Doença de Crohn e uso de probióticos como tratamento adjuvante / Crohn's disease and use of probiotics as adjuvant treatment

• Autor(a) principal: Feitosa, Paula da Silva
• Data de Publicação: 2021
• Outros Autores: de Sousa, Alexandre Venâncio
• Tipo de documento: Artigo
• Idioma: por
• Título da fonte: Revista Veras
• Texto Completo: https://ojs.brazilianjournals.com.br/ojs/index.php/BRJD/article/view/28986
• topic: Doenças Inflamatórias Intestinais; Doença de Crohn; microbiota; probióticos.

INTRODUÇÃO: a Doença de Crohn (DC) faz parte da gama das Doenças Inflamatórias Intestinais (DII). Cursa com reação inflamatória que pode acometer cronicamente todo trato gastrointestinal, podendo cursar com repercussões locais e sistêmicas que influenciarão na qualidade de vida dos pacientes. Nas últimas décadas tem havido um aumento na incidência da doença e consequentemente de pesquisas por medicamentos que aumentem a eficácia do tratamento. Nesse contexto, os probióticos, que há pouco haviam perdido influência, voltam a realizar papel importante na imunomodulação do processo inflamatório que caracteriza a doença. OBJETIVO: discutir, de modo objetivo, a alteração do curso da Doença de Crohn com o uso de probióticos como terapia adjuvante. MÉTODO: revisão de literatura sistemática com pesquisa bibliográfica em fontes secundárias Scielo, Pubmed e Cochrane. Foram empregados os termos Doença de Crohn, probióticos e microbiota, em publicações datadas entre o período de 1990 a 2019. RESULTADOS: a Doença de Crohn tem causa multifatorial. Aponta-se o envolvimento de genes como NOD2, ATG16L1 e IRGM que atuam em vias de ativação do sistema imunológico contra micro organismos. Associado a isso, acredita-se que haja uma perda de regulação da resposta imunológica contra bactérias não residentes no trato gastrointestinal, o que poderia levar a uma amplificação da resposta inflamatória contra esses antígenos. Perpetuando esse processo inflamatório há uma disbiose no ecossistema intestinal dos acometidos pela doença, com um aumento de bactérias com potencial patogênico como enterobactérias e redução das que tem papel essencial para manutenção da homeostase intestinal. Nesse contexto, o emprego de probióticos, que contém micro organismos que mimetizam a floral intestinal de um indivíduo normal, parece apresentar efeitos anti-inflamatórios, que refletem no aumento da tolerância imunológica e alteração do curso da doença. CONCLUSÃO: apesar dos resultados animadores que tem se notado com o uso de probióticos de modo adjuvante no tratamento da doença, mais estudos ainda devem ser realizados a fim de comprovar a sua eficácia. O que se nota é um futuro esperançoso não em relação a cura da doença, mas sim em relação ao seu controle, o que está relacionado a uma melhor qualidade de vida dos portadores da DC.