Desenvolvimento de material de embalagem a partir de resíduo cervejeiro

• Autor(a) principal: Oliveira, Jonas Cardoso de
• Data de Publicação: 2021
• Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UTFPR (da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (RIUT))
• Texto Completo: http://repositorio.utfpr.edu.br/jspui/handle/1/26117
• topic: CNPQ::CIENCIAS AGRARIAS::CIENCIA E TECNOLOGIA DE ALIMENTOS::ENGENHARIA DE ALIMENTOS; Embalagens; Reaproveitamento (Sobras, refugos, etc.); Cerveja; Packaging; Recycling (Waste, etc.); Beer

Decorrente o avanço científico e tecnológico, indústrias de embalagens que utilizam como matéria-prima, papéis, jornais, revistas e rascunhos, devem se atentar às novas fontes celulósicas para fabricação de seus produtos. A utilização de recursos naturais renováveis vem como uma alternativa para este impasse, a fim de desenvolver tecnologias e produtos que possuem capacidade de degradação elevada sem gerar resíduos tóxicos. A utilização de resíduos agroindustriais gera um grande interesse para obtenção de blendas poliméricas reforçadas, por geralmente apresentar fonte de fibras e celulose. O bagaço de malte de cevada é um subproduto da indústria cervejeira, gerado em grandes quantidades, e uma forma de diminuir o impacto deste ao meio ambiente é reutilizando-o para a produção de materiais de embalagem. Dessa forma, o estudo teve como objetivo a caracterização do bagaço de malte e o desenvolvimento de material de embalagem a partir do resíduo cervejeiro. Foi analisada a composição centesimal do bagaço de malte, teor de celulose, condições de extração de celulose e elaboradas blendas poliméricas reforçadas com bagaço de malte de cevada e adição de amido, glicerol, levedura residual da indústria cervejeira e glutaraldeído em diferentes proporções de acordo com o delineamento fatorial fracionado proposto. O material de embalagem foi submetido a análises de resistência mecânica, térmica, densidade, absorção de água e umidade. Foram realizadas análises de variância, qui-quadrado, coeficiente de regressão linear e gerados gráficos de superfície de resposta. Decorrente o estudo, o subproduto da indústria cervejeira utilizado apresentou uma maior proporção de fibras e proteínas de 39,70 e 24,83%, respectivamente e um teor de celulose de 9,60%, sendo que este último se elevou para 26,34% após processo de deslignificação. Assim, foi utilizado o bagaço de malte deslignificado (BMD) para a produção de blendas poliméricas reforçadas que apresentaram resultados de resistência a tração com variação de 0,0002 a 0,0065N.mm-2, deformação de 0,0058 a 0,0345, densidade de 174,09 a 360,44 kg.m-3, umidade de 16,24 a 98,71%, condutividade térmica de 0,0033 a 0,0559 W.m-1.K-1, e absorção em água de 159,72 a 385,26%. Considerando o exposto, foi visto que com o resíduo agroindustrial bagaço de malte, foi possível produzir blendas poliméricas reforçadas, e dos aditivos adicionados, somente o glutaraldeído não apresentou um comportamento significativo positivo para os resultados. O material de embalagem produzido se mostrou capaz de ser um isolante térmico, por possuir uma baixa condutividade térmica com variância de 0,0033 a 0,0559 W.m-1.K-1. Ainda, tomando como base a resistência a tração (RT) e umidade os ensaios 11 e 13 apresentaram melhores resultados. Tais ensaios, obtiveram valores de RT de 0,0112 N.mm-2 e 0,0052 N.mm-2 e umidade de 18,18 % e 16,24%. Tais ensaios produziram materiais de embalagem com densidade de 238,95 kg.m-3 e 174,09 kg.m-3, condutividade térmica de 0,0479 W.m-1.K-1 e 0,0494 W.m-1.K-1 , absorção em água de 317,74% e 346,31% e deformação de 0,0102 e 0,0183.