas (2011), Oliveira (2009, 2011, 2013), Oliveira (2001), Pires (2012), Santos (2002), Vicentini (2008), Zuchini, Silva e Oloiola (2013), entre outros. Também em outras fontes, tais como: websites do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), do IPA (Instituto Agronômico de Pernambuco), e INCRA/SIDRA (Instituto Nacional de Colonização e Reformo Agrária/Sistema IBGE de Recuperação Automática). Posteriormente, fomos a campo, reunir as primeiras informações empíricas para, em seguida, discutí-las à luz da teoria estudada. Diante o vivido e experienciado, ao longo de nossa jornada, tanto na condição de professor, como na de pesquisador, durante a realização da pesquisa nesses últimos três anos, inferimos que o trabalho nas salas multisseriadas é repleto de possibilidades e, ao contrário do que se pressupõe sobre elas, são espaços de muito aprendizado. Também observamos que o ensino de Geografia nos anos iniciai, precisa ser pautado na perspectiva de realizar a leitura da palavra por meio da leitura do mundo, pois esse é o desafio para pensar um aprendizado da alfabetização que seja significativo. A Geografia na infância, deve considerar as crianças, suas vivências, suas brincadeiras. |
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O ensino de geografia na infância e as salas multisseriadas das escolas do campo: realidades, tensões e perspectivas no município de Cedro-PEThe teaching of geography in childhood and the multi-series rooms of rural schools: realities, tensions and perspectives in the municipality of Cedro-PEEducação do campoEnsino de geografiaField educationGeography teachingMultisseries room: geography of childhoodSala multisseriada: geografia da infânciaAs Escolas do Campo, em especial aquelas com turmas multisseriadas, sempre foram marginalizadas e desacreditadas, muitas vezes até mesmo pelos seus sujeitos (homens e mulheres que delas se utilizam). As políticas públicas, por inúmeros fatores, quase nunca eram elaboradas na perspectiva de melhoria dessa realidade, tornando essas escolas instituições cada vez mais precárias, onde a educação pública de qualidade e de direito de todos, proposta pela nossa Lei de Diretrizes e Bases (LDB-1996), não se efetivava nesses espaços. Os movimentos sociais dos homens e mulheres do campo, principalmente o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), cansados do descaso, vem travando uma luta constante, para que a Educação do Campo passe a ser vista como um direito e não como favor, tornando-a significativa e, dessa forma, quebrando paradigmas históricos, dando a ela sua verdadeira visibilidade. Em conformidade com os estudos acerca da Educação do Campo, a finalidade deste trabalho é compreender como o ensino de Geografia nos anos iniciais realizado nas salas multisseriadas das escolas do campo do município de Cedro, no semiárido Pernambuco, tem se desenvolvido e qual sua contribuição para a formação crítica/cidadã dos sujeitos que vivem e trabalham no campo. Para isso, são objetivos dessa pesquisa: entender como os conhecimentos geográficos são discutidos nos anos iniciais em salas multisseriadas, bem como, analisar de que maneira esses estão sendo ou podem ser articulados aos princípios da Educação do Campo. A preparação de um trabalho como esse exige uma sequência de etapas essenciais, onde se pode destacar: levantamentos bibliográficos, trabalhos de campo, levantamento de dados estatísticos, integralização dos dados e elaboração de um trabalho final. A princípio, além da participação nos cursos ofertados pelo Mestrado, realizamos os levantamentos e leituras bibliográficas que deram fundamentação teórica à pesquisa, dentre os quais, destacamos: Arroyo (2004, 2007), Caldart (2004, 2009, 2012), Callai (2001), Camacho (2008, 2011), Molina e Freitas (2011), Oliveira (2009, 2011, 2013), Oliveira (2001), Pires (2012), Santos (2002), Vicentini (2008), Zuchini, Silva e Oloiola (2013), entre outros. Também em outras fontes, tais como: websites do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), do IPA (Instituto Agronômico de Pernambuco), e INCRA/SIDRA (Instituto Nacional de Colonização e Reformo Agrária/Sistema IBGE de Recuperação Automática). Posteriormente, fomos a campo, reunir as primeiras informações empíricas para, em seguida, discutí-las à luz da teoria estudada. Diante o vivido e experienciado, ao longo de nossa jornada, tanto na condição de professor, como na de pesquisador, durante a realização da pesquisa nesses últimos três anos, inferimos que o trabalho nas salas multisseriadas é repleto de possibilidades e, ao contrário do que se pressupõe sobre elas, são espaços de muito aprendizado. Também observamos que o ensino de Geografia nos anos iniciai, precisa ser pautado na perspectiva de realizar a leitura da palavra por meio da leitura do mundo, pois esse é o desafio para pensar um aprendizado da alfabetização que seja significativo. A Geografia na infância, deve considerar as crianças, suas vivências, suas brincadeiras.Field Schools, especially those with multisite groups, have always been marginalized and discredited, often even by their subjects (men and women who use them). Since public policies, by many factors, almost never happened in the perspective of improving this reality, making these schools, institutions increasingly precarious, where public education of quality and the right of all, proposed by our Law of Guidelines and Bases (LDB-1996), was not effective in these spaces. The social movements of rural men and women, especially the Movement of the Landless Rural Workers (MST), tired of neglect, have been fighting a constant struggle, so that Field Education can be seen as a right and not as a favor. Making it the same significant and thus breaking with historical paradigms, giving it its true visibility. In accordance with the studies about Field Education, the purpose of this work is to understand how the teaching of Geography in the early years in the multi-series rooms of the rural schools of the municipality of Cedro, in the semi-arid Pernambuco, has developed to contribute in the critical formation / citizen of the subjects who live and work in the field. For this, they are objects of this research: to understand how the geographic knowledge is discussed in the early years in multi-series rooms, as well as to understand how these are being or can be articulated to the principles of Field Education. The preparation of a work like this requires a sequence of essential steps, such as: bibliographical surveys, fieldwork, statistical data collection, data collection and preparation of a final paper. At first, besides the participation in the courses offered by the Master, we carry out the surveys and bibliographical readings that are giving theoretical foundation to the research. Among them, we highlight: Arroyo (2004, 2007), Caldart (2004, 2009, 2012), Callai (2001), Camacho (2008, 2011), Molina and Freitas (2011), Oliveira (2009, 2011, 2013) Oliveira (2001), Pires (2012), Santos (2002), Vicentini (2008), Zuchini, Silva and O\'loiola (2013), among others. And also in other sources, such as: IBGE websites (Brazilian Institute of Geography and Statistics), IPA (Agronomic Institute of Pernambuco), and INCRA / SIDRA (National Institute of Colonization and Agrarian Reform / IBGE Automatic Recovery System). Subsequently, we went to the field, to gather the first empirical information, and then to incorporate them to the studied theory. In the face of what we experienced and lived during our journey, both as teacher and researcher, during the last three years, we infer that the work in the multi-series rooms is full of possibilities and, contrary to what if they are presupposed, are spaces of much learning. We also note that the teaching of Geography in the early years needs to be guided by the perspective of reading the word through the reading of the world, as this is the challenge to think of a meaningful literacy learning. Geography in childhood, should consider children, their experiences, their games.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPMarcos, Valeria deCruz, Antonio Tiago Rodrigues da2019-04-09info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8136/tde-17072019-150441/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2019-07-25T23:20:21Zoai:teses.usp.br:tde-17072019-150441Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212019-07-25T23:20:21Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false |
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As Escolas do Campo, em especial aquelas com turmas multisseriadas, sempre foram marginalizadas e desacreditadas, muitas vezes até mesmo pelos seus sujeitos (homens e mulheres que delas se utilizam). As políticas públicas, por inúmeros fatores, quase nunca eram elaboradas na perspectiva de melhoria dessa realidade, tornando essas escolas instituições cada vez mais precárias, onde a educação pública de qualidade e de direito de todos, proposta pela nossa Lei de Diretrizes e Bases (LDB-1996), não se efetivava nesses espaços. Os movimentos sociais dos homens e mulheres do campo, principalmente o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), cansados do descaso, vem travando uma luta constante, para que a Educação do Campo passe a ser vista como um direito e não como favor, tornando-a significativa e, dessa forma, quebrando paradigmas históricos, dando a ela sua verdadeira visibilidade. Em conformidade com os estudos acerca da Educação do Campo, a finalidade deste trabalho é compreender como o ensino de Geografia nos anos iniciais realizado nas salas multisseriadas das escolas do campo do município de Cedro, no semiárido Pernambuco, tem se desenvolvido e qual sua contribuição para a formação crítica/cidadã dos sujeitos que vivem e trabalham no campo. Para isso, são objetivos dessa pesquisa: entender como os conhecimentos geográficos são discutidos nos anos iniciais em salas multisseriadas, bem como, analisar de que maneira esses estão sendo ou podem ser articulados aos princípios da Educação do Campo. A preparação de um trabalho como esse exige uma sequência de etapas essenciais, onde se pode destacar: levantamentos bibliográficos, trabalhos de campo, levantamento de dados estatísticos, integralização dos dados e elaboração de um trabalho final. A princípio, além da participação nos cursos ofertados pelo Mestrado, realizamos os levantamentos e leituras bibliográficas que deram fundamentação teórica à pesquisa, dentre os quais, destacamos: Arroyo (2004, 2007), Caldart (2004, 2009, 2012), Callai (2001), Camacho (2008, 2011), Molina e Freitas (2011), Oliveira (2009, 2011, 2013), Oliveira (2001), Pires (2012), Santos (2002), Vicentini (2008), Zuchini, Silva e Oloiola (2013), entre outros. Também em outras fontes, tais como: websites do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), do IPA (Instituto Agronômico de Pernambuco), e INCRA/SIDRA (Instituto Nacional de Colonização e Reformo Agrária/Sistema IBGE de Recuperação Automática). Posteriormente, fomos a campo, reunir as primeiras informações empíricas para, em seguida, discutí-las à luz da teoria estudada. Diante o vivido e experienciado, ao longo de nossa jornada, tanto na condição de professor, como na de pesquisador, durante a realização da pesquisa nesses últimos três anos, inferimos que o trabalho nas salas multisseriadas é repleto de possibilidades e, ao contrário do que se pressupõe sobre elas, são espaços de muito aprendizado. Também observamos que o ensino de Geografia nos anos iniciai, precisa ser pautado na perspectiva de realizar a leitura da palavra por meio da leitura do mundo, pois esse é o desafio para pensar um aprendizado da alfabetização que seja significativo. A Geografia na infância, deve considerar as crianças, suas vivências, suas brincadeiras. |
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