Síndrome do impostor e auto-eficácia de minorias sociais: alunos de contabilidade e administração
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2014 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP |
Texto Completo: | http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/12/12136/tde-07012015-175044/ |
Resumo: | O Brasil é comumente associado ao país da diversidade. Seja ela de cunho cultural, histórico, racial ou social, fato é que a diversidade existe em larga extensão no país, inclusive nos meios acadêmicos. Na academia, tal como na sociedade, a inserção de indivíduos diferentes desemboca no estranhamento e nas atitudes preconceituosas. Este preconceito, por sua vez, influencia o desempenho acadêmico do estudante, pois a literatura revela que quanto maiores o preconceito e a discriminação do corpo docente da escola, menores são as notas do aluno. Alguns outros estudos têm procurado identificar a relação entre o desempenho acadêmico e a crença de auto-eficácia. A auto-eficácia pode ser definida como a crença do indivíduo sobre a sua capacidade de desempenho em atividades específicas. São quatro as fontes de desenvolvimento da auto-eficácia: experiências positivas; experiências vicárias; estados fisiológicos e emocionais das pessoas; e persuasão verbal. Das quatro fontes, as experiências positivas são, segundo a literatura, a mais importante e impactante no desenvolvimento e manutenção da auto-eficácia. A Síndrome do Impostor, também chamada de Fenômeno Impostor, tem sido exaustivamente estudada no cenário internacional sob os mais diversos aspectos - educacionais, emocionais, profissionais, etc. Os impostores, assim chamados os portadores da síndrome do impostor, não acreditam que são inteligentes, acreditam que as outras pessoas superestimam suas capacidades, mesmo que as evidências apontem que sejam altamente capazes, e atribuem as suas realizações à sorte ou esforço demasiado. Uma vez que as pessoas são influenciadas mais pela forma como elas lêem suas performances de sucesso, do que pelo sucesso, por si só, as teorias da auto-eficácia e a síndrome do impostor convergem na medida em que a teoria da auto-eficácia apresenta relação com a avaliação dos resultados das ações e a síndrome do impostor, na atribuição do sucesso ou fracasso à capacidade ou ao esforço. Esta pesquisa investigou a influência do fenômeno impostor e da auto-eficácia no desempenho acadêmico dos alunos minoritários, assim entendidos os estudantes bolsistas, principalmente do ProUni e ENADE, dos cursos de Ciências Contábeis e Administração de Empresas. Os instrumentos de pesquisa consistiram em um questionário composto pelas escalas CIPS - Clance Impostor Phenomenon Scale - desenvolvida por Clance (1985) e pela Escala de auto-eficácia na formação superior (Polydoro & Guerreiro-Casanova, 2010). A população estudada era composta por 492 alunos dos cursos de Ciências Contábeis e Administração de quatro instituições de ensino privadas, todas estabelecidas no Estado de São Paulo, sendo duas da região metropolitana e duas de cidades do interior. Os estudantes pesquisados revelaram graus substanciais da síndrome do impostor. O teste do Qui-quadrado foi utilizado para determinar não só as relações entre a síndrome do impostor, a auto-eficácia e o desempenho acadêmico, como também suas relações com as demais variáveis sócio-demográficas. Crenças mais robustas de auto-eficácia impactaram em melhores desempenhos acadêmicos, enquanto que maiores níveis de SI desembocaram em desempenhos menos satisfatórios. A correlação de Pearson indicou que a síndrome do impostor apresentou uma relação negativa com a crença de auto-eficácia. Estes resultados sugerem que possivelmente os aspectos culturais do país influenciam o desenvolvimento e a relação entre a síndrome do impostor, a auto-eficácia e o desempenho acadêmico, o que faz jus a novos estudos futuros. |
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Síndrome do impostor e auto-eficácia de minorias sociais: alunos de contabilidade e administraçãoImpostor syndrome and self-efficacy of social minorities: students of accounting and administrationAcademic performanceAccountantAuto-eficáciaContabilidadeDesempenho acadêmicoImpostor syndromeSelf-efficacySíndrome do impostorO Brasil é comumente associado ao país da diversidade. Seja ela de cunho cultural, histórico, racial ou social, fato é que a diversidade existe em larga extensão no país, inclusive nos meios acadêmicos. Na academia, tal como na sociedade, a inserção de indivíduos diferentes desemboca no estranhamento e nas atitudes preconceituosas. Este preconceito, por sua vez, influencia o desempenho acadêmico do estudante, pois a literatura revela que quanto maiores o preconceito e a discriminação do corpo docente da escola, menores são as notas do aluno. Alguns outros estudos têm procurado identificar a relação entre o desempenho acadêmico e a crença de auto-eficácia. A auto-eficácia pode ser definida como a crença do indivíduo sobre a sua capacidade de desempenho em atividades específicas. São quatro as fontes de desenvolvimento da auto-eficácia: experiências positivas; experiências vicárias; estados fisiológicos e emocionais das pessoas; e persuasão verbal. Das quatro fontes, as experiências positivas são, segundo a literatura, a mais importante e impactante no desenvolvimento e manutenção da auto-eficácia. A Síndrome do Impostor, também chamada de Fenômeno Impostor, tem sido exaustivamente estudada no cenário internacional sob os mais diversos aspectos - educacionais, emocionais, profissionais, etc. Os impostores, assim chamados os portadores da síndrome do impostor, não acreditam que são inteligentes, acreditam que as outras pessoas superestimam suas capacidades, mesmo que as evidências apontem que sejam altamente capazes, e atribuem as suas realizações à sorte ou esforço demasiado. Uma vez que as pessoas são influenciadas mais pela forma como elas lêem suas performances de sucesso, do que pelo sucesso, por si só, as teorias da auto-eficácia e a síndrome do impostor convergem na medida em que a teoria da auto-eficácia apresenta relação com a avaliação dos resultados das ações e a síndrome do impostor, na atribuição do sucesso ou fracasso à capacidade ou ao esforço. Esta pesquisa investigou a influência do fenômeno impostor e da auto-eficácia no desempenho acadêmico dos alunos minoritários, assim entendidos os estudantes bolsistas, principalmente do ProUni e ENADE, dos cursos de Ciências Contábeis e Administração de Empresas. Os instrumentos de pesquisa consistiram em um questionário composto pelas escalas CIPS - Clance Impostor Phenomenon Scale - desenvolvida por Clance (1985) e pela Escala de auto-eficácia na formação superior (Polydoro & Guerreiro-Casanova, 2010). A população estudada era composta por 492 alunos dos cursos de Ciências Contábeis e Administração de quatro instituições de ensino privadas, todas estabelecidas no Estado de São Paulo, sendo duas da região metropolitana e duas de cidades do interior. Os estudantes pesquisados revelaram graus substanciais da síndrome do impostor. O teste do Qui-quadrado foi utilizado para determinar não só as relações entre a síndrome do impostor, a auto-eficácia e o desempenho acadêmico, como também suas relações com as demais variáveis sócio-demográficas. Crenças mais robustas de auto-eficácia impactaram em melhores desempenhos acadêmicos, enquanto que maiores níveis de SI desembocaram em desempenhos menos satisfatórios. A correlação de Pearson indicou que a síndrome do impostor apresentou uma relação negativa com a crença de auto-eficácia. Estes resultados sugerem que possivelmente os aspectos culturais do país influenciam o desenvolvimento e a relação entre a síndrome do impostor, a auto-eficácia e o desempenho acadêmico, o que faz jus a novos estudos futuros.Brazil is usually known as a country of diversity. This diversity can be cultural, historical, racial or social, whatever, diversity exist in a huge part of the country, as well as between academicians. In Academy, like in the society, the input of different people creates a wave toward to conflicts and preconceptions. Furthermore, this preconception acts directly over the student academic performance, so, some studies indicate how much higher the preconception level, lowest is student performance. The focus of some studies is the identification of the relation between the academic performance and the belief of self-efficacy. The self-efficacy is defined as individual belief about the self-performance capability in specifics activities. There are four sources of development of self-efficacy: positive experiences, vicarious experiences, physiological and emotional comportment of people; and verbal persuasion. Positive experiences are the most important sources in development and maintenance of the self-efficacy. The impostor syndrome, known as impostor phenomenon, has been exhaustively studied by the international community under different point of views - educational, emotional, professional etc. The impostors, as are named the people with the symptom of the impostor syndrome, believe they are not intelligent enough. They believe that the other people overestimate their abilities despite the fact the evidences demonstrate that they are absolutely capable, connecting their achievements only with lucky or efforts. In a situation that the people are more influenced by the focus that they see their performance of success, than the real success, the self-efficacy theory and the impostor syndrome converge in the same point that the self-efficacy presents relation with the analysis of results of the actions and the impostor syndrome, in the attribution of success or failure to the capability or effort. This study has investigated the influence of the impostor phenomenon and the self-efficacy effect over the academic performance of scholarship students, mainly the students sponsored by ProUni and ENADE, members of Class of Accounting and Business Management. The instruments of the survey were both a range of questions composed by CIPS scales - Clance Impostor Phenomenon Scale - developed by Clance (1985) and the Scale of self-efficacy in higher education (Polydoro & Guerreiro-Casanova, 2010). The population submitted to the study was composed by 492 students of Accountant and Business Management of four universities located in São Paulo State. The study has shown important degrees of the impostor syndrome, the self-efficacy and the academic performance, as well as their relations with the socio-demographic variants. Stronger self-efficacy belief impact in better academic performance, whereas higher levels of Impostor Syndrome creates not so satisfactory performances. The correlation of Pearson has indicated that the impostor syndrome has presented a negative relation with the self-efficacy belief. These results suggest that possibly the cultural aspects influence in the development and in the relations between impostor syndrome, the self-efficacy and the academic performance, that requires new future studies.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPMartins, Gilberto de AndradeMatos, Patricia Andréa Victorio Camargo de2014-10-31info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/12/12136/tde-07012015-175044/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2016-07-28T16:11:56Zoai:teses.usp.br:tde-07012015-175044Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212016-07-28T16:11:56Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false |
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O Brasil é comumente associado ao país da diversidade. Seja ela de cunho cultural, histórico, racial ou social, fato é que a diversidade existe em larga extensão no país, inclusive nos meios acadêmicos. Na academia, tal como na sociedade, a inserção de indivíduos diferentes desemboca no estranhamento e nas atitudes preconceituosas. Este preconceito, por sua vez, influencia o desempenho acadêmico do estudante, pois a literatura revela que quanto maiores o preconceito e a discriminação do corpo docente da escola, menores são as notas do aluno. Alguns outros estudos têm procurado identificar a relação entre o desempenho acadêmico e a crença de auto-eficácia. A auto-eficácia pode ser definida como a crença do indivíduo sobre a sua capacidade de desempenho em atividades específicas. São quatro as fontes de desenvolvimento da auto-eficácia: experiências positivas; experiências vicárias; estados fisiológicos e emocionais das pessoas; e persuasão verbal. Das quatro fontes, as experiências positivas são, segundo a literatura, a mais importante e impactante no desenvolvimento e manutenção da auto-eficácia. A Síndrome do Impostor, também chamada de Fenômeno Impostor, tem sido exaustivamente estudada no cenário internacional sob os mais diversos aspectos - educacionais, emocionais, profissionais, etc. Os impostores, assim chamados os portadores da síndrome do impostor, não acreditam que são inteligentes, acreditam que as outras pessoas superestimam suas capacidades, mesmo que as evidências apontem que sejam altamente capazes, e atribuem as suas realizações à sorte ou esforço demasiado. Uma vez que as pessoas são influenciadas mais pela forma como elas lêem suas performances de sucesso, do que pelo sucesso, por si só, as teorias da auto-eficácia e a síndrome do impostor convergem na medida em que a teoria da auto-eficácia apresenta relação com a avaliação dos resultados das ações e a síndrome do impostor, na atribuição do sucesso ou fracasso à capacidade ou ao esforço. Esta pesquisa investigou a influência do fenômeno impostor e da auto-eficácia no desempenho acadêmico dos alunos minoritários, assim entendidos os estudantes bolsistas, principalmente do ProUni e ENADE, dos cursos de Ciências Contábeis e Administração de Empresas. Os instrumentos de pesquisa consistiram em um questionário composto pelas escalas CIPS - Clance Impostor Phenomenon Scale - desenvolvida por Clance (1985) e pela Escala de auto-eficácia na formação superior (Polydoro & Guerreiro-Casanova, 2010). A população estudada era composta por 492 alunos dos cursos de Ciências Contábeis e Administração de quatro instituições de ensino privadas, todas estabelecidas no Estado de São Paulo, sendo duas da região metropolitana e duas de cidades do interior. Os estudantes pesquisados revelaram graus substanciais da síndrome do impostor. O teste do Qui-quadrado foi utilizado para determinar não só as relações entre a síndrome do impostor, a auto-eficácia e o desempenho acadêmico, como também suas relações com as demais variáveis sócio-demográficas. Crenças mais robustas de auto-eficácia impactaram em melhores desempenhos acadêmicos, enquanto que maiores níveis de SI desembocaram em desempenhos menos satisfatórios. A correlação de Pearson indicou que a síndrome do impostor apresentou uma relação negativa com a crença de auto-eficácia. Estes resultados sugerem que possivelmente os aspectos culturais do país influenciam o desenvolvimento e a relação entre a síndrome do impostor, a auto-eficácia e o desempenho acadêmico, o que faz jus a novos estudos futuros. |
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