A produção da vida como política no cotidiano: A união de terras, trabalho e panelas no \"Grupo Coletivo 14 de Agosto\", em Rondônia

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Nobrega, Juliana da Silva
Data de Publicação: 2013
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
Texto Completo: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/47/47134/tde-31032014-122418/
Resumo: Este estudo foi realizado junto a um grupo de nove famílias de um assentamento do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), em Rondônia. Estas famílias organizam o trabalho e a vida de forma coletiva há mais de dez anos, em torno do Grupo Coletivo 14 de Agosto. Teve como objetivo compreender as vicissitudes do processo organizativo cotidiano desta experiência e os sentidos de trabalho e de vida que vem sendo construídos a partir dela. De inspiração etnográfica, essa pesquisa tomou o cotidiano como horizonte de visibilidade que permitiu entender o processo de coletivização. O cotidiano é entendido enquanto o espaço onde se dá a vida e a ação social (SATO & SOUZA, 2001; SPINK, 2008). Composto basicamente por militantes do MST e do Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA), já nos primeiros anos de acampamento estas famílias começaram a desenvolver práticas de cooperação agrícola e reciprocidade. Depois de significativos experimentos, o grupo resolveu coletivizar definitivamente a terra e trabalhar em sistema de autogestão em todos os setores de produção agrícola. Para dar concretude a essa proposta, sentiram necessidade de coletivizar também parte do trabalho doméstico, passando a ter uma cozinha coletiva. Orientados por uma matriz camponesa e agroecológica, terras, trabalho e cozinha (enquanto espaço de sociabilidade e de trabalho) compõem o tripé que sustenta diariamente a existência do Grupo Coletivo 14 de Agosto. Terras para trabalhar, trabalho livre e associado e a reorganização da vida em torno de uma sociabilidade construída a partir de uma vivência coletiva anticapitalista. Trata-se, nesse sentido, de uma experiência contra-hegemônica que disputa os sentidos da vida e do trabalho na sociedade capitalista por meio de um projeto político profundamente enraizado no cotidiano
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