Relações nominais em mundurukú: posse vs. modificação

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Picanço, Gessiane Lobato
Data de Publicação: 1998
Outros Autores: Moore, Dennis Albert
Tipo de documento: Artigo de conferência
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional do MPEG
Texto Completo: https://repositorio.museu-goeldi.br/handle/mgoeldi/1813
Resumo: A língua Mundurukú (tronco Tupí) é falada na região do Alto Tapajós por uma população que ultrapassa quatro mil falantes distribuídos em aproximadamente oitenta e sete aldeias. Em várias línguas Tupí há uma variedade de tipos de construções nominais, frequentemente sem marcação explícita. Como contribuição à tipologia da Sintaxe Tupí, investigamos essas construções nominais em Mundurukú. Nessa língua, os nomes têm sub-categorização intrínseca para o tipo de construção que formam, e também processos de derivação para alterar a sub-categorização. Na análise, utilizando-se dados originais coletados junto a falantes nativos da língua, observou-se que as construções possessivas em Mundurukú dividem os nomes em "alienáveis" e "inalienáveis", O padrão geral de uma construção genitiva consiste de um pronome ou de um nome, o possuidor, seguido do nome possuído. A questão é que o padrão [N1N2] ou pode representar uma relação possuidor-possuído ou indicar uma relação modificador-núcleo, dependendo de quais sub-categorias nominais estejam envolvidas. Há alguns critérios que permitem distinguir a posse da modificação, como: (i) N 1, sendo o possuidor, precisa ser [+ANIMADO]; (ii) N 1 sendo [-ANIMADO] indica que este é necessariamente um modificador; e (iii) somente o possuidor pode ser substituído diretamente por prefixos pessoais. Os resultados indicam que as construções nominais em Mundurukú têm características em comum com construções correspondentes nas famílias Mondé e Ramarama.
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spelling 2023-01-16T15:16:01Z2023-01-162023-01-16T15:16:01Z1998-06-24PICANÇO, Gessiane Lobato; MOORE, Dennis Albert. Relações nominais em mundurukú: posse vs. modificação. In: SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA DO MUSEU GOELDI, 6., 1998, Belém. Livro de resumos. Belém: MPEG, 1998.https://repositorio.museu-goeldi.br/handle/mgoeldi/1813A língua Mundurukú (tronco Tupí) é falada na região do Alto Tapajós por uma população que ultrapassa quatro mil falantes distribuídos em aproximadamente oitenta e sete aldeias. Em várias línguas Tupí há uma variedade de tipos de construções nominais, frequentemente sem marcação explícita. Como contribuição à tipologia da Sintaxe Tupí, investigamos essas construções nominais em Mundurukú. Nessa língua, os nomes têm sub-categorização intrínseca para o tipo de construção que formam, e também processos de derivação para alterar a sub-categorização. Na análise, utilizando-se dados originais coletados junto a falantes nativos da língua, observou-se que as construções possessivas em Mundurukú dividem os nomes em "alienáveis" e "inalienáveis", O padrão geral de uma construção genitiva consiste de um pronome ou de um nome, o possuidor, seguido do nome possuído. A questão é que o padrão [N1N2] ou pode representar uma relação possuidor-possuído ou indicar uma relação modificador-núcleo, dependendo de quais sub-categorias nominais estejam envolvidas. Há alguns critérios que permitem distinguir a posse da modificação, como: (i) N 1, sendo o possuidor, precisa ser [+ANIMADO]; (ii) N 1 sendo [-ANIMADO] indica que este é necessariamente um modificador; e (iii) somente o possuidor pode ser substituído diretamente por prefixos pessoais. Os resultados indicam que as construções nominais em Mundurukú têm características em comum com construções correspondentes nas famílias Mondé e Ramarama.The Mundurukú language (Tupí trunk) is spoken in the Upper Tapajós region by a population exceeding four thousand speakers distributed in approximately eighty-seven villages. In several Tupí languages there is a variety of types of nominal constructions, often without explicit marking. As a contribution to the typology of Tupí Syntax, we investigate these nominal constructions in Mundurukú. In this language, nouns have intrinsic subcategorization for the type of construction they form, and also derivation processes to change the subcategorization. In the analysis, using original data collected from native speakers of the language, it was observed that possessive constructions in Mundurukú divide names into "alienable" and "inalienable", The general pattern of a genitive construction consists of a pronoun or a noun, the possessor, followed by the possessed name. The point is that the [N1N2] pattern can either represent a possessor-possessed relationship or indicate a modifier-noun relationship, depending on which nominal sub-categories are involved. There are some criteria for distinguishing possessor from modifier, such as: (i) N 1, being the possessor, needs to be [+ANIMATED]; (ii) N 1 being [-ANIMATED] indicates that this is necessarily a modifier; and (iii) only possessor can be directly replaced by personal prefixes. The results indicate that nominal constructions in Mundurukú have features in common with corresponding constructions in the Mondé and Ramarama families.porMuseu Paraense Emílio GoeldiMPEGBrasilRelações nominais em mundurukú: posse vs. modificaçãoCNPQ::CIENCIAS HUMANASMundurukúTupiMondéRamaramaRelações nominais em mundurukú: posse vs. modificaçãoNominal relations in Mundurukú: possession vs. modificationinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/conferenceObjectPicanço, Gessiane LobatoMoore, Dennis Albertinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional do MPEGinstname:Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG)instacron:MPEGORIGINAL32.RELAÇÃO NOMINAIS EM MUNDURUKÚ.pdf32.RELAÇÃO NOMINAIS EM MUNDURUKÚ.pdfapplication/pdf419920https://repositorio.museu-goeldi.br/bitstream/mgoeldi/1813/1/32.RELA%c3%87%c3%83O%20NOMINAIS%20EM%20MUNDURUK%c3%9a.pdf806af6d60bbe6ca84b468f22f282da59MD51LICENSElicense.txtlicense.txttext/plain1748https://repositorio.museu-goeldi.br/bitstream/mgoeldi/1813/2/license.txt8a4605be74aa9ea9d79846c1fba20a33MD52TEXT32.RELAÇÃO NOMINAIS EM MUNDURUKÚ.pdf.txt32.RELAÇÃO NOMINAIS EM MUNDURUKÚ.pdf.txtExtracted texttext/plain1785https://repositorio.museu-goeldi.br/bitstream/mgoeldi/1813/3/32.RELA%c3%87%c3%83O%20NOMINAIS%20EM%20MUNDURUK%c3%9a.pdf.txte3ad6c2e31331191f256697d130fc72cMD53THUMBNAIL32.RELAÇÃO NOMINAIS EM MUNDURUKÚ.pdf.jpg32.RELAÇÃO NOMINAIS EM MUNDURUKÚ.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg1565https://repositorio.museu-goeldi.br/bitstream/mgoeldi/1813/4/32.RELA%c3%87%c3%83O%20NOMINAIS%20EM%20MUNDURUK%c3%9a.pdf.jpg111b939efcf7003d2dfab8c82ce03235MD54mgoeldi/18132023-01-17 03:01:04.986oai:repositorio.museu-goeldi.br:mgoeldi/1813Tk9URTogUExBQ0UgWU9VUiBPV04gTElDRU5TRSBIRVJFClRoaXMgc2FtcGxlIGxpY2Vuc2UgaXMgcHJvdmlkZWQgZm9yIGluZm9ybWF0aW9uYWwgcHVycG9zZXMgb25seS4KCk5PTi1FWENMVVNJVkUgRElTVFJJQlVUSU9OIExJQ0VOU0UKCkJ5IHNpZ25pbmcgYW5kIHN1Ym1pdHRpbmcgdGhpcyBsaWNlbnNlLCB5b3UgKHRoZSBhdXRob3Iocykgb3IgY29weXJpZ2h0Cm93bmVyKSBncmFudHMgdG8gRFNwYWNlIFVuaXZlcnNpdHkgKERTVSkgdGhlIG5vbi1leGNsdXNpdmUgcmlnaHQgdG8gcmVwcm9kdWNlLAp0cmFuc2xhdGUgKGFzIGRlZmluZWQgYmVsb3cpLCBhbmQvb3IgZGlzdHJpYnV0ZSB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gKGluY2x1ZGluZwp0aGUgYWJzdHJhY3QpIHdvcmxkd2lkZSBpbiBwcmludCBhbmQgZWxlY3Ryb25pYyBmb3JtYXQgYW5kIGluIGFueSBtZWRpdW0sCmluY2x1ZGluZyBidXQgbm90IGxpbWl0ZWQgdG8gYXVkaW8gb3IgdmlkZW8uCgpZb3UgYWdyZWUgdGhhdCBEU1UgbWF5LCB3aXRob3V0IGNoYW5naW5nIHRoZSBjb250ZW50LCB0cmFuc2xhdGUgdGhlCnN1Ym1pc3Npb24gdG8gYW55IG1lZGl1bSBvciBmb3JtYXQgZm9yIHRoZSBwdXJwb3NlIG9mIHByZXNlcnZhdGlvbi4KCllvdSBhbHNvIGFncmVlIHRoYXQgRFNVIG1heSBrZWVwIG1vcmUgdGhhbiBvbmUgY29weSBvZiB0aGlzIHN1Ym1pc3Npb24gZm9yCnB1cnBvc2VzIG9mIHNlY3VyaXR5LCBiYWNrLXVwIGFuZCBwcmVzZXJ2YXRpb24uCgpZb3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgdGhlIHN1Ym1pc3Npb24gaXMgeW91ciBvcmlnaW5hbCB3b3JrLCBhbmQgdGhhdCB5b3UgaGF2ZQp0aGUgcmlnaHQgdG8gZ3JhbnQgdGhlIHJpZ2h0cyBjb250YWluZWQgaW4gdGhpcyBsaWNlbnNlLiBZb3UgYWxzbyByZXByZXNlbnQKdGhhdCB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gZG9lcyBub3QsIHRvIHRoZSBiZXN0IG9mIHlvdXIga25vd2xlZGdlLCBpbmZyaW5nZSB1cG9uCmFueW9uZSdzIGNvcHlyaWdodC4KCklmIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uIGNvbnRhaW5zIG1hdGVyaWFsIGZvciB3aGljaCB5b3UgZG8gbm90IGhvbGQgY29weXJpZ2h0LAp5b3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgeW91IGhhdmUgb2J0YWluZWQgdGhlIHVucmVzdHJpY3RlZCBwZXJtaXNzaW9uIG9mIHRoZQpjb3B5cmlnaHQgb3duZXIgdG8gZ3JhbnQgRFNVIHRoZSByaWdodHMgcmVxdWlyZWQgYnkgdGhpcyBsaWNlbnNlLCBhbmQgdGhhdApzdWNoIHRoaXJkLXBhcnR5IG93bmVkIG1hdGVyaWFsIGlzIGNsZWFybHkgaWRlbnRpZmllZCBhbmQgYWNrbm93bGVkZ2VkCndpdGhpbiB0aGUgdGV4dCBvciBjb250ZW50IG9mIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uLgoKSUYgVEhFIFNVQk1JU1NJT04gSVMgQkFTRUQgVVBPTiBXT1JLIFRIQVQgSEFTIEJFRU4gU1BPTlNPUkVEIE9SIFNVUFBPUlRFRApCWSBBTiBBR0VOQ1kgT1IgT1JHQU5JWkFUSU9OIE9USEVSIFRIQU4gRFNVLCBZT1UgUkVQUkVTRU5UIFRIQVQgWU9VIEhBVkUKRlVMRklMTEVEIEFOWSBSSUdIVCBPRiBSRVZJRVcgT1IgT1RIRVIgT0JMSUdBVElPTlMgUkVRVUlSRUQgQlkgU1VDSApDT05UUkFDVCBPUiBBR1JFRU1FTlQuCgpEU1Ugd2lsbCBjbGVhcmx5IGlkZW50aWZ5IHlvdXIgbmFtZShzKSBhcyB0aGUgYXV0aG9yKHMpIG9yIG93bmVyKHMpIG9mIHRoZQpzdWJtaXNzaW9uLCBhbmQgd2lsbCBub3QgbWFrZSBhbnkgYWx0ZXJhdGlvbiwgb3RoZXIgdGhhbiBhcyBhbGxvd2VkIGJ5IHRoaXMKbGljZW5zZSwgdG8geW91ciBzdWJtaXNzaW9uLgo=Repositório ComumONGhttp://repositorio.museu-goeldi.br/oai/requestopendoar:2023-01-17T06:01:04Repositório Institucional do MPEG - Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG)false
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