Hendíadis em análise nas traduções para o português de peças de W. Shakespeare

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Valente, Melina Cardoso
Data de Publicação: 2018
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
Texto Completo: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8160/tde-08032019-140113/
Resumo: Esta pesquisa investiga o uso da hendíadis em 3 (três) peças de William Shakespeare (1564- 1616): Macbeth (1603-1606), Twelfth Night (1602), Julius Caesar (1599), e como foram traduzidas para o português por Carlos Alberto Nunes (1897-1990), Barbara Heliodora (1923- 2015) e Beatriz Viégas-Faria (1956-). Hendíadis é uma figura de linguagem cuja estrutura utiliza a conjunção e para conectar dois substantivos com cargas semânticas díspares que apresentam uma ideia única e complexa. Frequente na literatura latina e bíblica, é traço distintivo na linguagem de Shakespeare, sendo utilizada por exemplo no famoso solilóquio de Macbeth, ato 5, cena 5: sound and fury. Após compilação do corpus paralelo bilíngue, o material será analisado à luz das teorias da tradução, especificamente as proposições de Antoine Berman (1942-1991) sobre deformações atuantes nas traduções, de modo a entender como um elemento de difícil identificação e compreensão se comporta quando traduzido para o português. A proposta é evidenciar a estrutura na linguagem e organizar análise sobre essa característica na poética do autor, mais especificamente a apropriação e o modo que aplicava estruturas do latim para o inglês e como (e se) ela tem sido entendida nas traduções para o português no Brasil, onde a tradução da obra dramática de Shakespeare ocorre desde 1933. A pesquisa pretende também servir para a compreensão dos preceitos teóricos do campo a Traductologie desenvolvidos por Antoine Berman que incorporam a crítica de traduções. Ao tratar o tema padrão e quebra de padrão esta pesquisa busca entender como o elemento estranho e complexo é interpretado e assimilado, sem deixar de considerar fatores sociolinguísticos e históricos relativos à produção e à recepção dos textos.
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