O Mundo e as telas: vivendo em um emaranhado de conexões
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2024 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP |
Texto Completo: | https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8134/tde-06112024-145620/ |
Resumo: | Esta é uma etnografia das relações que construímos com e por meio das telas. A grande contribuição que espero oferecer com os resultados da pesquisa que venho desenvolvendo desde 2018 é mostrar que pensar a mente como processo é uma perspectiva que enriquece a visão sobre as relações que se dão com e por meio das tecnologias digitais. Inspirado pelas teorias da ecologia da vida (BATESON 1979; 1987[1972]; BATESON & BATESON 1988; INGOLD 2000; 2007; 2012; 2015), do modelo unificado de mente (TOREN 1999; 2012) e naquela proposta pelo neurologista António R. Damásio, a do cérebro de um corpo com mente (2012 [1994]), procuro nessa tese defender a ideia de que é possível pensar na mente não como algo, ou um conjunto de processos que estão confinados no cérebro humano, mas como um sistema complexo, que integra cérebro, corpo, o ambiente e os outros seres que também são, ao mesmo tempo, sistemas e partes de sistemas maiores que cercam o(s) mundo(s) em que habitamos. A partir dessa ideia de mente, ofereço uma perspectiva que vê as telas que nos cercam como pontos de encontro e mecanismos de transformação. A tela é o elo, ou para usar um termo mais técnico, é a interface que nos permite interagir com as tecnologias e essa interação já é transformadora mas também, por meio delas, entrarmos em contato com informações, imagens, paisagens, mundos, seres, coisas e pessoas. Desse contato surgem sensações, afetações, reações, movimentos corporais, sentimentos, reflexões, visões de mundo, catarses, experiências e transformações. Defendo aqui a ideia de que as tecnologias digitais não nos transportam para um mundo desconectado daquele fora delas simplesmente virtual , mas engendram novos tipos de relação, que nos transformam, seja em qual mundo estejamos. |
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O Mundo e as telas: vivendo em um emaranhado de conexõesThe World and the Screens: living in a meshwork of connectionsAnthropologyAntropologiaBecomingDevirDigital technologiesMenteMindRelações com o digitalRelations with digitalTecnologias digitaisEsta é uma etnografia das relações que construímos com e por meio das telas. A grande contribuição que espero oferecer com os resultados da pesquisa que venho desenvolvendo desde 2018 é mostrar que pensar a mente como processo é uma perspectiva que enriquece a visão sobre as relações que se dão com e por meio das tecnologias digitais. Inspirado pelas teorias da ecologia da vida (BATESON 1979; 1987[1972]; BATESON & BATESON 1988; INGOLD 2000; 2007; 2012; 2015), do modelo unificado de mente (TOREN 1999; 2012) e naquela proposta pelo neurologista António R. Damásio, a do cérebro de um corpo com mente (2012 [1994]), procuro nessa tese defender a ideia de que é possível pensar na mente não como algo, ou um conjunto de processos que estão confinados no cérebro humano, mas como um sistema complexo, que integra cérebro, corpo, o ambiente e os outros seres que também são, ao mesmo tempo, sistemas e partes de sistemas maiores que cercam o(s) mundo(s) em que habitamos. A partir dessa ideia de mente, ofereço uma perspectiva que vê as telas que nos cercam como pontos de encontro e mecanismos de transformação. A tela é o elo, ou para usar um termo mais técnico, é a interface que nos permite interagir com as tecnologias e essa interação já é transformadora mas também, por meio delas, entrarmos em contato com informações, imagens, paisagens, mundos, seres, coisas e pessoas. Desse contato surgem sensações, afetações, reações, movimentos corporais, sentimentos, reflexões, visões de mundo, catarses, experiências e transformações. Defendo aqui a ideia de que as tecnologias digitais não nos transportam para um mundo desconectado daquele fora delas simplesmente virtual , mas engendram novos tipos de relação, que nos transformam, seja em qual mundo estejamos.This is an ethnography of the relationships we build with and through screens. The significant contribution that I hope to offer with the results of the research that I have been developing since 2018 is to show how thinking about the mind as a process is a perspective that enriches the vision of the relationships that occur with and through digital technologies. Inspired by the theories of the ecology of mind (BATESON 1979; 1987[1972]; BATESON & BATESON 1988; INGOLD 2000; 2007; 2012; 2015), the unified model of mind (TOREN 1999; 2012), and that proposed by neurologist António R. Damásio, the \"brain of a body with a mind\" (2012 [1994]), I seek in this thesis to defend the idea that it is possible to think of the mind not as a \"thing,\" or a set of processes confined to the human brain, but as a complex system that integrates brain, body, environment, and others which are also, at the same time, systems and parts of larger systems surrounding the world(s) in which we inhabit. From this idea of the mind, I offer a perspective that sees the screens around us as meeting points and mechanisms of transformation. The screen is the link, or to use a more technical term, the interface that allows us to interact with technologies and this interaction is already transformative but also, through them, to come into contact with information, images, landscapes, worlds, beings, things, and people. Sensations, affectations, reactions, bodily movements, feelings, reflections, worldviews, catharses, experiences, and transformations arise from this contact. Here, I argue that digital technologies do not transport us to a world disconnected from that outside of them simply \"virtual\" but engender new types of relationships that transform us, regardless of the world we are inBiblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPNovaes, Sylvia Maria CaiubyIssa, Victor Eiji2024-06-07info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfhttps://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8134/tde-06112024-145620/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2024-11-06T17:00:02Zoai:teses.usp.br:tde-06112024-145620Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212024-11-06T17:00:02Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false |
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