[pt] LER E ESCREVER NAS AULAS DE CIÊNCIAS: POTENCIALIDADES E LIMITES
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2018 |
Tipo de documento: | Outros |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da PUC-RIO (Projeto Maxwell) |
Texto Completo: | https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/colecao.php?strSecao=resultado&nrSeq=34671@1 https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/colecao.php?strSecao=resultado&nrSeq=34671@2 http://doi.org/10.17771/PUCRio.acad.34671 |
Resumo: | [pt] O principal objetivo da pesquisa foi investigar relações entre atividades pedagógicas da disciplina escolar Ciências e processos de ensino-aprendizagem de leitura e de escrita. Considerando que a aquisição da linguagem escrita é um compromisso da educação escolar, especialmente em sociedades grafocêntricas atuais, o estudo procurou construir reflexões sobre possíveis contribuições do ensino de Ciências para formação de estudantes leitores e produtores de textos escritos. A investigação incluiu observações de aulas de Ciências de três diferentes professoras em três turmas de sexto ano do ensino fundamental de escolas da rede municipal do Rio de Janeiro. Foram também realizadas entrevistas semiestruturadas com as professoras e grupos de alunos das turmas, e análise dos materiais utilizados nas aulas. Os referenciais teórico-metodológicos baseiam-se em Bakhtin e trazem contribuições da perspectiva sociointeracionista da linguagem. A teoria sócio-histórica de Goodson colabora para a compreensão de características da disciplina escolar Ciências. Os resultados mostram que o espaço-tempo das aulas de Ciências é também um espaço-tempo para ler e escrever. O conhecimento escolar em Ciências é construído através da linguagem escrita, de forma que diferentes atividades envolvendo leitura e escrita acontecem nas aulas de Ciências. As professoras realizam a mediação da interação entre os estudantes e a linguagem escrita, influenciando seus processos de leitura e produção textual. Na mediação, elas atuam mobilizando estratégias e sistemas de conhecimento (linguístico, de mundo e interacional) necessários para que os estudantes leiam e escrevam, possibilitando a construção de sentidos para os textos. No diálogo em torno dos textos, gêneros primários e secundários do discurso aparecem, de maneira que as professoras trazem elementos cotidianos para a interação entre o texto e os alunos e, ao mesmo tempo, contribuem para a complexificação da linguagem, aproximando-a da forma escrita. Na cadeia discursiva da sala de aula, textos de variados gêneros aparecem e se associam às diferentes tradições curriculares da disciplina escolar Ciências. As professoras mesclam em suas falas diferentes concepções, que perpassam desde o entendimento da leitura e da escrita com foco na estrutura do texto até a compreensão destas atividades como uma interação social entre autor-texto-leitor. A centralidade da linguagem escrita nas aulas de Ciências e os conhecimentos e estratégias ativadas para que os estudantes interajam com textos escritos mostram o potencial da disciplina escolar Ciências para o ensino-aprendizagem da leitura e da escrita. Limites são estabelecidos pelas dificuldades relacionadas à formação docente e por questões estruturais, referentes ao controle do trabalho das professoras pelas avaliações externas e à falta de recursos. Espera-se que a investigação possa contribuir com reflexões para o entendimento das aulas de Ciências como um espaço-tempo da linguagem escrita, importante para a formação de leitores e autores críticos e maduros, que possam se inserir em um mundo permeado por práticas sociais de leitura e escrita. |
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[pt] LER E ESCREVER NAS AULAS DE CIÊNCIAS: POTENCIALIDADES E LIMITES[en] READING AND WRITING IN SCIENCE CLASSES: POTENTIALITIES AND LIMITATIONS[pt] LEITURA[pt] ENSINO DE CIENCIAS[pt] ESCRITA[en] READING[en] SCIENCE TEACHING[en] WRITING[pt] O principal objetivo da pesquisa foi investigar relações entre atividades pedagógicas da disciplina escolar Ciências e processos de ensino-aprendizagem de leitura e de escrita. Considerando que a aquisição da linguagem escrita é um compromisso da educação escolar, especialmente em sociedades grafocêntricas atuais, o estudo procurou construir reflexões sobre possíveis contribuições do ensino de Ciências para formação de estudantes leitores e produtores de textos escritos. A investigação incluiu observações de aulas de Ciências de três diferentes professoras em três turmas de sexto ano do ensino fundamental de escolas da rede municipal do Rio de Janeiro. Foram também realizadas entrevistas semiestruturadas com as professoras e grupos de alunos das turmas, e análise dos materiais utilizados nas aulas. Os referenciais teórico-metodológicos baseiam-se em Bakhtin e trazem contribuições da perspectiva sociointeracionista da linguagem. A teoria sócio-histórica de Goodson colabora para a compreensão de características da disciplina escolar Ciências. Os resultados mostram que o espaço-tempo das aulas de Ciências é também um espaço-tempo para ler e escrever. O conhecimento escolar em Ciências é construído através da linguagem escrita, de forma que diferentes atividades envolvendo leitura e escrita acontecem nas aulas de Ciências. As professoras realizam a mediação da interação entre os estudantes e a linguagem escrita, influenciando seus processos de leitura e produção textual. Na mediação, elas atuam mobilizando estratégias e sistemas de conhecimento (linguístico, de mundo e interacional) necessários para que os estudantes leiam e escrevam, possibilitando a construção de sentidos para os textos. No diálogo em torno dos textos, gêneros primários e secundários do discurso aparecem, de maneira que as professoras trazem elementos cotidianos para a interação entre o texto e os alunos e, ao mesmo tempo, contribuem para a complexificação da linguagem, aproximando-a da forma escrita. Na cadeia discursiva da sala de aula, textos de variados gêneros aparecem e se associam às diferentes tradições curriculares da disciplina escolar Ciências. As professoras mesclam em suas falas diferentes concepções, que perpassam desde o entendimento da leitura e da escrita com foco na estrutura do texto até a compreensão destas atividades como uma interação social entre autor-texto-leitor. A centralidade da linguagem escrita nas aulas de Ciências e os conhecimentos e estratégias ativadas para que os estudantes interajam com textos escritos mostram o potencial da disciplina escolar Ciências para o ensino-aprendizagem da leitura e da escrita. Limites são estabelecidos pelas dificuldades relacionadas à formação docente e por questões estruturais, referentes ao controle do trabalho das professoras pelas avaliações externas e à falta de recursos. Espera-se que a investigação possa contribuir com reflexões para o entendimento das aulas de Ciências como um espaço-tempo da linguagem escrita, importante para a formação de leitores e autores críticos e maduros, que possam se inserir em um mundo permeado por práticas sociais de leitura e escrita.[en] The main objective of this research was to investigate the pedagogical activities in Science classes that are related to the development of reading and writing skills. Taking into account that the acquisition of written language is a commitment of school education commitment, especially in current graphocentric societies, the present study sought to reflect on possible contributions of Science classes to the development of readers and writers. Three sixth grade classrooms located in Rio de Janeiro were observed along with their science teachers. Semi-structured interviews were conducted both with the teachers and students, and the didactic materials used by them were analyzed. The theoretical-methodological framework is based on Bakhtin and on the social interactionist perspective of language. Goodson s sociohistorical theory was used for understanding the characteristics of Science as a school discipline. Results show that Science class space-time is also space-time for reading and writing. Science knowledge is constructed in school through written language and, because of that, many different activities involving reading and writing take place in Science classes. The teachers mediate the interaction between the students and the written language, guiding their reading and textual production processes. Through mediation, they act in the mobilization of strategies and systems of knowledge (linguistic, world and interactional ones) that contribute to students’ reading and writing skills, making the meaningful construction of texts possible. When talking about the texts, primary and secondary discourse genres appear, as the teachers bring everyday elements to the interaction between text and students and, at the same time, contribute to the complexity of language, bringing it closer to the written form. In the discursive chain of the classroom, texts of various genres are used and are associated with the different curricular traditions of Science as a school discipline. The teachers mix in their speech different conceptions of reading and writing: from one that focuses on the structure of the text to another that sees it as a social interaction among author-text-reader. The wide presence of written discourse and activities that deal with text interaction in Science classes show the potential of this school discipline for the development of reading and writing skills. Poor teacher education and infrastructure problems, such as influence of external evaluations and lack of resources, present obstacles to this type of work. It is expected that this research may contribute with reflections about the understanding of Science classes as a space-time for written language that is important for the education of critical and mature readers and authors, and who can then be inserted in a world permeated by social practices of reading and writing.MAXWELLZENA WINONA EISENBERGMARIA CORDEIRO DE FARIAS G MATOS2018-08-03info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/otherhttps://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/colecao.php?strSecao=resultado&nrSeq=34671@1https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/colecao.php?strSecao=resultado&nrSeq=34671@2http://doi.org/10.17771/PUCRio.acad.34671porreponame:Repositório Institucional da PUC-RIO (Projeto Maxwell)instname:Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RIO)instacron:PUC_RIOinfo:eu-repo/semantics/openAccess2018-08-03T00:00:00Zoai:MAXWELL.puc-rio.br:34671Repositório InstitucionalPRIhttps://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/ibict.phpopendoar:5342018-08-03T00:00Repositório Institucional da PUC-RIO (Projeto Maxwell) - Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RIO)false |
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