Formação de professores polivalentes para o ensino de língua portuguesa como 2ª língua para surdos: desafios e possibilidades

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Matos, Daniela Schlic
Data de Publicação: 2022
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
Texto Completo: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/48/48140/tde-17112022-124040/
Resumo: Nesta pesquisa, de abordagem qualitativa, fundamentada na teoria sócio-históricacultural de Vygotsky, buscamos conhecer e refletir sobre trajetória formativa de professores polivalentes atuantes em classes bilíngues de surdos, de uma rede pública de um município da Grande São Paulo. Investigamos como se deu a formação desses professores ao longo de sua trajetória. Refletimos a respeito da formação do professor, a partir de autores como Nóvoa (2013), Imbernón (2011), Tardif (2014), Tardif e Lessard (2014), Libâneo (2013), Gatti (2013) e Gatti e Nunes (2009). Discutimos a Educação Bilíngue, de maneira geral, a partir autores como Garcia e Woodley (2015) e a Educação Bilíngue de surdos, a partir de Grosjean (2010). Discutimos também sobre o ensino da língua portuguesa escrita baseado em autores como Colello (2004; 2007); Soares (2004; 2016), Morais (2012) e o ensino de língua portuguesa para surdos a partir de autores como Fernandes, S. (2006b) e Pereira (2014). A pesquisa apresenta uma triangulação de instrumentos: análise do currículo de ensino de língua portuguesa para os estudantes surdos, próprio da rede de ensino; dados do questionário respondido pelos professores, buscando conhecer suas formações; e entrevistas realizadas com os participantes. As entrevistas foram realizadas seguindo a metodologia da Entrevista Reflexiva, proposta por Szymanski (2000; 2011) e analisadas a partir da análise de conteúdo (SZYMANSKY; ALMEIDA; PRANDINI, 2011; GOMES, 2016), utilizando a triangulação de instrumentos, do que resultaram as seguintes categorias: 1) Formação inicial: limitações para o ensino da língua portuguesa como segunda língua; 2) Formação pela prática do ensino de língua portuguesa como segunda língua; 3) Formação contínua para a construção de práticas para o ensino de língua portuguesa como segunda língua. Os dados produzidos e analisados indicam que, embora existam previsões legais de que os professores devem receber formação didático-metodológica quanto ao ensino de língua portuguesa como segunda língua, de maneira geral, a formação recebida por eles aborda pouco e superficialmente tal questão ou não aborda. Diante disso, os professores se deparam com a necessidade de construir suas práticas primordialmente a partir de observações do contexto de atuação, o qual impõe desafios, tais como a chegada dos alunos sem Libras às classes bilíngues. Os professores se sentem, muitas vezes, inseguros quanto ao ensino de língua portuguesa como segunda língua e demandam formação. Este cenário indica o desafio da formação de professores para o ensino da língua portuguesa como segunda língua para os estudantes surdos e a necessidade fundamental e urgente da construção de políticas públicas que ofereçam esta formação aos professores.
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spelling Formação de professores polivalentes para o ensino de língua portuguesa como 2ª língua para surdos: desafios e possibilidadesTraining of primary school teachers for teaching Portuguese as a second language for the deaf: challenges and possibilitiesBilingual educationEducação bilíngueFormação de professoresLibrasLibrasLíngua Portuguesa como segunda línguaLíngua Portuguesa para surdosPortuguese Language as a Second LanguagePortuguese Language for the DeafTeacher TrainingNesta pesquisa, de abordagem qualitativa, fundamentada na teoria sócio-históricacultural de Vygotsky, buscamos conhecer e refletir sobre trajetória formativa de professores polivalentes atuantes em classes bilíngues de surdos, de uma rede pública de um município da Grande São Paulo. Investigamos como se deu a formação desses professores ao longo de sua trajetória. Refletimos a respeito da formação do professor, a partir de autores como Nóvoa (2013), Imbernón (2011), Tardif (2014), Tardif e Lessard (2014), Libâneo (2013), Gatti (2013) e Gatti e Nunes (2009). Discutimos a Educação Bilíngue, de maneira geral, a partir autores como Garcia e Woodley (2015) e a Educação Bilíngue de surdos, a partir de Grosjean (2010). Discutimos também sobre o ensino da língua portuguesa escrita baseado em autores como Colello (2004; 2007); Soares (2004; 2016), Morais (2012) e o ensino de língua portuguesa para surdos a partir de autores como Fernandes, S. (2006b) e Pereira (2014). A pesquisa apresenta uma triangulação de instrumentos: análise do currículo de ensino de língua portuguesa para os estudantes surdos, próprio da rede de ensino; dados do questionário respondido pelos professores, buscando conhecer suas formações; e entrevistas realizadas com os participantes. As entrevistas foram realizadas seguindo a metodologia da Entrevista Reflexiva, proposta por Szymanski (2000; 2011) e analisadas a partir da análise de conteúdo (SZYMANSKY; ALMEIDA; PRANDINI, 2011; GOMES, 2016), utilizando a triangulação de instrumentos, do que resultaram as seguintes categorias: 1) Formação inicial: limitações para o ensino da língua portuguesa como segunda língua; 2) Formação pela prática do ensino de língua portuguesa como segunda língua; 3) Formação contínua para a construção de práticas para o ensino de língua portuguesa como segunda língua. Os dados produzidos e analisados indicam que, embora existam previsões legais de que os professores devem receber formação didático-metodológica quanto ao ensino de língua portuguesa como segunda língua, de maneira geral, a formação recebida por eles aborda pouco e superficialmente tal questão ou não aborda. Diante disso, os professores se deparam com a necessidade de construir suas práticas primordialmente a partir de observações do contexto de atuação, o qual impõe desafios, tais como a chegada dos alunos sem Libras às classes bilíngues. Os professores se sentem, muitas vezes, inseguros quanto ao ensino de língua portuguesa como segunda língua e demandam formação. Este cenário indica o desafio da formação de professores para o ensino da língua portuguesa como segunda língua para os estudantes surdos e a necessidade fundamental e urgente da construção de políticas públicas que ofereçam esta formação aos professores.In this research, with a qualitative approach, based on Vygotsky\'s socio-historicalcultural theory, we seek to know and reflect on the formative trajectory of primary school teachers working in bilingual classes for the deaf, in a public school in a city in São Paulo. We seek to investigate how these teachers were trained throughout their trajectory. We reflect on teacher training, based on authors such as Nóvoa (2013), Imbernón (2011), Tardif (2014), Tardif and Lessard (2014), Libâneo (2013), Gatti (2013) and Gatti and Nunes (2009). We discuss bilingual education, in general, from authors such as Garcia and Woodley (2015) and bilingual education of the deaf, from Grosjean (2010). We also discuss the teaching of written Portuguese based on authors such as Colello (2004; 2007); Soares (2004; 2016), Morais (2012) and teaching Portuguese for the deaf from Fernandes, S. (2006b) and Pereira (2014). The research presents a triangulation of instruments: analysis of the school´s city Portuguese language teaching curriculum for deaf students; data from a questionnaire answered by teachers, seeking to know their training; and interviews with the participants. The interviews were carried out following the Reflective Interview methodology, proposed by Szymanski (2000; 2011) and analyzed from the content analysis (SZYMANSKY, ALMEIDA and PRANDINI, 2011; GOMES, 2016), using the triangulation of instruments, which resulted in the following categories: 1) Initial training: limitations for teaching Portuguese as a second language; 2) Training through practice of teaching Portuguese as a second language; 3) Continuing training for the construction of practices for teaching Portuguese as a second language. The data produced and analyzed indicate that, although there are legal provisions that teachers must receive didactic-methodological training regarding the teaching of Portuguese as a second language, in general, the training received by them addresses little and superficially this issue or does not address at all. Therefore, teachers are faced with the need to build their practices primarily from observations of action context, which imposes challenges, such as the arrival of students without Libras to bilingual classes. Teachers often feel insecure about teaching Portuguese as a second language and demand training in this area. This scenario indicates the challenge of teacher training for teaching Portuguese as a second language for deaf students and the fundamental and urgent need to build public policies that offer this training to teachers.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPMolina, Karina Soledad MaldonadoMatos, Daniela Schlic2022-09-12info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfhttps://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/48/48140/tde-17112022-124040/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2022-11-17T20:47:09Zoai:teses.usp.br:tde-17112022-124040Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212022-11-17T20:47:09Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false
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