Novas Diretrizes Curriculares Nacionais e a Formação Médica: Expectativas dos Discentes do Primeiro Ano do Curso de Medicina de uma Instituição de Ensino Superior

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Meireles,Maria Alexandra de Carvalho
Data de Publicação: 2019
Outros Autores: Fernandes,Cássia do Carmo Pires, Silva,Lorena Souza e
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Revista Brasileira de Educação Médica (Online)
Texto Completo: http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-55022019000200067
Resumo: RESUMO As perspectivas dos discentes, seus desapontamentos ou realizações interferem de maneira significativa no processo de aprendizagem e na maneira como eles veem a profissão. Este estudo propôs avaliar a relação entre as Novas Diretrizes Curriculares Nacionais para o Curso de Medicina (DCN), implementadas em 2014, e as expectativas quanto à formação acadêmica de discentes do primeiro ano do curso de Medicina de uma instituição particular de educação superior, situada no Estado de Minas Gerais. O estudo utilizou o método quanti-qualitativo, com aplicação de questionários que abordavam aspectos como perfil do discente, motivações iniciais e expectativas sobre sua formação acadêmica, planos e projetos futuros em relação à profissão e conhecimento sobre as DCN. Os resultados quanto ao perfil desses estudantes indicaram predomínio de discentes do sexo feminino, procedentes do interior do Estado de Minas Gerais, na faixa etária de 18 a 20 anos e que ingressaram na instituição por meio do vestibular, tendo prestado o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). As principais motivações para a escolha do curso de Medicina incluíram aptidões pessoais e vocacionais e possibilidade de realização pessoal; as expectativas quanto à formação acadêmica incluíram a inserção em contextos hospitalares nos anos iniciais do curso e o desejo de atuar no processo saúde-doença em diferentes níveis de atenção, promovendo a recuperação e reabilitação da saúde. Os projetos pós-formatura desses discentes incluem fazer residência médica, buscar competência profissional, conciliar trabalho e qualidade de vida e tornarem-se médicos especialistas/subespecialistas. Numa visão global, os alunos se declararam satisfeitos com a graduação, apontando apenas algumas falhas no processo ensino-aprendizagem. A maioria dos discentes do primeiro período (56%) demonstrou desconhecimento em relação às DCN de 2001 e 2014, e a maioria dos discentes do segundo período (54,8%) relatou o conhecimento apenas das diretrizes de 2014, sendo a faculdade apontada como a principal fonte de informação sobre as novas DCN. As expectativas dos discentes corroboram, em sua maioria, os princípios, fundamentos e finalidades da formação em Medicina previstos nas novas DCN do curso no que tange às principais competências e habilidades gerais da formação médica, como a Atenção Integral à Saúde, Educação em Saúde e Gestão em Saúde, bem como sobre as novas dimensões abordadas nessas diretrizes. No entanto, alguns pontos de desencontro foram observados, como, por exemplo: baixa intenção de se tornarem profissionais generalistas e terem sua formação voltada à atenção primária, o que é preconizado nas diretrizes; intenção de cuidar da própria saúde mental (ponto não abordado nas novas diretrizes); e certa resistência a respeito da inclusão de novas disciplinas e de novas metodologias ativas de aprendizado em detrimento da valorização dos métodos tradicionais de ensino.
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